"O FUTURO QUE NÓS QUEREMOS"
Eu não tinha muita esperança na Rio+20, que acabou de
acontecer no Rio de Janeiro, reunindo Chefes de Estado de mais de cem países,
para discutir a sustentabilidade do planeta e assim tentar salvar o meio
ambiente de nós mesmos.
Pois não era para ter, infelizmente. O resultado dessa
Rio+20 repete o fiasco da Rio92. Ela resumiu-se a muitas promessas para conter
a destruição do meio ambiente, a diminuição da pobreza e das desigualdades no
mundo, mas sem a definição de como serão conseguidos os recursos para isso, de
parâmetros que apontassem de onde sairiam esses recursos para viabilizar o que
está no documento firmado ao fim do encontro.
Tudo como dantes no quartel de Abrantes. Aliás, mais
detalhes importantes para colocar em prática e tornar mais eficiente e eficaz o
“acordo” firmado entre os representantes de tantos países presentes no Rio
foram deixados de lado. Os países ricos, por exemplo, trataram de jogar para
escanteio alguns pontos importantes para o desenvolvimento da sustentabilidade,
para que não tivessem que se enquadrar na “economia verde” prevista no
documento “O futuro que nós queremos”. E assim continuarem a escalada de poluição
e destruição.
"O que vemos aqui não é o mundo que queremos, é um
mundo no qual as corporações poluidoras e aqueles que destroem o meio ambiente
dominam", disse um ativista do Greenpeace Internacional.
As ameaças ao nosso meio ambiente são muitas: desertificação,
esgotamento dos recursos pesqueiros, contaminação, desmatamento, extinção de
milhares de espécies e aquecimento global, e todas elas são reconhecidas por
todos, mas o resultado da Rio+20 parece não ser o enfrentamento desses
desafios.
O evento é muito importante para o mundo, sim. Mas o
documento resultante não evidencia vontade política de mudar o caos em que está
se transformando o nosso mundo. E nossos políticos, aqueles que representam a
população do mundo, tem o dever e a obrigação de cuidar das pessoas e do
planeta, fazendo leis que protejam os dois e cuidando para que sejam cumpridas.
Esses políticos, donos do poder, não estão fazendo o seu trabalho, o trabalho
para o qual foram eleitos para fazer. E a Rio+20 deveria cobrar responsabilidades,
no documento tirado.
Qual é, mesmo, o futuro que eles querem?
Luiz Carlos Amorim –Escritor,Coordenador do Grupo
Literário A ILHA em SC, com 31 anos de atividades e editor das Edições A ILHA,
que publicam a revista Suplemento Literário A ILHA e mais de 50 livros
editados. Eleito Personalidade Literária de 2011 pela Academia Catarinense de
Letras e Artes. Ocupante da cadeira 19 da Academia Sul Brasileira de Letras.
Editor do portal PROSA, POESIA & CIA.
(Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br ) e autor de 27 livros de crônicas,
contos e poemas, três deles publicados no exterior. Tem trabalhos publicados na
Índia, Rússia, Grécia, Estados Unidos, Portugal, Espanha, Cuba, Argentina,
Uruguai, Inglaterra, Espanha, Itália, Cabo Verde e outros, e obras traduzidas
para o inglês, espanhol, bengalês, grego, russo, italiano -, e colabora com
vários portais na Internet. É poeta e contista. É cronista e articulista de
jornais como A Notícia, Diário do Litoral, Correio do Povo, Correio da Manhã,
Jornal Grande Bahia, Repórter Diário, São José em Foco, Roraima em Foco,
Correio Popular de Rondônia, Gazeta de Aracaju, O Liberal de Cabo Verde, Jornal
da Manhã de Goiânia, Notisul, Diário do Iguaçu, Diário da Cidade, Folha do
Espírito Santo, Jornal União de Londrina e outros.
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