Felipe Radicetti é compositor de formação clássica, Mestre em Música e Educação
pela Uni-Rio (2010) e premiado criador de música para cinema, teatro e
produções para comerciais. Em janeiro de 2012, a convite de VRAC/L'Escault,
participou da residência do grupo paulista "Teatro da Vertigem" no
programa oficial do Festival Europalia em Bruxelas, Bélgica.
Natural do Rio de Janeiro, em 16 de junho de 1958, em 2010/2011 Radicetti
transferiu sua residência para Bruxelas, na Bélgica, para o desenvolvimento do
projeto "Iwona" de música e teatro em parceria com a atriz e diretora
belga Françoise Berlanger e a equipe artística da companhia de teatro La
Cerisaie, cujo início do projeto se deu em residência, durante o mês de junho,
na Academie Nationale de France, em Villa Medicis, Roma, a convite do compositor
francês Gilbert Nouno (IRCAM, Paris).
Em fevereiro de 2012, Radicetti realizará como diretor musical,
pianista e arranjador, as gravações em Buenos Aires, do CD "Cadapaju"de
Adriana Ríos. Na ocasião, ambos se apresentarão no show de encerramento do
Festival Internacional "Mar del Bossa", em Mar del Plata, tal como em
2007, com a cantora Marianna Leporace em show homenageando ao compositor Baden
Powell.
Em 2009 lançou seu 3º CD, SagradoProfano, um ciclo de canções onde
procura refletir as tradições e a fé religiosa afro-brasileira.
Radicetti continua a escrever música para o cinema, mais
recentemente em 2009 no filme Walachai, de Rejane Zilles e Anjos do Sol em
2005, de Rudi Lageman (www.anjosdosol.com.br). A primeira trilha de longametragem foi para o filme “Castro Alves”
de Sílvio Tendler em 1995, seguido dos dois curtas metragem “Francamente” e “Na
Madrugada” da cineasta Duda Gorter.
Ativo representante da classe musical brasileira, recebeu, da
revista Música&Mercado, o prêmio Top of Mind 2008 Editor’s Choice pela
vitoriosa campanha nacional “Quero Educação Musical na Escola” (2006 a 2008).
Também em 2008, a canção Medida, integrante do CD SagradoProfano,
em parceira com o poeta Felipe Cerquize, foi indicada ao prêmio Hollywood Music
Awards (http://www.hollywoodmusicawards.org), na California, concorrendo com 3
outras canções na categoria Latin Song.
Integra, na Categoria Homenagem, a coleção de CDs editados pelo
Programa Rumos Itaú Cultural para o biênio 2007-2009 no Brasil, Argentina,
Uruguai, Chile e Paraguai com duas recriações eletrônicas suas para canções de
Itamar Assumpção.
Seu primeiro CD, “Homens Partidos”, (2000), conta com a
participação de importantes nomes da MPB: Lô Borges, Geraldo Azevedo, Cláudio
Nucci e Clara Sandroni. É dele a canção Moleque-Marraio, classificada para as
semifinais do Festival da Música Brasileira da Rede Globo (a maior emissora do
pais).
Seu 2º. CD, “SuperLisa”, em parceria com a cantora Clarisse Grova,
foi lancado no Brasil e no Japão. Em 2003, foi aclamado pelo crítico musical do
jornal O Globo Hugo Sukman como o melhor CD eletrônico da MPB do ano de 2003.
As suas mais recentes criações para o teatro no Brasil foram as
trilhas para as peças da Cia. Ensaio Aberto (www.ensaioaberto.com): “Sobre o
Suicídio”, de Karl Marx, “Édipo e Seus Duplos”, de Samir Murad e “Estação
Terminal”, apresentada no Barbican Theatre em Londres (2007) durante o Spill
Festival. No mesmo ano, levou a cartaz o espetáculo Havana Café, musical com
canções de Kurt Weill para o qual fez arranjos e a direção
musical.
No campo da música clássica, em 2005, teve a sua cantata “O interrogatório
- para soprano, barítono, coro e orquestra sinfônica” regida pelo maestro
Ricardo Rocha na Sala Cecília Meireles no Rio de Janeiro e gravada para o CD da
série “A Brasilidade na Musica de Concerto’’ pela Cia. Bachiana Brasileira
(www.bachiana.com.br).
Site: www.feliperadicetti.com
COMPOSIÇÕES
Andes
(SagradoProfano)
Letra e
música de Felipe Radicetti.
Voz e
piano acústico: Felipe Radicetti.
Violão
de 12 cordas e set de berimbaus: Dalmo Mota.
Violinos:
Denise Pedrassoli.
Violas:
Déborah Cheyne.
Arranjo:
Felipe Radicetti e Dalmo Mota.
Programação
de cordas sampleadas e baixo seqüenciado por Felipe Radicetti.
Eu canto as canções e as
canseiras
As costas dessas
costureiras
Equívocos, esses nem
contam mais;
Eu nunca fui muito dócil.
Eu nunca fui muito hábil.
Eu busco os tesouros e as
tesouras
Desses senhores que armam
troças
Essas senhoras com quem
tropeço
Caro ouvinte é o mais
difícil.
Foi sempre o mais difícil.
Meus passos seguem
tateantes
Até ter os pés nos Andes,
afinal;
Eu nunca entendi o missal
E a ainda a minha náusea
de sempre.
Tomara que enfim eu tome
um rumo
Que eu cumpra a caçada
seminal
Eu acho tudo tão normal
Ainda que fora do prumo.
Retrato
de Poeta (SagradoProfano)
Música:
Felipe Radicetti/Letra: Marcelo Biar e Felipe Radicetti
Voz e
piano acústico: Felipe Radicetti
Flautas
em Sol: Flávio Paiva e Guilherme Hermolin
Violinos:
Denise Pedrassoli e Oswaldo Carvalho
Viola:
Déborah Cheyne
Cello:
Hugo Pilger
Coro
feminino: Marianna Leporace, Clarisse Grova. Luana e Diana Goulart
Arranjo,
programação de cordas sampleadas e baixo seqüenciado por Felipe Radicetti.
Meu hóspede é ártico
silêncio
Imenso e solitário.
Um pai tão insolente e
frágil
Age assim, conspirador.
Alerta um pouco além dos
meus presságios.
Eu canto sem saber
A quem vai libertar.
Alheio ao temerário
precipício
O ofício incendiário
(Ofídio de olhar oblíquo)
Cerca os réus num corredor:
A escolha do extremo mais
longínquo.
Paredes entre nós
São finas, vão cair.
Como se não bastasse ser
impróprio
O louco do baralho
(O andarilho vil que me
despiu dos véus)
Meu traidor
A porta e o atalho para o
exílio.
Meu hóspede é feito
benefício
De um vício ordinário
Um pai tão implicante
eleito por amor
Meu trovador
Se ergue como sombra sobre
o meu dossel.
Relicário
de São Miguel (SagradoProfano)
Letra e
música de Felipe Radicetti
Voz e
órgão Hammond B-3: Felipe Radicetti
Violão
de nylon, violão de aço e percussões complementares: João Cantiber.
Flugelhorn:
Guta Menezes
Arranjo,
programação de base eletrônica e baixo seqüenciado por Felipe Radicetti
Arcanjo estás
Comigo aqui
Antigo e repentino;
Como um licor,
me conduziu
A todos os ardis?
Do alto destes prédios
Me lançaste para o fim
E assim, meu protetor e
meu assassino.
Voar em sonho é tão bom
Será que fui em tuas asas?
Miguel, nas noites que
acordei
Sem voz, sem ar, aos
sobressaltos?
És o menino meu
Que trago ao colo
Por todo o tempo que eu
viver?
Há quanto estás
Comigo aqui
Com tantas regalias?
Com estas asas
Em marfim,
Cravadas sobre mim?
Como raízes que me
erguessem
Desde que nasci
E ainda me esvaísse uma
sangria.
Marrento
(SuperLisa)
Música e
letra de Clarisse Grova e Felipe Radicetti
Voz:
Clarisse Grova
Piano
elétrico, arranjo e programação eletrônica de Felipe Radicetti
Percussões
complementares: Flávia Belchior
Toda vez que ele chega por
aqui
Com sorriso no canto da
boca
Com certeza ele vem pra
seduzir
Ele sabe o que quer não
vai sair
Enquanto não cumprir o seu
intento.
O cara é marrento.
Diz que é autor da lei
número tal
Que saiu no Diário Oficial
Que é calúnia o que dizem
no jornal
Que vai melhorar nosso
carnaval
Que vai distribuir muito
alimento.
O cara é marrento.
Como é que esse mal nunca
se acaba
Tanto voto em urna
funerária
Quando alguém quer fazer
força contrária
É desfeito na roda da
moenda
Entenda que tudo ainda
desaba
Mesmo que essa lição nunca
se aprenda.
Ele cuida até do seu
visual
Chega de um jeito assim
meio informal
Mete um jeans e camisa
social
Diz que é da Igreja
Pentecostal
Do Segundo dia do Advento.
O cara é nojento.
Cita um trecho do novo
evangelho
Beija a fronte suada de um
velho
Agradece toda a confiança
Em seu colo uma linda
criança
Diz que ali está nossa
esperança.
O cara não cansa.
Como é que esse mal nunca
se acaba
Tanto voto em urna
funerária
Quando alguém quer fazer
força contrária
É desfeito na roda da
moenda
Entenda que tudo ainda
desaba
Mesmo que essa lição nunca
se aprenda.
Num
Barco Pequeno Sem Remos (Homens Partidos)
Música e
Letra de Felipe Radicetti
Voz:
Cláudio Nucci
Teclados,
arranjo e programação eletrônica de Felipe Radicetti
Se a gente pudesse se ver
Sem dizer nada, sem
intervir
Como estrangeiros, sem
planos
Acuados
Sem costumes
Sem espelhos,em retalhos.
Sem ruídos, sem nada
entender
Cicatrizes, mas nada
encobrir
Nus, finalmente perdidos
Sem recursos
Nem idéias
Sem pesares, sem
ausências.
Num barco pequeno sem
remos
Sob a chuva.
E por indeterminar,
viver.
Se a gente pudesse se ver
Sem as culpas a nos
dividir
Pobres, sem posses nem
poses!
Sem os egos
Sem as calças
De-se-qui-li-bra-da-men-te.
Se a gente pudesse ceder
Às correntes que vêm
impelir
Os nossos corpos à vida
Ondas, ventos,
Movimentos
Tudo vida,
Apenas vida.
Num barco pequeno sem remos
Sob a chuva.
E por indeterminar,
viver.
Felipe Radicetti
Um comentário
curti as letras aqui as apresentadas!
Hans M Bartei
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