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"O futuro que nós queremos"[Luiz Carlos Amorim]

"O FUTURO QUE NÓS QUEREMOS"

Eu não tinha muita esperança na Rio+20, que acabou de acontecer no Rio de Janeiro, reunindo Chefes de Estado de mais de cem países, para discutir a sustentabilidade do planeta e assim tentar salvar o meio ambiente de nós mesmos.

Pois não era para ter, infelizmente. O resultado dessa Rio+20 repete o fiasco da Rio92. Ela resumiu-se a muitas promessas para conter a destruição do meio ambiente, a diminuição da pobreza e das desigualdades no mundo, mas sem a definição de como serão conseguidos os recursos para isso, de parâmetros que apontassem de onde sairiam esses recursos para viabilizar o que está no documento firmado ao fim do encontro.


Tudo como dantes no quartel de Abrantes. Aliás, mais detalhes importantes para colocar em prática e tornar mais eficiente e eficaz o “acordo” firmado entre os representantes de tantos países presentes no Rio foram deixados de lado. Os países ricos, por exemplo, trataram de jogar para escanteio alguns pontos importantes para o desenvolvimento da sustentabilidade, para que não tivessem que se enquadrar na “economia verde” prevista no documento “O futuro que nós queremos”. E assim continuarem a escalada de poluição e destruição.

"O que vemos aqui não é o mundo que queremos, é um mundo no qual as corporações poluidoras e aqueles que destroem o meio ambiente dominam", disse um ativista do Greenpeace Internacional.

As ameaças ao nosso meio ambiente são muitas: desertificação, esgotamento dos recursos pesqueiros, contaminação, desmatamento, extinção de milhares de espécies e aquecimento global, e todas elas são reconhecidas por todos, mas o resultado da Rio+20 parece não ser o enfrentamento desses desafios.

O evento é muito importante para o mundo, sim. Mas o documento resultante não evidencia vontade política de mudar o caos em que está se transformando o nosso mundo. E nossos políticos, aqueles que representam a população do mundo, tem o dever e a obrigação de cuidar das pessoas e do planeta, fazendo leis que protejam os dois e cuidando para que sejam cumpridas. Esses políticos, donos do poder, não estão fazendo o seu trabalho, o trabalho para o qual foram eleitos para fazer. E a Rio+20 deveria cobrar responsabilidades, no documento tirado.
Qual é, mesmo, o futuro que eles querem?

 
Luiz Carlos Amorim –Escritor,Coordenador do Grupo Literário A ILHA em SC, com 31 anos de atividades e editor das Edições A ILHA, que publicam a revista Suplemento Literário A ILHA e mais de 50 livros editados. Eleito Personalidade Literária de 2011 pela Academia Catarinense de Letras e Artes. Ocupante da cadeira 19 da Academia Sul Brasileira de Letras. Editor do portal PROSA, POESIA & CIA. (Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br ) e autor de 27 livros de crônicas, contos e poemas, três deles publicados no exterior. Tem trabalhos publicados na Índia, Rússia, Grécia, Estados Unidos, Portugal, Espanha, Cuba, Argentina, Uruguai, Inglaterra, Espanha, Itália, Cabo Verde e outros, e obras traduzidas para o inglês, espanhol, bengalês, grego, russo, italiano -, e colabora com vários portais na Internet. É poeta e contista. É cronista e articulista de jornais como A Notícia, Diário do Litoral, Correio do Povo, Correio da Manhã, Jornal Grande Bahia, Repórter Diário, São José em Foco, Roraima em Foco, Correio Popular de Rondônia, Gazeta de Aracaju, O Liberal de Cabo Verde, Jornal da Manhã de Goiânia, Notisul, Diário do Iguaçu, Diário da Cidade, Folha do Espírito Santo, Jornal União de Londrina e outros.

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