Estela Ceregatti [Compositora, Cantora Instrumentista e Professora Brasileira]
Compositora desde os quatorze anos, hoje com linguagem musical mais amadurecida, passou por alguns cursos / professores essenciais à sua formação, dentre eles: Curso de Música Popular Brasileira – SESC Arsenal, com Ellen Toledo e Pio Toledo – 2005, Curso Antropomúsica – Botucatu – SP, onde teve aula de Técnica e Arranjo Vocal com Meca Vargas (SP), Euritmia e Cântele com Veronica Brunis (Alemanha) e Composição, Prática em Conjunto e Construção de Instrumentos com Marcelo Petraglia (SP) – 2007. Curso de Técnica Vocal com André Vilani (MT) – 2007, curso de Composição e Violão com Marcus Ferrer (SP), pelo SESC Arsenal – 2009, Curso de Percussão Corporal com grupo Barbatuques (SP) – 2009, curso sobre Técnica Eletroacústica com professor renomado João Pedro Oliveira (Portugal) – 2009, curso de Eletroacústica com professora especialista Cristina Dignart (UFMT) – 2009, Curso de Harmonia com Ebinho Cardoso, SESC Arsenal – 2009, Curso de Extensão de Composição com Ticiano Rocha (UFMT) – 2010, Estética com o ícone da música contemporânea, Roberto Victório, Percussão Popular com Edson Quesada (DF) e aulas de canto popular com a renomada cantora brasileira: Fátima Guedes (RJ), pelo 32º Curso Internacional de Verão da Escola de Música de Brasília – 2010, curso de técnica vocal com a grande cantora e compositora Simone Guimarães – 2011 e 1º Seminário de Música – (AC).
Já desde muito cedo escolhi a música para me dedicar mais. Fiz parte da criação de grupos extremamente importantes para minha carreira artística, como: A Bionne, os Novos Chorões (com dois CDs), o Boca de Matilde, o Urutau, o Grupo de Percussão da UFMT. Além deles, fiz parcerias com artistas locais, como Jhon Stuart, Juliane Grisólia, Tarcísio Sobreira, Joelson Conceição, Phellyppe Sabo, Daniel Baier, Paulo Monarco, Ebinho Cardoso e Vera Capilé e de outras localidades, como Renato Bráz (SP), Noah Jones (Toronto - Canadá), Simone Guimarães (RJ), Novelli (RJ), Hélio Flanders (SP), Du Oliveira e Mastrella (GO) e Alisson Menezes e Ferretti (BA). Hoje sigo com o trabalho que desenvolvo com o grupo MONOFOLIAR. Este é o encontro quase perfeito de três músicos (Estela, Jhon Stuart e Juliane Grisólia), para não dizer que perfeição existe, mas consciente de que é bem próximo a isso.
Sempre tive a necessidade da criação artística em minha vida. Até que um dia ela se transformou na vontade de compor. Aos 14 anos, assim que comecei a aprender a tocar violão, não me bastavam interpretações. Apesar de eu crer que elas são essenciais para manterem vivas as músicas de outrora, senti fortemente a sensação de querer criar algo no meu instante, talvez algo novo, mas de coração, verdadeiro. Aconteceu que a música na minha vida se tornou meu mais importante alimento para o espírito. Hoje, aos 24 anos, após estudar com alguns professores de grande importância para minha formação: Fátima Guedes (RJ), Ellen e Pio Toledo (MT), Roberto Victório (RJ/MT) e Flávia Vieira (RJ/MT), com o CD do grupo Monofoliar em andamento, continuo a compor e crio vida ao meu trabalho em parceria com grandes amigos/músicos, também compositores. Sou professora de música no Colégio Brasílis, escola Waldorf onde exerço um pouco do que aprendi no decorrer da vida, professora de música no Porto Geral, um Ponto de Cultura e do Instituto Ciranda, outro ponto de cultura.
Já trabalhei com outras profissões. Na época que morei em Toronto/Canadá, além de tocar em restaurantes, bares noturnos e galerias de artes, quis trabalhar com qualquer coisa outra, lá e aqui também considerada emprego subalterno – o que lá chamam de ‘under the table’ (atrás do balcão), porque não é preciso assinar carteira. Trabalhei como bar tender e fazendo sanduiches de um fast-food árabe. Foram experiências duras, mas me trouxeram uma visão de sociedade nunca antes vivenciada; Como as pessoas trabalham muito para tão pouco, entendi o porquê da desvalorização. Me perguntava se alguém ali atrás, se meus chefes egípcios, tinham algum outro sonho além daquela rotina, se eram felizes; Fato é que me senti cada vez mais provocada para falar sobre o que vivia, para externar uma enxurrada de pensamentos sobre as pessoas, sobre o mundo, sobre minha visão no anonimato. Este momento foi muito importante – clareou a vista para o intento maior. E a partir dai sinto ainda maior a necessidade de fazer arte, pois creio que ela possui a grandeza de transformar as coisas para o bem, e é por isso que continuo a tecer o som todos os dias pelo infinito fiar das cordas do mundo em microtons.
Em uma das minhas composições - de nome ‘Melhor que seja mudo’ - eu digo: ouça, o silêncio espera barulhismo do cerrado de Benedito Nunes; som crispado em folha de lixeira, a peraltice de um menino, um rio, um pio de passarinho. Ouça, o silêncio espera, que o improviso deste mundo seja ouvido e percebido no sorriso dos meninos. Para mim a música existe ao redor, no ar e como se fosse possível esticar os pés e alcança-la, às vezes acontece de eu alcançar uma ideia musical que pairava sobre ou sob nós. Acontece que, como diz a letra, acredito que é preciso que haja o silêncio revelador de barulhismos, para que se possa contemplar o som e perceber as minúcias de um sorriso ou de um crispar de folhas. Sinto que é preciso trazer as pessoas à escuta atenta, pois ela amplia os horizontes da imaginação.
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