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Os poetas estão lendo poesia? [Luiz Carlos Amorim]


OS POETAS ESTÃO LENDO POESIA? 


No primeiro dia da Bienal do Rio deste 2011, vejo uma entrevista com poetas da nova geração e da geração anterior, e uma coisa que uma poetisa disse coincidiu com o que eu havia dito numa crônica recente.

Dizia ela, comentando sobre o fato de poesia vender pouco, de não ser publicada pelos editores das grandes editoras que, apesar disso, é um dos gêneros mais praticados. Escreve-se muita poesia. E dizia ela que se a imensa quantidade de poetas desse imenso Brasil lessem poesia, além de escrevê-la, se comprassem livros de poesia, edições inteiras de livros desse gênero seriam esgotadas em pouquíssimo tempo. E a poesia não teria, como tem, esse estigma de maldição.

Pois eu dizia, na minha crônica, que os escritores daqui da terrinha não lêem os seus pares, não vão a lançamentos de livros de seus pares, não compram os livros de seus pares. Por isso me identifiquei tanto com a poetisa que teve a coragem de dizer, em rede nacional, que os poetas deveriam ler mais poesia, que poetas deveriam ser mais poetas.

Poesia é gênero literário mais praticado e não é de hoje. Com o advento da internet, com a democracia que ela representa na publicação da poesia que produzimos, passou-se a escrever ainda mais. É evidente que nem tudo tem qualidade, mas essa é outra história.

O fato é que existe uma quantidade muito grande de poetas, em todo lugar há poetas, quase todo mundo escreve “poemas”. Mas nem todos lêem poesia. Até por isso, talvez, a pouca qualidade de boa parte do que se produz.

Se prestigiássemos uns aos outros, indo a lançamentos, comprando livros, as publicações de poesia realmente venderiam muito mais. Mas não é só pelo fato de vender mais livros, pura e simplesmente, se bem que isso já conferiria mais respeito ao gênero. A verdade é que precisamos ler mais, ler muito. Se somos poetas, se gostamos de poesia a ponto de produzi-la, então temos que ler muita poesia.


Luiz Carlos Amorim –Escritor,Coordenador do Grupo Literário A ILHA em SC, com 31 anos de atividades e editor das Edições A ILHA, que publicam a revista Suplemento Literário A ILHA e mais de 50 livros editados. Eleito Personalidade Literária de 2011 pela Academia Catarinense de Letras e Artes. Ocupante da cadeira 19 da Academia Sul Brasileira de Letras. Editor do portal PROSA, POESIA & CIA. (Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br ) e autor de 27 livros de crônicas, contos e poemas, três deles publicados no exterior. Tem trabalhos publicados na Índia, Rússia, Grécia, Estados Unidos, Portugal, Espanha, Cuba, Argentina, Uruguai, Inglaterra, Espanha, Itália, Cabo Verde e outros, e obras traduzidas para o inglês, espanhol, bengalês, grego, russo, italiano -, e colabora com vários portais na Internet. É poeta e contista. É cronista e articulista de jornais como A Notícia, Diário do Litoral, Correio do Povo, Correio da Manhã, Jornal Grande Bahia, Repórter Diário, São José em Foco, Roraima em Foco, Correio Popular de Rondônia, Gazeta de Aracaju, O Liberal de Cabo Verde, Jornal da Manhã de Goiânia, Notisul, Diário do Iguaçu, Diário da Cidade, Folha do Espírito Santo, Jornal União de Londrina e outros.

Um comentário

Gil Façanha disse...

Concordo plenamente com o exposto aqui. O nivel dos textos poéticos que encontramos aos montes por ai, ao meu ver, tem deixado muito a desejar. Com certeza também devido ao fato de que ainda se ler pouco em nosso pais. Conheço varios poetas e escritores que desandam a pu licar seus trabalhos algumas vezes sobre gêneeos que nunca leram! Dificil de entender isso. Abraços e parabens pela abordagem do tema.