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Miguel Penha, cuiabano nascido na região do Sucuri em 06/09/1961, seu pai indígena boliviano lavrador e ceramista, sua mãe uma índia bororo. Seu interesse pela arte começou quando criança com dez anos já fazia seus desenhos.
Em1979 com 18 anos fez um curso de História da Arte em Brasília na Funarte, com professor e crítico de arte João Evangelista. Em 2009 tem reconhecido seu trabalho nacionalmente com o Prêmio de Artes Plasticas Marcantônio Villça, promovido pelo Ministério da Cultura e Fundação Nacional de Arte, neste 30 anos de carreira participou de diversas exposições e salões de artes, tanto no Brasil como no Exterior.
Com uma vivência direta com a paisagem desenvolveu um gosto pelo naturalismo e, tal quais os viajantes que por aqui passaram no Século XVIII, como a expedição Langsdorff, procurou representar a paisagem, aprimorando os conhecimentos e tentanto suprir a necessidade imanente do aprisionamento das formas da natureza o que irá incidir em um surpreendente e inesgotável fazer artístico e estético.
Normalmente suas obras são idealizadas a partir de um forte aprisionamento técnico. Sua construção mimética favorece certa alienação. A paisagem recebe um tratamento espacial onde a amplitude sugerida provoca uma expansão da realidade, na dimensão do céu o branco extrapola, a volumetria do segundo plano criando uma respectiva agradável e surreal. O retorcido da vegetação, o cerrado cria movimentos cênicos onde os personagens parecem dançar com a força do vento. Algumas árvores devido ao contorcionismo e ao emaranhado dos galhos flutuam no espaço por sobre a vegetação rasteira.
Percorrendo vários recônditos da paisagem - natural ou construída - do nosso Brasil criou um repertório próprio ao selecionar cenas que afloram em momentos perceptivos e propícios à necessidade.
Ao me permitir a um tipo de desejo ou eleger esta ou aquela forma de pintura comprometo-se socialmente quando coloco em público o que vêdiz. Não se trata de um mero olhar. mas de um olhar social, politico, economico e estético que se constrói gradativamente através da carga cultural que nos é impingida pelo processo histórico. Acredito na paisagem como resultado de um olhar cultural, ou seja o sujeito que olha é um sujeito coletivo, parte de uma sociedade que tem uma história, e de um meio visto como a paisagem/natureza.
Olhar cultural provoca novas sensações criando mundos imaginários como se fossem reais.O Cerrado de cor quente que se apresenta tem uma força expressiva de viagem mental imaginário ou real sabe se lá. O que importa é que o realismo sugestivo das cores quentes entremeadas ao movimento do capim que coloca em xeque-mate quanto a não existência real da cena chapadense.
Prêmios
2010- Cultura em Movimento Portal do Ministério da
Cultura Seleção da obra Açaizeiro
2009- Prêmio de Artes Plásticas Marcantônio Villaça Ministério da
Cultura, Fundação nacional de Cultura Prêmio Aquisição 5 obras
2009- Brazilian Art Exhibition Dubai Eric Art Medalha de Bronze
2009- Art Fair Europe Messe Ostwestfalen Art Fair Europe
Medalha de Prata.
Acervo em Instituições
2012- Acervo Tribunal de ContasTribunal de Contas do Estado do Mato Grosso Tela: Palmeira Bacabá 160x120cm OST
2012- Acervo Tribunal de ContasTribunal de Contas do Estado do Mato Grosso tela Bocaiveira 100x200cm OST
2012- Acervo Tribunal de ContasTribunal de Contas do Estado do Mato Grosso tela Fecho do Morro 60x160cm AST
2010- Acervo permanente da Pavilhão das Artes "Tela Caranaí OST, 120x160cm" da Secretaria Estadual de Cultura do Estado do Mato Grosso
2009- Acervo Tribunal de ContasTribunal de Contas do Estado do Mato Grosso
2009- Acervo permanente Galeria de Artes SESC- Arsenal "Tela Açaizeiro" SESC- Arsenal Cuiabá/MT
2009- Museu de Arte e Cultura Popular "Tela Rio Paciência" Universidade Federal do Estado do Mato Grosso
2004- Acervo de Obras de Arte do Poder Judiciário de Mato Grosso Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso Cuiabá/MT.
Referências em publicações/ ilustrações em livros e Revistas.
2012- Ilustração do Livro "A Festa dos Mortos" de João Loureiro
2011- Encarte do CD MarãiwatsihoibaMarcio Tserehité Tsererã´re FUNARTE
2010- Macp: animação cultural e inventário de acervo do museu de Arte e de Cultura Popular da UFMT Aline Figueiredo, Humberto Espíndola (orgs) Entrelinhas
2008- Revista telas Minuano, da Coleção Mania de Pintar Minuano Editora Inovação
2007- Catálogo da 8º Mostra Artefacto/ Banco Real Artefacto/ Banco Real Artefacto/ Banco Real
2004- Geologia do continente Sul-americano: evolução da obra de Fernando Flávio Marques de Almeida (p.45) Fernando Flávio Marques
1997- Semana do índio Universidade Federal do Mato Grosso- Cuiabá/MT
1997- Aroe Jari, Morada de los invisibles Casa da Cultura de Cochabamba -Cochabamba/Bolívia
1984- Miguel Penha Galeria Rodolfo Amoedo- Brasília/DF
1981- 1º Semana da Cultura da UFMT Universidade Federal do Mato Grosso- Cuiabá/MT
Exposições Coletivas
2011- ACERVO Museu de arte e Cultura Popular da Universidade Federal do Mato Grosso- Cuiabá/MT
2011- 1º Salão de Arte Contemporânea do Centro Oeste Museu de Arte Contemporânea de Goias - Goiânia/GO
2011- VII Salão Livre de Secretaria de Cultura do Estado do Mato Grosso -Cuiabá/MT
2009 Art Fair Europe Eric Art Deutschland/ Alemanha
2009- 8 º INTERCOL, Conferência Internacional de Áreas Úmidas Centro de Eventos Pantanal -Cuiabá/MT
2008- Casa Cor Mato Grosso Casa Cor Mato Grosso Cuiabá/MT
2008- Pan Techné Cia de Arte e Cultura Shopping Iguatemi -São Paulo/SP
2007- Artefacto Oitava Mostra 2007 Artefacto -São Paulo/SP
2007- Projeto Identidade Artística Cia de Arte e Cultura Hall do Edifício Villa Lobos, São Paulo/SP
2005- Festival Brasil Tampa Galeria Brasil Artes Tampa/USA
2003- Biomas Pellegrim Galeria de Arte -Chapada dos Guimarães/MT
2000- The Meeting of the Two Americas Palais Pálffy Viena/ Áustria
1998- Brasil 500 anos de Descobrimento Museu do IPHAN- Porto Segura/BA
A natureza sob o olhar de Miguel Penha por Serafim Bertoloto
O artista com sua origem indígena e a vivência direta com a paisagem desenvolveu um gosto pelo naturalismo e, tal quais os viajantes que por aqui passaram no Século XVIII, como a expedição Langsdorff, procura representar a paisagem com fidedigndade. No afã do mimetismo e na constante busca da apreensão da natureza que remonta à história do homem ou no desejo embrionário de se equiparar ao criador, os artistas trascendem os limites da própria razão e, para libertar o espírito dessa obsessão, vêem-se desenvolvendo técnicas, elaboradas fórmulas, aprimorando os conhecimentos e tentanto suprir essa necessidade imanente do aprisionamento das formas da natureza o que irá incidir em um surpreendente e inesgotável fazer artístico e estético. Se pensarmos que a paisagem é certa relação entre um fenômeno topográfico e climático e determinado pela cultura; relação entre um grupo de circunstâncias geográficas e um grupo social, uma representação da paisagem é uma construção mental, um ato de cultura. Não há paisagem sem uma representação da paisagem, sem a projeção de uma escala de valores. Valores estes que Miguel com sua origem sertanista sabe muito bem como explorar no ato da representação.
Normalmente suas obras são idealizadas a partir de um forte aprisionamento técnico. Sua construção mimética favorece certa alienação, do olhar, onde o obervador fica engessado a uma leitura linear e estanque da imagem projetada. Os signos icônicos que representam os elementos da natureza por semelhança não permitem ao expectador ir além de um espelhamento dessa mesma natureza, não abre expectativa para a criação de novos diagramas mentais e nem possibilita a projeção de metáforas, exceto a contida na própria condição da reprodução. Porém, nas obras de Miguel a paisagem recebe um tratamento espacial onde a amplitude sugerida provoca uma expansão da realidade, na dimensão do céu o branco extrapola, a volumetria do segundo plano criando uma perspectiva agradável e surreal. O retorcido da vegetação, o Algodãozinho do cerrado cria movimentos cênicos onde os personagens parecem dançar com a força do vento. Algumas árvores devido ao contorcionismo e ao emaranhado dos galhos flutuam no espaço por sobre a vegetação rasteira.
O artista com sua origem indígena e a vivência direta com a paisagem desenvolveu um gosto pelo naturalismo e, tal quais os viajantes que por aqui passaram no Século XVIII, como a expedição Langsdorff, procura representar a paisagem com fidedigndade. No afã do mimetismo e na constante busca da apreensão da natureza que remonta à história do homem ou no desejo embrionário de se equiparar ao criador, os artistas trascendem os limites da própria razão e, para libertar o espírito dessa obsessão, vêem-se desenvolvendo técnicas, elaboradas fórmulas, aprimorando os conhecimentos e tentanto suprir essa necessidade imanente do aprisionamento das formas da natureza o que irá incidir em um surpreendente e inesgotável fazer artístico e estético. Se pensarmos que a paisagem é certa relação entre um fenômeno topográfico e climático e determinado pela cultura; relação entre um grupo de circunstâncias geográficas e um grupo social, uma representação da paisagem é uma construção mental, um ato de cultura. Não há paisagem sem uma representação da paisagem, sem a projeção de uma escala de valores. Valores estes que Miguel com sua origem sertanista sabe muito bem como explorar no ato da representação.
Normalmente suas obras são idealizadas a partir de um forte aprisionamento técnico. Sua construção mimética favorece certa alienação, do olhar, onde o obervador fica engessado a uma leitura linear e estanque da imagem projetada. Os signos icônicos que representam os elementos da natureza por semelhança não permitem ao expectador ir além de um espelhamento dessa mesma natureza, não abre expectativa para a criação de novos diagramas mentais e nem possibilita a projeção de metáforas, exceto a contida na própria condição da reprodução. Porém, nas obras de Miguel a paisagem recebe um tratamento espacial onde a amplitude sugerida provoca uma expansão da realidade, na dimensão do céu o branco extrapola, a volumetria do segundo plano criando uma perspectiva agradável e surreal. O retorcido da vegetação, o Algodãozinho do cerrado cria movimentos cênicos onde os personagens parecem dançar com a força do vento. Algumas árvores devido ao contorcionismo e ao emaranhado dos galhos flutuam no espaço por sobre a vegetação rasteira.
No afã de um aprimoramento técnico, a natureza vem sendo representada mimeticamente pelos artistas em toda a história da arte. Pois segundo Ribon "o homem já não se sente um estranho em relaçao à natureza; a arte manifesta que a natureza se reconhece no homem e o homem na arte em que a natureza é o que o homem tem mais perto de si" (RIBON, 1991, p.43). Nesse sentido Miguel que educou seu olhar vislumbrando e sentindo - no contato direto - a natureza em toda a sua plenitude, só podia ficar condicionado a este seu representar, pois " a natureza se contenta com habitar o imaginário do artista, mas antecipa-se e a arte, fecundada por ele, é uma antecipação da natureza: a natureza está projetizada na arte" (ibid., p.44). A natureza matogrossense profetiza-se na ótica e nas mãos do artista.
Podemos dizer que toda paisagem é uma experiência onírica Os Buritis, guardiões das paisagens se enunciam nas obras, têm uma estrutura vegetal articulada e construída de realismo que ilude o olhar desatento, pode até provocar um toque indesejado pelo receptor. O platô do Chapadão, proposto ainda no primeiro plano, tem um dimensão minúscula, porém de uma força imagética, provocada pela iluminação e pela cor que atrai o olhar diretamente a ele. A nesga do branco sobre o terroso do elevado alonga a paisagem e ajuda no ilusório fingimento da perpectiva. Sonha-se antes de vislumbrar a possibilidade do real.
Miguel que percorreu vários recônditos da paisagem - natural ou construída - do Estado criou um repertório próprio ao selecionar cenas que afloram em momentos perceptivos e propícios à sua necessidade. Nesse seu olhar de rapina que percorreu a região já esteja traduzido o caráter de cultura na acepção dessa paidagem. Não se pode deixar de lado, ou abandonar, os meandros onde se dá a construção mental, ou seja, o fundamento ato de cultura que determina a paisagem.
O artista ao se permitir a um tipo de desejo ou eleger esta ou aquela forma de pintura se compromete socialmente quando a coloca em público. O seu olhar delator se manisfesta no ato da criação. Não se trata de um mero olhar. mas de um olhar social, politico, economico e estético que se contrói gradativamente através da carga cultural que nos é iimpingida pelo processo histórico. Acreditamos na paisagem como resultado de um olhar cultural, ou seja o sujeito que olha é um sujeito coletivo, parte de uma sociedade que tem uma história, e de um meio visto como a paisagem/natureza.
A espiritualidade da Natureza por Oscar D’ Ambrosio
Árvores, cachoeiras, rios, fauna e flora da Chapada dos Guimarães do cerrado brasileiro são os assuntos desenvolvidos pelo pintor.
Miguel Penha. Nascido em Cuiabá, Mato Grosso, ele consegue captar aquilo que a região tem de mais deslumbrante: o fascínio de uma natureza que leva a meditar sobre a própria existência humana.
O artista, ao não colocar figuras humanas em seus quadros e mostrar paisagens em focos bastante abertos, instaura um clima absolutamente mágico, no qual o uso da luz e as gamas de verdes ganham destaque como recursos técnicos da pintura para ressaltar a criação de um mundo em que a natureza é a vedete.
Isso se torna principalmente importante tanto nos quadros em que a horizontalidade predomina, com valorização dos nascentes e poentes como espetáculos divinos, assim como nas obras mais verticais em que as árvores ganham a centralidade com toda a sua monumentalidade.
Cada tela revigora a sua admiração pela natureza e estimula a nossa. Existe nelas um grande cuidado no processo de composição, já que o equilíbrio se faz onipresente na construção de sistemas visuais harmoniosos, marcados por uma filosofia de vida, que tem o amor pela natureza como credo principal.
Miguel Penha busca formas de transformar as maravilhas da Chapada e do cerrado em objeto plástico. Para ser fiel a essas fascinantes imagens, o pintor introduz nelas, com sensibilidade e competência, a própria concepção estética, alcançada com divino ao respeito ao que vê.
Uma exposição para ser vista por Lourembergue Alves
A exposição é o cartão postal de todo artista. Sempre foi e será. Pois é a partir do ato de expor que seus trabalhos tornam conhecidos, e o conhecer, neste particular, não se restringe ao limite verbal. Ultrapassa a dimensão do tempo. Vai além do presente, o qual serve de ponte entre o passado e o futuro. Um amanhã que pode não ser igual ao hoje, nem ao ontem.
Caso persista o descuido com a natureza. Recado bastante claro nos quadros de Miguel Penha. Recado que se transforma em convite.
Não qualquer convite. Mas o de caminhar por dentro da mata, enquanto se ouve, bem de perto, os cânticos dos passarinhos. Caminhada que encanta. Tanto que parece entrelaçar homem e natureza. O público se vê, então, conduzido pelas pegadas do artista. Parece seguir religiosamente seus passos, cujas paisagens formam cenários perfeitos ricos em simplicidade e sensibilidades.
Terrenos que o pintor sabe percorrer tão bem. Mais do que se possa imaginar, e faz dos ângulos não apenas os formatos das telas, mas, de fato, longos corredores a serem seguidos.
Assim, por entre as árvores, o espectador depara com um ambiente antes explorado. Chega a ter a sensação de que pisa nos galhos secos e na folhagem caída sobre o chão, ao mesmo tempo em que seus olhos percorrem os desenhos feitos por caules das árvores, cujas texturas variam de tonalidade, e fungos de diversas cores, criando dessa forma uma estampa extraordinária. Tem-se, bem de perto, a Amazônia. Lugar paraíso, onde se possa oxigenar para a vida. Viver que exige proximidade com a mata, pássaros e grilos.
Deleite! Visitante e pinturas se fundem em um único quadro. Pois em momento algum, teve comunidade humana sem cultura.
Por tudo isso, deve-se aproveitar de tudo que a exposição pode oferecer. Ainda que seja no seu último dia. Oportunidade para entrar em contato com a obra e com o seu autor.
Miguel Penha é um artista exemplar. Expressa em suas pinturas além do que pensa e vê. Por isso, Dentro da Mata supera o espaço limítrofe de um título. Afinal, é uma experiência, narrada em traços, cortes e riscos. Razão pela qual se deve visitar a exposição. Ainda que já tenha passado por ela. Uma ou duas vezes. Não importa! Relevante mesmo é o estar no local onde se encontram as pinturas.
Contato que une espectador, obra e autor. Tripé de engrandecimento, e não só de reconhecimento da grandeza das obras expostas no SESC/Arsenal. Pois nelas, nas ditas obras, têm uma fatia de Mato Grosso, e, por conta disso, de cada morador daqui.
Uma Floresta de Babaçu tamanho 160x120cm feito em óleo sobre tela texturizado
Ninhos de Japuíra, feita em óleo texturizado sobre tela
Esta obra concorreu ao Prêmio Feira ArtRio 2011 - MINC - Título Verde e amarelo, 200x100cm óleo sobre tela e cera
Malva do Cerrado, 90x150 cm - óleo sobre tela e cera – 2011
Série Musgos, trabalhos feitos em oleo e cera, que conferem um volume e uma cor ótima nos trabalhos
Por que ainda produzimos literatura? Cassio Pantaleoni Dia desses, um jornalista amigo meu me perguntou sobre o sentido ...
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