Carmen Cardin, residente na Ilha do Governador, cidade do Rio de
Janeiro, secretária, professora. Criatura de Deus, de hábitos simples mas de
gostos refinados. Escreve desde sempre, tendo feito seus primeiros versos aos
nove anos de idade. Consta de seu acervo uma obra que ultrapassa seiscentos
poemas, em sua quase totalidade inéditos. Destacou-se já no final dos anos
oitenta, com vários textos, classificados como os mais significativos dos
Cadernos de Poesia Oficina, de Francisco Igreja, além de melhor intérprete,
posteriormente passando a apresentadora desses e de outros eventos e recitais
cariocas, programas de rádios, tv, etc. Publicou em diversas antologias
fluminenses, filiando-se a algumas entidades culturais e literárias de âmbito
nacional. Amante das Artes Plásticas, da Música erudita, da Natureza, da
Família e de Deus, tem no seu poema "Em Preto E Branco" o verso que
ressona, magneticamente, seu espírito e radiografa sua mente: "Eu aposto nas emoções praticadas/ da
Ternura: ela atravessa fronteiras! / Amo o sabor das coisas delicadas. / Amo o
valor das coisas verdadeiras! ". Lançou, recentemente, na XV Bienal
Internacional do Livro, no Rio de Janeiro o livro "Atalho Para O Banquete
- Poesia - Oficina Editores - 80 páginas. "Entrai por esse Atalho: está
servido o Banquete!
Contato:
Skype: carmen.cardin2
Facebook: Carmen Cardin
Livro de Carmem Cardin
Poemas de Carmen Cardin
" Fruto
Verde"
Desejável é o fruto, adorável é o sabor
(Romance esse eu queria ter vivido!)
Mais vale não se manifestar o amor
Que ser ele um desejo proibido.
Como um anelo filosófico, profundo
Tal uma ânsia pungente e vital
Assim é o querer, sentimento oriundo
Do Bem, o fôlego da vida, do mal!
Eu seria a primorosa companheira,
Tu serias a inspiração altaneira,
Se o nosso utópico sonho fosse verdade...
Entretanto, a realidade é diferente:
Ainda em nosso mundo não se fez presente
O esplendoroso alvorecer da Felicidade!
"Tese"
Não ouse pensar que O Poeta
É um bêbado, andarilho sem rumo
Ele é, do vernáculo, o atleta
A fantasia de uso e consumo.
O Poeta tem o compromisso sério
De profetizar em tom etéreo
De filosofar além do erudito.
O Poeta é a chave do cofre. O servo
À mercê da paixão. O indecifrável verbo,
Que encarnou-se e está escrito.
O Cavalheiro que conduz, extraordinário,
As rédeas do Sonho, o lendário,
Adorado e odiado ser trovador.
O Poeta é aquele que, alheio a tudo,
Grita com o coração n'um canto mudo,
Sofre com a emoção do mundo, a dor!
Não ouse pensar que O Poeta
Imagina, pretensioso, ser Deus...
Ele é, apenas, a certeira seta
Que atinge o alvo dos sonhos seus!
Inspiração
Não troco esse momento
Por nada deste mundo,
Um planeta meu e profundo,
O asteróide do sentimento.
Eu me rendo e me faço
Prisioneira desse instante
Alucinada e delirante
Suor, coração e bagaço.
É minha droga, é meu vício,
Essa essência que inspiro,
Entre um e outro suspiro,
Entre o prazer e o suplício!
É minha deusa, a poderosa,
Que me concede e me inventa,
Nos braços do sonho me sustenta,
Sou tua, Inspiração Preciosa!
Trunfo
Se fervilha o sangue de um escritor,
Se, de um escritor, o sangue fervilha
Este transforma os rochedos da ilha
Em rosas púrpuras de um doce amor.
Se, frenéticos deslizam os seus dedos,
Se os seus dedos, frenéticos deslizam,
Em papéis, letras áureas magnetizam,
Hipnotizando os assombrosos medos.
Mas, até mesmo esse padecer horrível,
É artística invenção, que ser incrível!
Imagina e destrói seus próprios fatos.
O escritor embriaga-se do seu vinho
Mas não faz nada liberto ou sozinho:
A Inspiração ilumina os retratos!
Instinto
Poderá o tempo
Apagar a chama
E o desejo sucumbir
Em tão longa espera?
Por que o meu corpo te ama
E o meu espírito te venera!
Não conheço eu
Tão sofrida trama...
A saudade é cruel
A medonha fera.
Por que o meu corpo te ama
E o meu espírito te venera!
À noite não tenho
Sossego na cama...
Meu coração travando
Angustiante guerra
Por que o meu corpo
Faminto... te ama!
E o meu espírito
Sedento... te venera!
Tempo do Nada
Recordar, para que, os momentos felizes,
Se momentos são, lembranças e mais nada?
Como falsa tatuagem, pelo tempo apagada,
Deixam rastros somente e não cicatrizes.
Esquecer. Esquecer. Esquecer, isso é tudo!
Sepultar os destroços, dar a volta por cima,
Espantar os fantasmas da saudade, contudo,
A saudade é como a dor: a dor nos ensina!
Curioso como o tempo lança seus espinhos
Farpas do passado que insiste em assombrar
Alma penada, renegada, insepulta e sombria.
Por mais que o tempo passe, certas coisas não
modifica
Resta a fantasia do desejo, o sabor do amor também
fica
E o gosto do que não se viverá mais, enganosa
alegria!
Por Um
Momento
Ainda que o fim se dê em teu começo
E tu escapes de mim, alma fugidia
Termine a noite, antes de chegar o dia
Um pouco do teu amor eu mereço!
Dá-me uma porção do teu fôlego, vigoroso!
Revista-me com a ternura que o teu espírito tem.
Ah, se tu soubesses, o quanto me fazes bem...
O sabor dos teus lábios é delicioso!
Quero estar contigo, abraçar-te longamente:
Antes que o tempo passe e a nossa vida mude,
Antes que a morte nos separe, eternamente...
E quando, um dia, restar só os destroços
Do passado fugaz, de ventura e juventude,
Verás, que os melhores momentos, foram os nossos!
Carmen
Cardin
Todos os direitos autorais reservados a autora.
6 comentários
É uma informação muito importante sobre a poetisa Carmen Cardin. Adoro seus poemas e tinha curiosidade de saber sobre a vida dela.
" Por um momento "
É um poema que me identifico, amei !
Nossa!!! Poderia passar horas lendo e relendo os textos de Carmen. É simplesmente um presente de Deus esse talento combinado com a sensibilidade dessa poeta maravilhosa!!
Leandro disse: Gosto muito de poesia e admiro seu trabalho, mas uma inegualavel ecritora como vc, parece mais estar a procura ferrenha de um amor! Parece sozinha e fragil! Adoro pessoas assim .... gostaria muito de conhece-la, Posso continuar te escrevendo?
Carmen Cardin é um ser humano raro, em que a nação e o povo brasileiros devem depositar muito carinho. E o mundo se seguirá.
Ler-te é sempre um doce fascínio!...
Bjsss
AL
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