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Eva de Fátima Gomes de Oliveira [Poeta Brasileira]



Eva de Fátima Gomes de Oliveira .
Nasci em Rio Claro (SP), mas sou Jauense de alma e coração. Creio que a arte pode transformar o homem e consequentemente fazer o mundo melhor. Acredito no amor, ainda que pareça distante e ultrapassado para os dias atuais. Não seria poeta se assim não pensasse e sentisse. Carrego no inesquecer do coração algumas saudades e na alma uns pedaços de estrelas e outros de raios de lua, de todas as fases. Costumo embriagar-me no verde que antecede a primavera e sei que a esperança nasce com o sol, a cada novo dia. Mas cá entre nós e só entre nós: os dias de chuva são terrivelmente lindos.

Livro publicado: “Tatuagem” – 1989, outros trabalhos editados em antologias poéticas e nos sites.



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Poesia de Eva de Fátima Gomes de Oliveira


Recesso

O poeta se vai,
Não tem sentido
Alinhavar os nós
Do seu destino,
Nas entrelinhas
De versos,
Tão perdidos....

Esmurrar as pontas
Das tais facas
E sangrar a alma
Nos desvios,
É chorar em vão
Os desatinos
É agonizar sozinho,
Nos caminhos.

O poeta se vai
Em desalinho
Qual pedaço de céu
Que se anuvia
Entre o amanhecer
E o fim do dia.

("Recesso" faz parte da Antologia do II Concurso de Poesia Amigos do Livro/Flipoços - 2011 -Scortecci Editora)


Solidão

Devo ter envelhecido
Percebo pelas lembranças
São tantas!
As flores continuam as mesmas,
As ruas as mesmas
Eu mudei!
Os meninos estão nas ruas
Pipas coloridas no ar
Deve ser agosto
Sinto pelo ar, espremido
Que me chega à garganta.
Parece que preciso de mais tempo
Há algo por fazer
Talvez lavar as calçadas
Abrir gavetas
Limpar a poeira dos livros
Ou da vida?
Não sei em que tempo estou
Tudo parece distante.
A mocidade
A família
Os amigos
O amor
Onde estão?
Um dia, já faz tempo
Falaram de solidão
Dias brancos
O silêncio dolorido
Os ouvidos quietos
A boca sem palavras
A casa vazia,
Só a alma navegando
É isso meu Deus
Estou só!

(poema publicado na edição 1999 do Mapa Cultural Paulista)


A poesia para o poeta

Ah, poesia! 
Bendita poesia!
Que consome a solidão
Que entardece o dia
Do poeta, que na vida
Busca só um sonho:
O de amar e amar,
Todos os dias!



Náufrago

O amor se foi! Grita o mar,
A rugir ferozmente no meu peito,
Mergulhou noutros mares o olhar
Naufragou minha alma, sem direitos.

Saiu ostentando riso largo
Levando as canções e a poesia
Deixando aqui no peito o amargo
Da minha alma rasgada e vazia.

Se foi em busca de dourado ninho
Sem perceber que no raiar do outono
Deixou-me a vida toda em desalinho
Feriu minha alma e matou meus sonhos!


Eva de Fátima Gomes de Oliveira
Todos os direitos autorais reservados ao autor.

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