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Jim Carbonera [Poeta Brasileiro]

Jim Carbonera, nasceu no dia de 27 de fevereiro de 1982 em  Porto Alegre-RS, Brasil e reside ainda hoje nessa cidade que serve de inspiração para suas escritas. Educado em uma família de descendência italiana, teve uma criação católica e com valores morais rígidos.
 
Na juventude, esforçou-se para livrar-se desses dogmas sociais e familiares que guiaram sua infância.

Começou a realizar esse desejo quando se integrou na cena rock and roll da cidade. Frequentando bares e a boêmia local, conheceu artistas errantes que despertaram sua veia artística.

Iniciou escrevendo poemas e poesias sobre o cotidiano, expandindo-se com o tempo para outras áreas literárias. A partir de autores como Jack Kerouac, Charles Bukowski, Hunter S. Thompson, John Fante, Henry Miller, Pedro Juan Gutiérrez e Rubem Fonseca, injetou alma e realismo sujo a sua narrativa.

Formou-se em turismo, exercendo a profissão por quatro anos e abandonando-a para dedicar-se integralmente à literatura. Lançou pelo selo da Editora Multifoco os livros: Divina Sujeira e Insana Loucura – poemas de um cotidiano incerto.

Atualmente o autor trabalha em seu primeiro romance.

Resenhas sobre a obra de Jim Carbonera
Literatura sem castidade. Livre, ousada e sensual
 
Se você pensava que Henry Miller, Charles Bukowski ou Dan Brown haviam esgotado todas as maneiras de narrar como homens e mulheres se entregam sem censura ao amor e ao sexo, precisa conhecer Jim Carbonera e sua"Divina Sujeira", que foge dos padrões comerciais que infestam a literatura atual.

O livro é provocante, ousado e sensual. Dizem que a poesia é um discurso sobre a verdade. Até que ponto o que se denomina poesia faz de sua matéria a vida, para alcançar essa verdade que se estende ao discurso, é a questão que me ficou após a leitura do livro Divina Sujeira de Jim Carbonera.

Jim, escreve como quem olha nos olhos do leitor. E fala de coisas que faz muita gente desviar o olhar: A sexualidade.

Sem qualquer autocensura, seus contos são de forma Crua e Sarcástica, com pimenta e bom humor, histórias que, para os "puritanos", não recomendo a leitura!

É o tipo de leitura da qual não se sai ileso, por que o próprio poeta, ao transformar o vivido em matéria explícita da poesia acaba por se enredar nos poemas, como se através deles se fizesse representar para apresentar uma imagem.

Jim, mostra que escrever contos não é o mesmo que escrever um diário.
Jim Carbonera é da mesma estirpe de autores que tratam a vida com deleite.
Propõe uma arte livre da moral e da castidade, o que não significa necessariamente imoral, mas apenas amoral.

(Laura Brandão, designe gráfica e proprietária do blog Humor Negro Sem Censura. 
Reside na cidade de Serrinha - Bahia)
 
Nem toda sujeira merece estar na lata do lixo
 
Divina Sujeira. Pelo nome, este que vem aos nossos olhos, notamos que todas as coisas que nos pertence pode ter as duas conotações bem definidas.
Rino Caldarola, protagonista principal da obra, explora com a mais sábia percepção o mundo perverso, apaixonante e sujo que nos rodeia, misturando a delicadeza sentimental nele embutida.

Nas páginas de Divina Sujeira encontraremos entrelaçadas frases de manifestações de luxúria com humor sarcástico, mostrando o lado de uma sociedade muitas vezes superficial, explorando os caminhos de diferentes psicologias humanas.

Em um dos contos do livro, o autor Jim Carbonera coloca seu personagem numa espécie de máquina do prazer que imita perfeitamente o órgão sexual feminino, dando a comparação e sua substituição aos relacionamentos concretos existentes. Em outro, sua personalidade é testada quando é submetido a trabalhar como garçom, passando por humilhações nas beiradas de mesas.

O personagem principal também percorre um dos pontos turísticos principais de Porto Alegre, a Redenção, expõe o lado emocionado dos apaixonados e chega até a relatar a troca de papel do ponto de vista feminino, sendo ela a parte dominadora da relação.

Lendo e relendo, obtive a sensação de uma obra bem produzida. Onde as histórias são interpretadas rapidamente pela ajuda da imaginação. É um livro que mexe com nossa visão de mundo particular (Divina) e relata os acontecimentos que muitas vezes não enxergamos ou fingimos não notar (Sujeira), mas sabemos que está ao nosso alcance para transformarmos tudo em uma Divina Sujeira. 

(Tiago Correa, natural de Porto Alegre, proprietário do blog Teclas Literárias 
e estudante do curso de letras)

Literatura de pulso, sem hipocrisia ou demagogia
 
Divina Sujeira é uma obra na qual nos identificamos, onde as histórias se dão em torno de personagens verossímeis, fazendo com que qualquer um possa vivenciar a situação descrita no livro.

A obra expressa sentimentos variados. São contos que abordam o lado obscuro do caráter humano, dos quais não gostamos de revelar. 

Divina sujeira confronta os tabus sociais.

Histórias sérias, com personagens sérios, porém irônicos, fazendo com que suas desgraças os impulsionem para continuar vivendo. Eles não se abatem por elas. E o mais empolgante para mim, ao ler o livro, são as mulheres fortes, que não se deixam submeter aos homens. Mulheres independentes, cheias de vida e de vontade, que não aceitam imposições arbitrárias masculinas. Lutam pela sua independência e não trocam sua dignidade por um simples pênis duro.

Divina Sujeira, retrata a parte obscura da sociedade de uma forma escrachada, nos fazendo rir até nas piores situações, prendendo a nossa atenção até a última linha.

(Adri Courson
gaúcha, estudante de biologia e fanática por literatura)


Não se deixe enganar 
 
A obra de Jim Carbonera é estonteante. Nocauteia o leitor. É forte e rebelde. O reflexo de uma sociedade à beira da loucura. Onde valores morais são deturpados. É fascinante ler os contos relatados com minúcias e bem articulados. É Excitante na medida certa. Gostoso de ler, instiga. E acima de tudo, literário. Tem cacife de obra literária das boas.

Enquanto lia, imaginava às cenas, como filmes. Se tivesse sido editado na época da ditadura seria censurado, como foram os melhores cantores, escritores, jornalistas..., enfim.

O que faz o livro Divina Sujeira ser contagioso, é o fato de saber usar as palavras, ditas vulgares, na medida da necessidade que o conto exige.
Então, não se deixe enganar pelas cenas explícitas. Há conteúdo por trás delas.

(Marielsa Klatter Braga
é natural de Cachoeira do Sul - Rio Grande do Sul. 
Escritora e advogada, lançou em 2011 o livro Violinos Vermelhos)

Livros de Jim Carbonera


Insana Loucura expõe as vísceras da realidade, fervilhando palavras em forma de poesia contemporânea, em contraponto àqueles que acreditam que a poesia está ligada apenas a saudade e amores platônicos. O livro demonstra sem demagogia casos de relações proibidas e estranhas, atos não pensados de personagens alcoolizados e encarnados no território do subconsciente.
Sem se importar com cenários exalando odor acre, os protagonistas exploram e arrebentam os tampões da sua válvula de escape, partem as correntes do calabouço do pudor até aumentar as satisfações em linhas e palavras escritas, rimadas ou não. Em vezes, o timbre da música presente nos poemas compartilha e busca na integridade pessoal, uma maneira de refletir sobre as centenas de almas perdidas que obedecem àquele que possui centavos a mais.
Dividida em três partes, a obra destaca sentimentos próprios de um protagonista feroz, consciências íntimas de outrem, instigadas pelo meio que os cercam, e é finalizada salientando relacionamentos interpessoais, umedecidas de libido flâneur.

 
Divina Sujeira. Em uma realidade crua e sarcástica, o autor explora sem escrúpulos o interior de uma sociedade abstrata e distorcida, assim é Divina Sujeira, um relato vibrante de um mundo onde as vitórias e as derrotas caminham de mãos dadas.
O protagonista Rino Caldarola descreve acontecimentos infames, alguns de sucessos e tantos outros para deixar cair no esquecimento.
Dividido em 27 contos e orquestrado como um romance, a narrativa apresenta mulheres sinuosas e independentes, homens excêntricos e viris em histórias de amores simples, atitudes sórdidas e finais inusitados. Com uma escrita vigorosa e direta, o autor conduz os leitores aos mais variados sentimentos, revelando uma faceta absolutamente sincera de um mundo sujo e repleto de pecados.



Contatos:
Site:
http://www.jimcarbonera.com
E-mail: contato@jimcarbonera.com


Alguns poemas de Jim Carbonera  (Livro Insana Loucura)

1.
poemas banais de um cotidiano fértil

 

Ruas escondidas

Caminhava sozinho pela rua
Noite, severidade, bucolidade
O álcool injetado nas veias
E a melancolia expressada no rosto

Agora estava parado
Comprou um baseado
Pagou e pegou
Foi embora

O baseado foi acesso
Uma punk pediu uma pitada
Queria fazer a cabeça
Estava louca, tremia-se

Ele se rendeu
Forneceu
Pediu uma chupada
Fodeu

Transaram chapados e loucos
Sem rima nem conforto
Caídos na sarjeta
Suando e gozando

O orgasmo chegou
Despediram-se
Foram embora
Nunca mais se viram
Foi o primeiro e último adeus.


Madrugada

a madrugada é minha vadia
dela faço gato e sapato
não pago
proponho um trato:
ela me inspira a escrever
e eu a deixo sobreviver.


Insana loucura
 
minha doce loucura
escrevo para ti
agora e sempre
você que me embriaga
e faz de mim seu servo.

transo por você
jorro meu esperma
para você.

minhas pequenas sereias
que me excitam
surgem das ilusões
que você cria.

insana loucura
é no bar
onde a encontro
onde a exploro.

alma vazia
cheia de graça
amamos isso
e nos sentimos sós.

solidão profunda
e fiel
amor burro
amargura insólita.

2.
momentos de aflições passageiras
Último pedido

chovia
simplesmente, chovia.
cigarros passavam pela boca de Mariano
estava nervoso, apreensivo
sua hora estava chegando.

acocou-se no canto da cela e cagou
queria sentir o cheiro da merda
da última merda
gostou
sentiria saudade daquele odor.

pensava o quão era engraçado
quando o fim estava para chegar
começávamos a dar valor
para coisas que antes achávamos repugnante.

resolveu não se limpar
iria cagado.

abriram as grades de sua cela:
“Mariano, vamos”, falou o carcereiro.
“então, chegou a hora?”, perguntou.
“sim, uma porcaria a menos no mundo.”
caminharam
sentou-se na cadeira
as tiras de couro
foram atadas em seus pulsos
e ao seu dorso.
seu coração bateu mais forte
começou a ficar ofegante
com a respiração pesada.

um padre começou a falar algumas palavras
entrou num ouvido e saiu no outro
não prestou a atenção.

“um último pedido?”, perguntou o carrasco.
“é possível um gim e uma puta?”
“só o gim.”
“ok.”

uma dose de gim
foi servida em um copo de vidro
o carrasco lhe deu na boca
tomou um longo gole
acalmou-se.

“pronto”, falou Mariano
a esponja úmida agora
estava presa em sua careca
o padre fez o sinal da cruz e saiu.

o carrasco encaminhou-se
para trás do vidro
Mariano em pensamento
pediu perdão
era um homem bom
apenas pegou o trem errado
o trem da loucura
que o levou para a ilha do desconhecido
e essa ilha era violenta
transformou seu caráter
ninguém jamais entenderia isso.

a luz piscou
seu corpo estremeceu
uma dor forte e súbita o consumiu
acabou
agora estava em paz.
Jim Carbonera
Todos os direitos autorais reservados ao autor.
 

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