LUIZ
OTÁVIO OLIANI. nasceu a 12/04/1977 no Rio de Janeiro. É graduado em Letras e
Direito. Como poeta, tem presença marcante no movimento poético carioca a
partir da década de 90. Em maio de 2000, foi homenageado com a medalha “Só para
Lembrar” no recital “Versos Noturnos” organizado pela SPOC. É detentor de mais
de 50 prêmios literários. Consta em mais de 45 antologias de literatura e em
mais 300 publicações entre jornais, revistas e alternativos (Jornal
Rascunho, Revista Poesia Sempre, Jornal de Letras, Revista do Escritor
Brasileiro, Poesia Viva, Panorama, Literatura & Arte, Correio de Poesia,
Jornal Rio e Letras, Sulfato Ferroso, Literarte, Revista Poesia para Todos,
Jornal O Capital, Revista O Grito, Lei amigos, Jornal Maringaense, Radar,
Jornal O Nheçuano, O Literário, Jornal Calçadão Ideal, Notas Literárias,
Liriconcreto, Revista Papangu, A Tribuna do Escritor, Jornal Tipo Carioca, Papo
& Poesia, Momento de Pausa, Jornal O Sábio, Boca Suja, Contagia Poesia, O
Mundo não me Entende, Jornal A Cidade, Diário da Manhã, Jornal O Sábio, O
Boêmio, Revista do Grande Meyer, Jornal A Voz, Nozarte, Poetizando, Jornal do
Enéas, Correio do Sul, APPERJ, Revista Ponto Doc, Jornal Cultural Mensageiro,
Escritos, SPN, Jornal Alto Madeira, Revista Renovarte, Revista Literária
Plural, Revista Agulha, Letras Santiaguenses, Nikkei Bungaku do Brasil, O
Bembém, etc.) Foi publicado em castelhano na Revista Provincia, Argentina,
2004. Consta, ainda, em diversas páginas virtuais como: Blocos on Line; Poesia
dos Brasis; Alma de Poeta; Diversos Afins; Meio Tom; João do Rio, Revista
internética; Fanzine Escritos; Jornal Aldrava, Blog Leituras Favre, A Cigarra,
Conexão Maringá, Vid ráguas, Aliás, Germina Literatura, Revista Mambembe,
Plástico Bolha, Suíte das Letras, Varal de Poesia, Revista Cerrado Cultural,
Nova Poesia Brasileira, Diário do Morro, etc. Participa de congressos,
festivais e eventos literários pelo Brasil afora. Publicou dois livros pela
Editora da Palavra: "Fora de órbita",
2007; recomendado pelo Jornal de Letras, em outubro de 2007 e citado com
destaque no texto “O ano literário de 2007”, por André Seffrin, na Revista
Literária da Academia Brasileira de Letras nº 56 e "Espiral",
2009; citado como destaque em “O ano literário de 2009, o segundo semestre”
publicado Revista Literária da Academia Brasileira de Letras nº 62 e na Revista
dEsEnrEdoS. Participou do CD Poemas musicados por Maury SantÂ?Ana,
música em poesia, volume 1.Tem poemas traduzidos para o inglês, francês,
italiano e espanhol na Revista Ponto Doc número 7, edição de 2009, além de
vasta fortuna crítica sobre sua obra. Em 2011, foi citado como poeta
contemporâneo por Carlos Nejar no livro “História da Literatura Brasileira, da
Carta de Caminha aos contemporâneos”, SP, Leya, p.1003, e em “33 motivos para
um crítico amar a poesia hoje”, obra de Igor Fagundes, Editora Multifoco, RJ.
Recebeu Moção de Louvor e Reconhecimento da Câmara Municipal Rio de
Janeiro, em novembro de 2011.
Onde pode ser encontrada
a poesia de Luiz Otávio Oliani
Luiz Otávio Oliani em 1ª Antologia poética Momento
Lítero Cultural, janeiro de 2010.
Luiz Otávio Oliani premiado em Varginha / MG
A Revista Ponto Doc publicou dois poemas de Luiz
Otávio Oliani e respectivas traduções para o inglês, francês, italiano e
espanhol. Na página da revista é possível ler “BIOGRAFIA” e a versão inglesa;
bem como o poema “TERESA” em versões francesa, italiana e espanhola. Basta
acessar o endereço abaixo e procurar a seção POEMAS.
Alguns Poemas de Luiz Otávio Oliani
POEMAS DO LIVRO “FORA DE ÓRBITA”, DE LUIZ OTÀVIO
OLIANI, EDITORA DA PALAVRA, RIO DE JANEIRO, 2007.
RESGATE
como posso resgatar
o que não existe em mim?
ao beijar a solidão
eu me dispo por inteiro
da escória que é o homem
na inútil tentativa
de ser Deus por um minuto
TERRITÓRIO
“O que não sei fazer desmancho em frases”
(Manoel de
Barros)
brota em mim o verbo
com suas pessoas
desconjugá-las não posso
em mim
a palavra
se faz morada
HERANÇA
não deixo bens
aos que ficam
de mim
restará a palavra
(antes cinzel)
agora verso
a burilar os homens
DESCOBERTA
nada detém a vida
esvai-se o tempo
o tempo em mim
caramujo do imo
guardo porta-retratos
aqueço a memória:
a infância me foi roubada
PARTILHA
a mão estendida
abençoa o trigo
à procura do ponto
ágeis dedos
manipulam a massa
do mundo
mas a vida só faz sentido
quando se reparte o pão
LABUTA
A João de Abreu
Borges
em sua própria vida
o homem finca raízes
atravessa árvores
mata fungos
sem olhar para trás
e perceber: os frutos
não mera consequência
BOEMIA
hoje a lua é verso
de loucos, de putas
e de poetas
hoje a lua é verso
prazer bêbado
regaço
COTIDIANO
há vísceras
em todos os lugares
quem se indigna
diante de quem sangra?
In: Fora de órbita, Editora da Palavra, 2007.
POEMAS DO LIVRO ESPIRAL, DE LUIZ OTÁVIO OLIANI,
EDITORA DA PALAVRA, 2009.
MÃOS DESUNIDAS
não serei o poeta do passado
embora dele me alimente
canto o presente
que Drummond não vê
nada de serafins
cartas de suicida
- os homens aterraram
a palavra amor
num canteiro de obras
as mãos desunidas
traduzem: os espinhos
inda sufocam as flores
CASA
faço do silêncio
a morada do ser
não lhe digo
palavras duras
nem amorteço quedas
apenas guardo
a concha
em que abrigo
a solidão dos homens
FOME
ao roçar a boca da solidão
entre auroras e estrelas
mastigo minha dor
em que língua nos falamos?
RABO-DE-ARRAIA
A
Igor Fagundes
ao som do berimbau
batuque ginga cadência
o poeta luta
capoeira
com a palavra
NÁUTICA
A Olga Savary
navego
em tua essência
mergulho nos seixos
que te habitam
mas não naufrago
o mar nos pertence
TRANSFORMAÇÃO
A
Antonio Carlos Secchin
toda linguagem
é selva
a ser devastada
toda linguagem
é terra
a ser adubada
toda linguagem
é pedra
a ser limada
REINADO
A Lêdo Ivo
enterra palavras
em alto-mar
como tesouro
às escondidas
qual pirata
faze das águas
a cidade de teus versos
FAXINA
a menina varre os dias
tenta limpar
a própria escória
como espanar o pó,
livrar-se do fardo?
longe daquela casa
passa o amor
ALTO-
MAR
teias de solidão
no oceano
o navio não mais atraca
de nada servem
a âncora enferrujada
o mastro sem bandeira
a quilha
o radar
todos se foram
só o mar permanece
cúmplice dos desamores do mundo
LIÇÃO DE PORTUGUÊS
A
Patrícia Blower
amar, verbo transitivo?
amar é verbo de ligação
entre dois sujeitos
in: Espiral, Editora da Palavra, Rio de Janeiro,
2009.
Luiz Otávio Oliani
Todos os direitos autorais reservados ao autor.
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