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Eudoxia de Barros [Concertista Brasileira]

Eudoxia de Barros - natural de São Paulo, nasceu numa família bem brasileira, sendo seu pai, JOVINIANO de BARROS, natural de Piracicaba, e sua mãe, MARIA ANTONIETTA de CAMPOS BARROS, de Bragança Paulista, ambos amantes da Música em geral (mas não profissionais), e da Cultura Brasileira.
Sem dúvida alguma, Eudóxia sofreu grande influência desse meio, sentindo desde criança, um imenso amor pela sua pátria e por tudo que é brasileiro, embora sempre com muito respeito e admiração pela cultura européia.

Desde criança, sempre deu especial atenção ao estudo de compositores brasileiros, tomando, como uma missão, influenciar o meio artístico nacional, dizendo: “ainda hei de conseguir que todos toquem a nossa música”. E é o que quase já está acontecendo hoje. Chegou mesmo a fundar com seu marido e outros compositores, em 1984, o CENTRO de MÚSICA BRASILEIRA, sociedade civil que organiza concertos e concursos só de músicas brasileiras.
Ainda mocinha, recebeu este comentário de um dos grandes críticos da época, Antonio Rangel Bandeira, do Correio Paulistano, em 27 de Dezembro de 1961:
Com o recital da pianista Eudóxia de Barros, a Sociedade “Pró Música Brasileira” realizou o seu II Sarau. A nova associação vem assim cumprindo à risca o programa que se traçou, de dedicar-se à música brasileira, tendo como lema a afirmação de Mário de Andrade de que “a música brasileira o que carece em principal é do estudo e do amor de seus músicos”. Mário teria ficado feliz com a criação da Sociedade “Pró- Música Brasileira”, ele que tanto se bateu por uma arte brasileira viva, forte e capaz de dar a medida exata e mais evidente da autenticidade da nossa cultura e da nossa formação nacional.
  x cds



O imenso autor de “Macunaima” teria se deliciado também ouvindo uma pianista brasileira tocar “brasileiramente” as obras dos compositores brasileiros. Essa, aliás, parece-nos a principal característica dessa jovem pianista, tão rica de talento e de “alma brasileira”, que é Eudóxia de Barros. Uma coisa extremamente significativa é que, não é somente o brasileiro mais autentico - o sertanejo - que é antes de tudo um forte, segundo afirmava Euclides da Cunha; a arte brasileira é também sobretudo forte. Ela anuncia um povo brasileiro que está em vias de despertar, trazendo para a humanidade uma contribuição de paz e de justiça social, talvez, sem par na história do mundo. 



Reservas para tal missão estamos acumulando-as há quinhentos anos: é essa força que explode em Portinari, em Villa Lobos, em Euclídes, em Mário de Andrade, em Guimarães Rosa. É essa força transfiguradora que faz da música brasileira essa mágica afirmação de  gênio nacional, que tão bem se estampa nas obras de Villa Lobos, de Camargo Guarnieri, de Lorenzo Fernandes. E que surge, assim, de repente, numa pianista jovem, mas que não é somente ela, mas toda uma herança cultural, todo um passado artístico...É surpreendente como Eudóxia de Barros domina o seu instrumento, isto do ponto de vista técnico. Mas o mais interessante ainda é como ela é senhora de uma concepção estética da interpretação pianistica que tão perfeitamente se identifica com o campo de expansão criadora da música brasileira. Não a havíamos ouvido tocar antes, por isso a Eudóxia de Barros que conhecemos é a intérprete de música brasileira. Ora, como a música brasileira exige do intérprete o mesmo que toda a música exige e como ela é grande interprete da música brasileira, logo é uma grande pianista. Poucas vezes terei me sentido tão artisticamente realizado, quanto ouvindo-a tocar aquele repertório de música brasileira que parece ter sido escrito para ela. Por outro lado, há nela “um sei não que”, de que fala Camões no seu célebre soneto, que sendo erudito lembra o pioneiro tão profundamente brasileiro e que encontrou a sua expressão máxima em Ernesto Nazareth... Isso, que é do criador, está por inteiro em Eudóxia de Barros, que é intérprete.



Louve-se ainda nesta pianista a sua bravura (coisa que pensei que não existisse de fato, mas apenas numa espécie, de prosa litero-musical que é comum em programas de concertos), que arranca como que a própria alma do piano. É também extremo o colorido, o vigor, a sutileza, o lirismo que obtém do instrumento. É verdade que o alto nível do programa favoreceu o seu magnífico rendimento, que tudo naquela noite foi feito para colocar-se a música brasileira no alto conceito que ela merece. Eudóxia de Barros atendeu de corpo e alma ao apelo de Mário de Andrade, voltando-se com amor e estudo para a música brasileira. É bom que haja brasileiros no Brasil, isto é, que ainda exista quem se coloque numa posição defensiva em relação à nossa cultura, sempre tão ameaçada, justamente por que é original, mestiça e nova. É o caso de Eudóxia de Barros. É o caso da Sociedade “Pró Música Brasileira”. É, humildemente, o nosso caso.



Por essa sua devoção à Música Brasileira, sente-se premiada com a quase centena de músicas de compositores brasileiros dedicadas a ela, e com a sua eleição, em 1989, para a ACADEMIA BRASILEIRA de MÚSICA, fundada por Villa Lobos, ocupando a cadeira nº 14, cujo patrono é Elias Álvares Lobo.



Em 3 de Setembro de 1982, casou-se com OSVALDO LACERDA, um dos melhores e mais festejados compositores brasileiros, com quem no passado, estudara as matérias teóricas da Música, como Teoria, Solfejo, Harmonia, Análise, Contraponto e um começo na Composição.

Lacerda já lhe dedicou uma enorme quantidade de obras, e uma delas, intitulada “CROMOS”, para piano e orquestra, obra muito original e linda, recebe de Eudóxia um carinho especial, esperando divulgá-la, se possível, pelo mundo inteiro (ouvir trilha sonora)... Já a apresentou sob a regência de Diogo Pacheco (OSESP), Cláudio Ribeiro (OSPA), duas vezes sob a regência de Luiz Fernando Malheiro (OMSP), Lutero Rodrigues (Orquestra Sinfonia Cultura, no Festival de Campos do Jordão, em 1999, duas vezes no SESC Belenzinho, em 2002, com a Sinfonia Cultural e duas vezes em 2003, com a Orquestra Sinfônica de Sto. André) e Henrique Morelenbaum (com a Orquestra Petrobrás Pró-Música, no Rio de Janeiro, em 8 de Novembro de 2003).


Recebeu o importante “PRÊMIO NACIONAL da MÚSICA“, como INTÉRPRETE, outorgado pela Funarte, em 1995, o que faz relembrar uma crítica que recebera em 10 de Abril de 1960, de Américo Bandeira, no Correio Paulistano:


Há cerca de vinte anos, escrevendo sobre Magda Tagliaferro quando de um de seus recitais em Recife, tivemos a oportunidade de classificar os pianistas (o que é válido, é claro, para qualquer instrumentista) em quatro categorias: os que tocam para satisfazer o gosto ou as exigências dos pais; aqueles que julgam bonito tocar bem piano (e se esforçam para fazer o mesmo); os que já possuem uma forte dose de talento (mas não se trata de uma vocação imperiosa) e os “artistas”, de vocação nítida e absorvente, para os quais a música é uma necessidade profunda, uma forma quase mística de comunhão com o mundo. Ora, sucede que, para os da última categoria, a estrita fidelidade aos textos é coisa quase impossível, pois têm personalidade marcante e em todas as suas execuções colocam a marca de sua individualidade. Interpretação é recriação, na qual o intérprete colabora; duas pessoas não vêem de igual modo a mesma paisagem; o que está escrito espera, como se diz, pelo sopro vivificador do espírito. Magda Tagliaferro é do último tipo e, tal como ela, Eudóxia de Barros, que aliás foi sua discipula.

Evidentemente, e para evitar interpretação errônea do que afirmamos, estamos longe de advogar uma liberdade exagerada e totalmente deformadora da obra do compositor. Mas, justamente, sem uma certa independência, jamais o intérprete atingirá o cerne da obra realizada...

A jovem artista concedeu alguns extras, entre os quais, após um recital repleto de muitas dificuldades técnicas, o dificílimo Estudo nº 1 de Chopin, executado de modo magistral.


Tocou em 1953, em 1ª audição no Brasil, o “Concerto nº 1“, de Villa Lobos, como uma das vencedoras para solista da Orquestra Sinfônica Brasileira, sob a regência de Eleazar de Carvalho, que a convidou a solar primeiramente no Rio de Janeiro, no Cine Rex, em 11 de Outubro de 1953, quando recebeu esta crítica de Esaú de Carvalho, no jornal “O Popular”, do dia 13 de Outubro de 1953:


Achei extraordinária a disposição de Eudóxia de Campos Barros em escolher exatamente Villa-Lobos - o Concerto no. 1, para piano e orquestra, como autor de sua estréia no Rio de Janeiro com grande orquestra. Mocinha de 16 anos, já se apaixonou pela música do nosso grande compositor, e apresentou-se domingo no Rex, vinda de S. Paulo especialmente para isso, com um equilíbrio técnico convincente, que já a põe na trilha certa de uma carreira que será vitoriosa, com o estudo e amor pela música.

Villa-Lobos é um autor difícil, não porque seja um violento moderno, pois tantas vezes nos surge como romântico impressionantemente poético, mas pela exuberância de técnico que põe em toda a sua obra. Não importa propriamente uma linha melódica, mas ela surge como fator secundário, que, no entanto, encanta e agrada. No Concerto que ouvimos domingo, Eudóxia de Campos Barros foi admirável intérprete, demonstrando temperamento precioso, agilidade bem exercitada, e segurança da obra que tocava.

Um valor que surge, e sob bons auspícios, o da JMB.

Quinze dias depois, em 25 de Outubro de 1953, tocou em São Paulo; nessa ocasião, o Maestro Eleazar escreveu para Eudóxia, em seu caderninho de autógrafos: “Certo de que a Srta.Eudóxia de C.Barros será, dentro de muito pouco, a pianista brasileira de maior aceitação, deixo aqui os meus cumprimentos pela brilhante execução do Concerto de Villa Lobos”.
Parecia um vaticínio: hoje, Eudóxia circula por todo o Brasil e no exterior, num circuito de 50 a 60 concertos por ano, num verdadeiro trabalho de bandeirante e de alto cunho social; sua tarefa é a de proporcionar música, conhecimento e alegria a todo o seu público, jovem ou idoso, conhecedor ou não de música, pobre ou rico...Já se tornou tradicional o seu recital de fim de ano, sempre em algum importante Teatro da Capital de São Paulo, pedindo sempre que os ingressos não sejam cobrados, para que todos possam ter acesso, visando à não elitização da Música; infelizmente nem sempre isso é possivel. Vem percorrendo o Brasil de Norte a Sul, de Leste a Oeste, e em muitas cidades, já aconteceu ter sido a pioneira em realizar o primeiro recital na localidade. Explica cada música e compositor, de uma maneira sucinta, num trabalho didático, desde 1976.


Isto porque, após ter participado de um programa de perguntas e respostas na TV Globo, o “8 ou 800“, em 1976, conduzido por Paulo Gracindo, tomou gosto pela palavra falada, iniciando esta fase dos recitais didáticos. Respondia nesse “8 ou 800”, sobre Ernesto Nazareth, compositor que redescobrira em 1963, na passagem de seu centenário de nascimento, quando lançou o antológico LP “Ouro sobre Azul”, que recebeu o “Disco de Ouro”, pela excelente vendagem.
A partir daí, não parou mais de tocar Nazareth em todos os seus recitais, sendo atualmente seguida por quase todos os pianistas brasileiros e alguns estrangeiros. Pode-se dizer, que a partir de 1963, graças à sua divulgação de Nazareth e compositores congêneres, o Brasil assistiu a um ressurgimento do Chôro.

Por ocasião do lançamento do LP “Ouro sobre Azul”, o crítico Andrade Muricy, do Jornal do Commercio, do Rio de Janeiro, escreveu em 25 de setembro de 1963:


...Coube-me, também, apresentar em primeiro lançamento no Rio de Janeiro, o disco intitulado “Ouro Sobre Azul”, Músicas de Ernesto Nazareth, na Interpretação de Eudóxia de Barros, Chantecler Internacional,  HI-FI, CMG 1017. Contém (lado 1): ”Ouro Sobre Azul” (tango), “Sarambeque” (tango), “Elegantíssima”(Valsa Capricho), “Tenebroso” (tango), “Labirinto”(tango) “Coração que Sente”(Valsa), “Fon-Fon” (tango) e “Bambino” (tango); (lado 2): “Batuque”(batuque), “Apanhei-te Cavaquinho” (tango), “Confidências” (valsa), “Carioca” (tango), “Escorregando” (tango), “Duvidoso” (tango),”Eponina” (valsa), “Odeon” (tango) e “Brejeiro”(tango). Vem enriquecido por uma nota esclarecedora, da autoria de um dos maiores conhecedores da obra de Nazareth, Mozart de Araújo. Primeira característica que traz esse disco: uma intérprete de elevada classe (uma das maiores pianistas jovens do Brasil de hoje), Eudóxia de Barros. Vem da mesma terra que deu Antonietta Rudge, Guiomar Novaes, Souza Lima, Yara Bernette, Ana Stela Schic: São Paulo. O seu merecimento excepcional foi-me revelado quando aqui esteve para interpretar um programa inteiramente composto de produções dos alunos de composição de Camargo Guarnieri. Exteriorizou aquelas obras juvenis de cór, e como se as tivesse por definitivamente integradas ao seu repertório: a sério. Mais tarde, gravou em disco (que não pude ouvir) esse programa. 

Também excelente, a sua execução do 2º Concerto para Piano e Orquestra, de Camargo Guarnieri (Orquestra Sinfônica Brasileira, regência do autor, Ricordi SRE-4). Quando me constou que a ilustre jovem artista iria gravar obras de Nazareth, não me surpreendeu, nem me assustou que viesse a ter êxito. A sua compreensão da música brasileira evidenciada ao interpretar os discípulos daquela “posteridade” a que me referira ao tratar da obra do Padre Jaime Diniz. Afinal, nem todos podem ter ouvido Nazareth tocar, ou mesmo os grandes intérpretes seus contemporâneos.
Sabemos que Nazareth dominava uma escritura sem par entre todos os compositores populares do Brasil, e mesmo - afirmo-o até que me apresentem prova em contrário - do mundo.
Ainda assim, como sentiu e escreveu Darius Milhaud, havia muito de “insaisisable” em sua execução de suas próprias músicas, quer dizer: algo que não conseguia notar. Morto Nazareth, e alguns dos seus contemporâneos, como Henrique Vogeler, o que aí está são os seus textos, e com eles tem de se haver os intérpretes. Eu vinha observando que os pianeiros, quase todos, não mais podiam executar Nazareth. Abra-se exceção para Carolina Cardoso de Menezes. Eram os pianistas de classe, de há muito, que o faziam: Arnaldo Rebello, Mignone, Radamés Gnattali, Mário de Azevedo, Aloysio de Alencar Pinto: mais recentemente Homero de Magalhães, Gerardo Parente, Murilo Tertuliano dos Santos, outros ainda. Desses, alguns aproximam-se mais da aludida “tradição”; outros, chegaram a dar versões sem dúvida válidas e interessantes, porém distanciadas da ortodoxia nazarethiana. Eudóxia de Barros trazia para esta sua performance a sua admirável técnica, a sua enorme capacidade de estudo (- todas as suas músicas são minuciosamente dedilhadas e anotadas, como pude ver-),  o seu temperamento vivaz, a sua inteligência musical rara. Antes que gravasse aquele elenco nazarethiano, ouvi executá-lo, na Ricordi, em São Paulo. Convenceu-me. Esta gravação é um modelo de limpidez; de domínio técnico; de vibratilidade: de achados de sonoridade, por vezes, como nos graves do “Batuque”, quase sempre percutidos duramente, e aos quais Eudóxia de Barros dá um eficaz tratamento por meio do pedal e das teclas somente abaixadas. Impressionante, a segurança dos seus baixos, portanto da rítmica nazarethiana, tão rica e empolgante: a admirável regularidade do acompanhamento de viola, em “Apanhei-te Cavaquinho” e “Ameno Resedá”. Três das peças sobrelevam a meu ver, as demais em adequação da grande técnica, revelando a superioridade, nesse terreno de Nazareth até mesmo comparado com muitos compositores eruditos, ao sentido musical não somente instintivo, porém pensado, e eminentemente artístico, da substância musical: a valsa “Confidências”; o tango carioquíssimo “Carioca”; a mais perfeita das valsas de Nazareth: “Eponina”. Na 1a. face: “Tenebroso”, o rei dos “tangos brasileiros”, um dos mais belos noturnos violoneiros jamais escrito. Questão de preferência, porquanto tudo está ali realizado com clareza e sentimento. Na discografia nazarethiana, em que sobram os arranjos, e os acompanhamentos espúrios, este disco da Chantecler toma importância didática: é do Nazareth sem acréscimos, nem ornamentos banalizadores. Compreende-se que a ilustre educadora Eulina de Nazareth tenha querido assistir de pé a primeira audição desse disco. Discursando, após, celebrou o seu aparecimento, bem como agradeceu ao novo Acadêmico, Padre Jaime Diniz, a preciosa homenagem à obra do seu eminente Pai, representada pelo seu excelente livro.

Lamenta com muita mágoa, no auge de sua maturidade e desenvolvimento artístico, não ser mais prestigiada, como outrora, pela mídia das principais capitais do Brasil. Diz ela: “os tempos mudaram; hoje em dia, para se ter uma publicidade na mídia das grandes capitais, urge que o artista pague uma assessoria de imprensa; é muito triste! e ainda: os jornalistas são muito jovens; como o Brasil não gosta de ter memória, convenhamos que é muito difícil para eles, saber quem é quem. Eles prestigiam demais, e somente, os artistas estrangeiros e os brasileiros que residem no exterior; nós que optamos por residir no Brasil e dar uma contribuição à educação de seu povo, não temos o reconhecimento que mereceríamos. É lastimável! Qual o profissional que pode subsistir sem uma propaganda nos tempos de hoje?” Eudóxia luta por esta causa, por uma mudança neste sentido, mas ainda sem nenhum resultado, pelo menos por enquanto.


Sua trajetória de estudos, ininterrupta, sempre sabendo o que queria, abrange estas etapas: aulas em São Paulo com Mathilde Frediani (iniciou-se com ela), Karl Heim ex-discípulo de Kempff ( a quem deve a sua definição de pianista profissional, quando , aos 8 anos e meio, este professor, admirado com o seu progresso, lhe perguntou o que ela pretendia com os seus estudos de piano; “como assim?“ pergunta ela; ele explica que ela poderia tocar piano só para si própria, seu prazer, ou dar aulas de piano, ou sair pelo mundo tocando pelos teatros; “este último é o que eu gostaria de ser “ respondeu ela, estando selado o seu destino, sem volta), Magda Tagliaferro (em São Paulo e Paris) e seus assistentes em São Paulo e Paris: Nellie Braga, Lina Pires de Campos, Daisy de Lucca e Olivier Bernard; Guilherme Fontainha, Camargo Guarnieri, Sebastian Benda, Roberto Sabbag, e algumas aulas com Arnaldo Estrella, Yara Bernette, Bruno Seidhofer e Sequeira Costa. Na França ainda estudou com Pierre Sancan, Christianne Sénart, o russo Pyotr Kostanoff e Lazare Levy. Nos Estados Unidos, teve como professores, Olegna Fuschi e Howard Aibel; foi aos Estados Unidos com uma “fellowship”, para dar aulas na “North Carolina School of the Arts”, em Winston-Salem, onde permaneceu de 1965 a 1967, convidada pelo compositor Vittorio Giannini. Na Alemanha, estudou com Walter Blankenheim.



Publicou um livro em 1977, intitulado “Técnica Pianística - Apontamentos sugeridos pela prática do magistério e concertos”, editado pela Ricordi (encomendas pelo e-mail: ricordi@ricordi.com.br ou pelo telefone: (0--11)3331-6667, em São Paulo, SP ou pelo telefone: (0--11)5535-5518, na Revista Concerto).



Vários alunos seus venceram concursos nacionais de piano.

 Na época do LP, teve 31 LPs gravados principalmente pela Chantecler e ainda pela Ricordi, Alvorada, Marcus Pereira, Orpheo e Comep. Atualmente possui 14 CDs. Seu primeiro DVD foi lançado no dia 11 de Agosto de 2007, pela COMEP e se intitula “CONVITE À MÚSICA”. Todos os Cds e DVD se encontram à disposição, para encomenda, pelo site: www.correiomusical.com.br ou pelo telefone (0--11) 2275-0834 ou pela Revista "Concerto" (0--11) 5535-5518. Ou ainda pelo Telemarketing 0800 - 7010081.



Já se apresentou na França: em Paris (várias vezes na Salle Gaveau, tendo por empresário naquela ocasião, o Sr.Dandelot), em Bourges, no Château d’Artigny e no Château de Isenbourg. Na Suiça, em Lausanne, Genève e Puilly. Em Londres (Canning House). Tocou várias vezes em Bogotá, Quito, Lima, Assunción, La Paz, Cochabamba, Tegucigalpa, Panamá, Manágua (por ocasião do centenário de Rubem Dario); todos estes recitais pela América Latina foram organizados pelo Itamaraty; no Porto, em 1997. Nos Estados Unidos: em Houston, Miami, Chicago, Asheville, Cleveland, quando solou com a “Cleveland Philharmonic”, sob a regência de José Serebrier; várias cidades do Estado de Carolina do Norte, quando solou com a “North Carolina Symphony”, sob a regência de Benjamin Swalin, como prêmio por ter alcançado o 1º lugar por unanimidade, num concurso para solista da referida Orquestra, na temporada de 1966-1967, apresentando a “Rapsódia sobre um tema de Paganini” de Rachmaninoff; recitais em New York, no Town Hall, em 1967 e Carnegie Hall, em 1969; em Washington, DC., em 1966 e 1967. Ainda em 1967, uma “tournée” pelo México.


 
Mais recentemente, ficou muito feliz com o prêmio que recebeu da “Associação Paulista de Críticos de Arte”( APCA ), como a “MELHOR RECITALISTA de 1997”.
Em Porto Velho, RO, existe uma rua com seu nome, em sua homenagem, no Loteamento   NOVA CAIARI – II.



Há várias citações de seu nome na 5ª edição do livro "História da Música no Brasil", de Vasco Mariz.
Desde 1993 pertence à ACADEMIA PERNAMBUCANA de MÚSICA, do Recife.
Sua oferta de trabalho se constitui em:

-Recitais, com programa eclético, sendo metade com autores estrangeiros e outra metade com brasileiros, em Teatros, Igrejas, Escolas ou Conservatórios de Música.

-Recitais, com programa mais leve, em jantares, congressos ou ao ar livre.

-Concertos com Orquestra, com repertório tradicional e brasileiro.

-Aulas particulares a alunos de todos os níveis e idades, para estudo regular e/ou preparo eventual para vestibular ou concursos.

-Curso- Palestra para alunos e professores de piano, abordando: trajetória de carreira, como estudar uma nova música, comentários sobre os erros mais comuns entre os estudantes de piano e audição dos alunos ou de quem queira se apresentar. Duração: 3 a 4 horas.
-Palestra sobre Ernesto Nazareth e audição opcional de alunos interpretando esse compositor e congêneres. Duração: 3hs.
-Curso- Palestra sobre "Estudos de emergência", também com audição opcional de alunos. Duração: de 3 a 4 horas.

Em Dezembro de 2006, foi lançada uma nova edição, revisada e ampliada, de seu livro intitulado "TÉCNICA PIANÍSTICA - Apontamentos sugeridos pela prática do magistério e concertos", pela Editora RICORDI. À venda pelo telefone: (11) 3331-6766.

Em 2009, recebeu a Comenda do Mérito Anhangüera, que é a mais alta condecoração conferida pelo Governo do Estado de Goiás.

No dia 25 de Janeiro de 2010, fez a abertura da solenidade de posse do novo Reitor da USP, Prof. Dr. João Grandino Rodas, na Sala São Paulo, executando em solo, a “GRANDE FANTASIA TRIUNFAL sobre o HINO NACIONAL BRASILEIRO”, de Gottschalk, seguida de concerto pela OSUSP, sob a regência da Maestrina Ligia Amadio.





REGENTES COM OS QUAIS TOCOU NO DECORRER DE SUA CARREIRA:

Armando Bellardi
Benjamin Swalin
Bernardo Federovsky
Bruno Roccella
Carlos Alberto Pinto Fonseca
Carlos Lima
Carlos Veiga
Chleo Goulart
Ciro Pereira
Cláudio Ribeiro
David Machado
Diogo Pacheco
Edoardo De Guarnieri
Eduardo Ostergren
Eduardo Rahn
Eleazar de Carvalho
Eliseu Ferreira
Gedeão Martins
Henrique Morelenbaum
Henrique Vieira
João Souza Lima
John Luciano Neschling
Jorge Kaszás
José Nilo Valle
José Serebrier
José Viegas Neto
Júlio Medaglia
Luiz Fernando Malheiro
Lutero Rodrigues
Marcelo Urias
Marcos Pupo Nogueira
Mário Tavares
Mozart Camargo Guarnieri
Nelson Nilo Hack
Pablo Komlós
Parcival Módolo
Priscila Paes
Roberto Ondei
Rodrigo Müller
Ronaldo Bologna
Tullio Colacioppo
Vicente Fittipaldi


  
Críticas:

Arnaldo S. Thiago
(da Academia Catarinense de Letras- Florianópolis - SC)

(ouvindo a grande pianista paulistana no recital Gottschalk em São Paulo, no dia 4 de Setembro de 1969)

Embaixatriz do Reino da Harmonia,
Fizeste-nos ouvir em teu piano
Os acordes suavíssimos do plano
De onde vem a celeste melodia

Como interpretas bem a Fantasia
do nosso excelso hino brasiliano!
Como deve querer-te o Soberano
que te fez ver na Terra a luz do dia!

Sim! Trouxeste do Céu o dom divino
de fazer-nos ouvir o eterno hino
com que se glorifica o Criador.

Depondo, respeitoso, ardente beijo
em tuas lindas mãos, eu nelas vejo
quanto há de belo no divino amor !



Veuillez recevoir, mon affection, 10 de Dezembro de 2007
Prof. Bernard Barrandon
Consul de Mônaco

Vos récitals, chére Eudoxia, sont un véritable régal:

Premierement votre charme et votre charisme. Le programe musical, toujours varié; à propos, comment faites-vous pour mémoriser ce vaste répertoire si bien choisi et de grande difficulté. Ce qui est admirable c'est que vous sortez de ce marathon "fraiche comme une rose" comme on le dit dans le doux pays de France.

Merci pour ce beau récital, je profite ce petit mot pour vous envoyer, ainsi qu'au grand Oswaldo Lacerda une grande fête de Noël et un merveilleux 2008 plein de joies, de bonheur, de santé et de musique.




O Estado do Amazonas – 08 de Julho de 2006
Icbeu - a festa dos 50 anos
Coluna do Marinho

Quem não foi perdeu uma das apresentações mais sensacionais que já vi aqui na terra Ajuricaba. Depois da bonita Missa Cabocla cantada por Raízes Caboclas e celebrada por Dom Luiz, nosso Arcebispo, cedo pela manhã, à tarde tivemos o lançamento do livreto "ICBEU - 50 anos - Um sonho que virou realidade, com mais de 80 páginas de depoimentos de professores, dirigentes e ex-alunos, que contaram um pouco de como o professor Rui Alencar e alguns companheiros tornaram o sonho de um curso de língua inglesa, começado em 1956, virou a Universidade que hoje conhecemos na avenida Joaquim Nabuco. Depois teve a apresentação da Big Band e a abertura da exposição de artistas locais, para às 20hs começarmos a ouvir a aula de música e de interpretação ao piano de uma das mais importantes intérpretes brasileiras, Eudóxia de Barros, que desenvolveu com maestria um levantamento da música internacional e principalmente regional da composição e do piano no Brasil. Foi aula de uma brasileira extraordinária que durante sete espaços musicais foi de Mozart aos pianistas brasileiros Osvaldo Lacerda, seu marido passando por Mignone, Edino Kriger, Zequinha de Abreu, Ernesto Nazareth (ela é uma das suas mais vigorosas e competentes intérpretes), terminando com o amazonense Arnaldo Rebelo fazendo uma das suas mais conhecidas obras "Lundu Amazonense", me lembrar as ótimas performances dele no teatro Amazonas. Para encerrar com a obra-prima do músico americano Louis Gottschalk na sua "Fantasia Triunfal sobre o Hino Nacional Brasileiro", que após uma frenética e desbundante interpretação da querida artista, viu a platéia aplaudi-la de pé. Foi lindo e empolgante. De arrepiar e empurrar de volta uma ou outra lágrima que teimava em aparecer nos nossos olhos.

Ruy, Helena, Bernardo, Belém, Bob Vieira, Lindalva, Simi e agora até o Gonzalez que com a gente não sentaram na platéia, lá de cima agradecem o bonito espetáculo. As fotos do Uerlan Monteiro da Foto Nascimento retratam um pouco da festa.



Diário Popular – Pelotas – 21 de Abril de 1985
Eudóxia mostrou que é uma estrela
Nelson Abott de Freitas

Depois de muito anunciado pela subsecretaria de Cultura da SEC e 5a. DE, o concerto de Eudóxia de Barros saiu finalmente em dia e horário marcados. Conservatório de Música lotado e o público em silenciosa expectativa aguardou a presença da artista que traria a arte de Ernesto Nazareth. E trouxe realmente, num esbanjo de técnica, criatividade e empolgação que animou a platéia.

Eudóxia é uma figura de carisma, sensível, profundamente sensível, elegante no palco e bem brasileira, até na sua cor amorenada. Ao piano, pulso, mãos, dedos movimentam-se com notável agilidade, flexíveis e à vontade, como se estivesse agindo apenas o coração com o seu amor nacionalista. É forte, audaz, com tamanha fluência que transmite a impressão de deixar dominar-se pela intuição. Seu corpo dança, especialmente ao executar "Ameno Resedá" ou "Apanhei-te Cavaquinho", e nos faz reviver os pares ao som de Nazaré, num baile animado. Mais que isso, ela nos traz a magia do nosso tango e da nossa polca. Daquilo que na linguagem coloquial chamamos de "chorinho". Ou, então, das valsas ternas que ele compôs como ninguém.

Eudóxia de Barros conseguiu eletrizar a platéia, criando um clima de brasilidade. Vi sorrisos nos lábios de muita gente, enquanto tocava "Odeon" ou "Tenebroso". Assim como senti ternura à minha volta na medida em que tocava valsas como "Elegantíssima" ou "Eponina". E foi nesse tom de festa que o recital chegou ao seu final. Mas a artista teve de voltar, e tocar mais dois números: um deles, Fantasia do Hino Nacional Brasileiro, que emocionou e arrancou até aplausos inoportunos.

APianista famosa que tocou em Paris como estrela da música brasileira, Eudóxia precisou enfrentar o preconceito para renascimento de Ernesto Nazareth. Mas valeu o sacrifício da artista, pois ressurgiu com ele todo um passado musical que vem do II Império e que estava esquecido pelos eruditos. Temos de convir que foi um ato de coragem, mas que permitiu ao público de hoje, reunir-se para ouvir polcas e tangos, já nem se fala nas valsas, em recitais que se envolvem em atmosfera de aconchego, de reunião de família - por serem músicas muito nossas - como se estivéssemos num antigo sarau. Parece-me que foi assim o de Pelotas.

Espetáculos como esse, seja de música erudita, semi-erudita ou popular, numa época em que a cultura brasileira se avassala e se deteriora em favor de elementos culturais alienígenas, são sempre bem-vindos. Agradam e fazem bem.



BOURGES – Berry Republican du 19 Janvier 1982.
CONCERT
EUDÓXIA DE BARROS
L’ESPRIT ET LE COEUR




Toute la chaleur de l’âme brésiliennne était bien nécessaire pour réchauffer l’ambiance du théâtre Jacques-Coeur, dimanche aprés-midi. Une cinquantaine de spectateurs seulement s’étaient deplacés pour entendre la pianiste brésilienne Eudóxia de Barros. Sans doute la mixité du programme, mêlant musique classique européennne et musique brésiliennne, avait-elle découragé les amateurs uniques de chaque genre, qui pourtant ne sont pas si éloignés l’un de l’autre.

Toujours est-il que ce demi-désert aurait pu saper le moral d’une artiste a l’âme moins bien trempée. Mais Eudóxia de Barros n’en avait cure. Elle a joué comme pour une salle comble, avec la même générosité, le même don total.

En première partie, avec des oeuvres de Bach, Bartok, Liszt et Moskowsky, elle avait choisi la difficulté, temoignant d’une technique éblouissante, d’une autorité de maitre, d’une virtuosité extraordinaire. Attentive á son art, elle semblait intellectualiser la musique.

Avec Villa-Lobos, Ernesto Nazareth et Camargo Guarnieri, trois compositeurs de son pays, Eudóxia de Barros a laissé parler son coeur. Totalement influencée par la musique européenne, l’oeuvre de Lobos forme comme un trait d’union avec celle de Nazareth, premier musicien classique brésilien a avoir introduit des éléments locaux dans sa création. Grande spécialiste de ce compositeur, la pianiste en parle avec l’émotion qu’elle met dans son interprétation. Mais c’est sans doute après le rappel qu’elle s’est le mieux livrée, dans une fantaisie sur l’hymne national brésilien, pour lequel elle semblait animée d’une flamme intérieure.





JOURNAL: Activités Musicales
DATE: Avril 1982
SIGNATURE: Marie Rose Clouzot




EUDÓXIA DE BARROS se veut un trait-d’union entre la musique sud-américaine el la musique française. Dans cette optique, elle a entamé son dernier récital parisien (Gaveau, 27 Janvier 1982) par l’intégrale des Saudades do Brazil de Milhaud, si rarement jouées dans leur entier, et encore plus rarement jouées aussi bien, avec un sens aussi fin de ce que le musicien français a su ajouter aux rythmes brésiliens. Je n’aime guère "La Famille du Bébé" de Villa-Lobos: L’ écriture en est faussement debussyste et l’inspiration se rapproche plus souvent de la Méthode Rose que des Scènes d’Enfants de Schumann. Ce que ne fait qu’accroître le mérite de l’ínterprète!!!

Parmi les autres compositeurs brésiliens inscrits au programme, le plus intéressant m’a semblé être Camargo Guarnieri dont les trois Danses, aussi sauvages qu’originales pourraient être mises en parallèle avec certaines pages de Bartok ou de Prokofiev. Mademoiselle de Barros les a jouées avec une fougue et un enthousiasme convaincants.





Dernières Nouvelles d’Alsace
GUEBWILLER
Nº. 11 - Jeudi, 14 JANVIER 1982
ROUFFACH




EUDÓXIA DE BARROS

Ce soleil qui nous vient d’ailleurs

Dans un cadre féerique, le château d’Isenbourg enfoui sous la neige, Eudóxia de Barros, pianiste brésiliennne, se proposait samedi soir d’emmener son auditoire au pays du soleil er des flots bleus.

Eudóxia de Barros, qualifiée dans son pays de "merveilleuse el plus grande divulgatrice de la musique brésilienne" se révéla très tôt. En effet, c’est à l’âge de 16 ans qu’elle monta pour la première fois sur les planches. Et depuis lors elle parcourt le monde, faisant vibrer les foules dans toutes les salles de concert.

Pour son concert rouffachois, elle ouvrit le livre de la musique brésilienne à travers des oeuvres de Nazareth, Vasconcellos Correa, Krieger, Villa-Lobos et Guarnieri. Musique classique ou musique populaire, Eudóxia de Barros les interprète avec une même fougue, une passion toujours renouvelée. Avec un sens inné du rythme, elle s’emporte et communique sa joie de jouer au public.

Avec 3e cycle du Nord-Est, de Marlos Nobre, nous avons découvert une manie nouvelle d’utiliser le piano. Au-delà de sa fonction première d’instrument mélodique, il servit aussi de percussion, d’élément rythmique.

Soirée de fête que cette soirée brésilienne: il était impossible de ne pas entrevoir dans les trois danses de Guarnieri, Rio son soleil et son carnaval, de découvrir un peuple où la musique est un élément du quotidien. Ou encore dans les tangos de Nazareth, d’apercevoir cette femme à la chevelure d’ébène virevolter dans une "boite" de São Paulo.

Certes ce sont là des idées et images reçues, mais faute d’avoir été au contact de la terre elle-même, laissons-nous bercer par notre imagination.

Fête, soleil et chaleur, nous les retrouvions tous en un dans un bouquet final éblouissant avec "Fantaisie sur I’hymne national brésilien" de Gottschalk, compositeur américain qui comme nous s’est laissé séduire par le Brésil.





Diário Popular - 12 de Dezembro de 1976.
Auditório
Hispaniae Musicorum Princeps
José da Veiga Oliveira




PIANISTAS

Emergindo daquela tragi-comédia "8 ou 800" da TV Globo, em cujo decurso defendeu com bravura vida e obra de Ernesto Nazareth, para concluir lamentável e ingloriamente, como aliás previramos num programa para macacos de auditórios, no qual música, arte, cultura, entram como Pilatos no Credo; EUDÓXIA DE BARROS retornou ao MASP, totalmente lotado, para récita de inusitada dimensão artística, na qual nossa gloriosa artista pareceu inaugurar novos mundos, inéditas dimensões, invias trilhas, a começar por Wolfgang Amadeus Mozart, que Eudóxia até agora pouco frequentou. Desta feita, Mozart foi contemplado , através duas composições interligadas habitualmente, ambas na clave de dó menor: - Fantasia KV. 475; Sonata KW 457. Tais obras não apelam senão para a sinceridade e os sentimentos profundos. Mozart parecia imerso numa crise emocional, porque tanto uma como outra partitura nada inscrevem do estilo galante típico do Setecentos e suas derradeiras décadas; e o contraste não poderia ser maior. Na Fantasia, Mozart dá curso à livre improvisação, enquanto a Sonata enlaça a forma rigorosa a um estilo inconfundìvelmente pessoal. Eudóxia encontrava-se mais que nunca interiorizada. Nem lhe reconheciamos o habitual feitio leonino da postura, o "penchant" do brilho virtuosístico. Mais recolhida, subjetivada, auscultando vozes que murmuram mensagens inefáveis , sua execução conteve a essência da criatividade. Nem por outro motivo permanecerá inscrita indelével na sensibilidade de quantos tiveram a sorte de ouvi-la. Seguiu-se lindíssima reposição da Barcarola em fá sustenido maior, op. 60, de Chopin, cantante e pura, para retroagir ao não menos inefável Impromptu em sol bemol maior, op. 90 n. 3, de Schubert, tocado numa linha cantante, de rara penetração estilística. A esse Lied ohne Worte premendelssohniano contrastaram os Funerailles de Liszt, enfocados numa atmosfera lírica, fantasmagórica, exaltada, porém jamais histérica. Soube Eudóxia dignificar essa mui abusada, mas soberba página do pianismo romântico.
Todo o repertório pareceria convencional, mas somente em aparência, porque Eudóxia nunca o é, jamais se repete sempre sabe ser autêntica. Toda a referida ubiquidade entroncou na primeira parte do recital. Na 2 ª parte, "Em memória de um amigo"de Camargo Guarnieri, com seus elegiacos e soltos "overtones", parece prolongar as funereas meditações de certos "Ponteios", enquanto "6 prelúdios e ½"de Mignone, já pelo título recordam Satie, o endiabrado e irreverente autor de "Gymnopédies". Mignone parece brincar com a arte de compor; dá-se ao luxo de escrever ao sabor do devaneio, sem a preocupação mínima de estilo. Gratuidade total! Intervalos, dissonâncias, atmosferas, recordam concreções atonal-dodecafônicas. Fascinante arte de compor. Espécie de jogo aleatório de uma das mais extraordinárias e lúcidas mentes da música brasileira, Mignone está pedindo estudo em profundidade sobre sua multiforme produção. Se "Embolada" de Almeida Prado deixa de imbuir-se de originalidade, o que também pervade "A inúbia do cabocolinho" (que nada tem a ver com "caboclinho"!) de Guerra Peixe, já o reverso dá-se com Ernesto Nazareth, cuja música se agiganta cada vez que a ouvimos numa interpretação idiomática e completa como as que Eudóxia ofertou. "Turuna"foi a nosso ver o ápice absoluto da noitada. Tecnicamente impecável, a sonoridade balanceada jogou com graves e agudos distribuidos com absoluta perfeição na molenga linha melódica, mas sem a mínima incidência de prepóstera vulgaridade. "Apanhei-tee cavaquinho" precedeu "Suggestion diabolique" e "Toccata", op. 11, de Prokofiev, espécie de um Liszt propulsivo, modernizado, anti-romântico, descabeladamente percutivo. Eudóxia tocou como ninguem: elétrica, flamejante, cem por cento comunicativa, mesmo gripada, altamente febril!...





O Estado de São Paulo
05 de Julho de 1974

Pianista equilibra técnica e estética

Caldeira Filho

PIANISTA EUDÓXIA DE BARROS - Programa: Bach-Busoni, Coral; N Brahms, Rapsodia op. 79 n. 2; Beethoven, Sonata op.79; Chopin, Berceuse e Balada op 38; Nilson Lombardi; Miniatura n 2; Camargo Guarnieri, Improviso n. 2; (1° audição) - Homenagem a Villa-Lobos; Pe. Penaiva, Mini-suite; E. Nazareth, Batuque; Leon Biriotti, Espirales; Liszt; São Francisco de Paula caminhando sobre as ondas e Mefisto Valse. Para o Departamento de Cultura, dia 28, no MASP.

Eudóxia de Barros é uma pianista privilegiada. Possui o raro dom do equilíbrio técnico-estético, do qual resulta um acabamento perfeito para as suas realizações. Equilíbrio não quer dizer uniformidade nem monotonia, e muito menos "meio-termo". Significa justamente o contrário: proporcionar e dosar artisticamente os contrastes, por mais intensos ou opostos que sejam os fatores em jogo. Nem tanto ao mar nem tanto à terra, costuma-se dizer. Ela, porém, vai ao mar decididamente e corajosamente tanto quanto lhe for expressivamente necessário, e igualmente o faz quando precisa ir à terra. Poder-se-ia desejar maior serenidade do que a que se ouviu envolvendo a Berceuse de Chopin? Maior interioridade no Coral de Bach? Por outro lado, maior violência do que a tempestade que assustou São Francisco de Paula quando se pôs a andar sobre as ondas? Ou mais diabólico encantamento do que o provocado pela presença de Mefistófeles na peça de Liszt?

É preciso não esquecer a sua capacidade de equilibrar também dimensões estéticas. Do compositor brasileiro Nilson Lombardi, de quem conheço uma série de 10 interessantes Ponteios para piano, Eudóxia tocou Miniatura n. 2. Entendemo-nos: miniatura não é o simplesmente diminuto, pequenino e delicado. É o objeto total, com todos os seus pormenores, com todas as suas realidades, mas em ponto, mínimo de dimensão. É como ver as coisas por um binóculo invertido: tudo se reduz em tamanho, mas nada se perde em exatidão ou realismo. Lombardi conseguiu isso, em termos de ternura e expressão, com uma música que mal dura um minuto. E Eudóxia foi capaz de fazer-nos ouvir a intensidade total dessa ternura e dessa expressão; de fazer evolar daqueles poucos compassos toda a musicalidade neles contida; foi capaz, enfim, de desvirar o binóculo (mas haverá binóculo auditivo?) aproximando o objeto sem perda de sua distância estética, onde justamente lhe reside o valor. Bravos ao autor e à intérprete.

Assinalo ainda a peça de Camargo Guarnieri, O Improviso n. 2 - Homenagem a Villa-Lobos. A atmosfera é a de um choro quase torturado, choro-pranto e choro-seresta, ao mesmo tempo, em perfeita aproximação com o estilo do homenageado e em completa adesão emotiva à sensibilidade do mestre.

E, é claro, as demais peças foram dadas por Eudóxia com a mesma perfeição estilística, profunda sensibilidade estética e uma realização pianística que tudo enobreceu e alegrou sobremaneira o Batuque do Ernesto Nazareth. Na vastidão do recinto, um piano de sonoridade mais aberta e ampla teria beneficiado a artista.



"O Estado de São Paulo" - 1970
A arte superior de Eudóxia de Barros

Carlos Vergueiro

Eudóxia de Barros, além do talento que Deus lhe deu, e que é grande, possui outras qualidades que lhe fizeram chegar ao ponto que chegou: uma das melhores pianistas brasileiras. Eudóxia de Barros lutou, trabalhou muito, passou por diversas escolas, tirando de cada uma o que há de melhor, e formou sua própria maneira de interpretar, de sentir, aprimorando sempre e colocando a serviço de sua sensibilidade uma técnica pura e desenvolta.

No ponto em que está na carreira, Eudóxia de Barros não necessita mais de apresentações. É completamente inútil dizer com quem estudou, onde andou, onde ensinou, onde aprendeu; é uma artista completa que continua lutando pela ingrata e dificil posição que escolheu ou que a vida escolheu para ela: ser uma pianista.

Recebemos esta semana o último LP de Eudóxia de Barros, gravado para a Chantecler, de número CMG 1049, onde ela interpreta Chopin e Bela Bartok. Pelos dois autores escolhidos para seu disco, Eudóxia de Barros já mostra sua versatilidade. E quando lembramos que toca Nazareth como ninguém; que se dedica aos novos compositores brasileiros tirando belezas de suas obras; que é uma das melhores intérpretes de Camargo Guarnieri, segundo o próprio compositor, podemos ver o quanto Eudóxia de Barros é realmente versátil, conseguindo sempre descer ao fundo das intenções das obras dos autores que escolhe para seu imenso repertório.

Neste LP, temos as valsas opus 64 nº1, opus 64 nº2 e a em mi menor, póstuma e os Noturnos opus 9 nº1 e opus 72 de Chopin, além da Sonata de 1926, de Bela Bartok, de grande dificuldade técnica e interpretativa, que encontrou em Eudóxia de Barros uma executante à altura.

Todos os que se interessam pela boa música e pelas boas interpretações, devem procurar conhecer este último LP de Eudóxia de Barros, para a Chantecler.



Cleveland, February,17, 1969
“The  Cleveland Press”
By Dick Wootten

“PHILHARMONIC STIRRING IN ALL-LATIN PROGRAM”

Miss de Barros, a shapely, raven-haired beauty was more master than slave in the Second Piano Concerto by Guarnieri. It was the U. S. premiere of this concerto by Brasil’s N.1 composer.

Miss de Barros performed the work with great confidence, caressing the keys like a Debussy, hammering them like a Bartok and marking the sound emerge clearly like a Mozart. She is an excellent pianist.



By Caldeira Filho
“O Estado de São Paulo”
São Paulo, December 5, 1968

“THREE PIANISTS, THREE STYLES”

...”Eudóxia de Barros who was presented last 20 at the Municipal Theatre, has to her credit a formation very complete of her qualities which made her a famous pianist. Her way of playing is characterized by the emotional vibration, by the generous abandon of her musicality to the composer’s personality, of her intelligence to the interpretative vigilance, of her virtuosity to the expressive means asked at very passage. From that, it results what we can really say “interpretation”, or in other words, a performance where all the present elements go to an unity of a first-rate, making to emerge from the dead notes of the paper, an alive and communicant music. Eudóxia de Barros has a way of playing very fecund in effects and gives a style particularly creative to the interpretation”.



Wilmington Morning Star
Wilmington, N.C., April 19, 1967

Following the intermission, came a marvelous woman pianist, Eudóxia de Barros, a Brazilian, and a most prodigious performer on the piano. With the orchestra’s accompaniment, she played the Variations on a Theme of Paganini for Piano and Orchestra. There are 24 of those variations, and that’s a lot, but she made each one a gem of the first water, and the audience went wild over the performance.

Her power was something to marvel about.

Her technic was magnificent, with a sparkling display of octave playing, for instance, that was almost incredible to behold and to hear.

From the "Firebird" of Stravinsky the Infernal Dance, the Berceuse, and the Finale were played by the orchestra, after the long white - gowned pianist was finally permitted to stop bowing her thanks for tumultuous applause, and that closed the printed program.



BY LINDA LAWS
"HICKORY DAILY RECORD"
HICKORY, N.C., April 13, 1967

"BRAZILIAN PIANIST HIGHLIGHTS BRILLIANT PERFORMANCE UNDER LEADERSHIP OF DR. SWALIN"

The excellent performance of the North Carolina Symphony under the capable baton of Dr. BenjaminSwalin at the P. E. Monroe Auditorium on campus of Lenoir Rhyne college Wednesday evening was highlighted by the magnificent performance of Miss Eudóxia de Barros, pianist.

During Wednesday evening’s performance, she played "Rhaphsody on a Theme of Paganini for Piano and Orchestra", and completely stole the second half of the show.



BY G. BAQUEIRO FOSTER
"EL NACIONAL’
México, D. F., Marzo 28 de 1967

"OPERA, CONCIERTOS, BALLET"

... obras con las que ya se pudo apreciar su avanzada técnica pianistica y el domínio de la interpretación, en la que tuvo momentos muy felices.

Beethoven estuvo representado en su programa con la "Sonata Op. 10 nº2", destacando una ejecución limpia y clara y una feliz matización, sobre todo en el Allegretto. En el último movimiento lució su agilidad digital y un fino concepto del estilo beethoveniano.

Su programa también contuvo obras de los modernos, que ejecuta con alarde de técnica y buen gusto. Essa noche se le aplaudió calurosamente la "Sonata" de Bela Bartók, "Pájaros tristes" y "Alborada del gracioso", de Ravel, y las preciosas "Tres danzas", de Camargo Guarnieri.



By Fernando Pineda Ugarte
"El Pueblo"
Tegucigalpa, Honduras, Central America, June 17, 1967

"BRAZILIAN PIANISTS"

By 1914, more or less, a young pianist, from 18 to 20 years old, very pretty, arrived in Genebra (Switzerland). At her concert in the "Tonhalle"she played, among the many pieces of the program, the "Turkish March" of Beethoven. And she played it with so much brilliance, that the audience, in which I was, clapped in some unusual way and she had ro repeat it three times. This pianist who is now the best from Brazil and undoubtedly one of the best in the world, calls Miss Guiomar Novaes. Just now, when our Sociedade Pró-Arte from Honduras sponsored the concert of the evening June 13, at the "Casa de la Cultura", with the young pianist Eudóxia de Barros, Brazilian too, I guessed I was going to meet another great pianist. And it was like this. The Beethoven and Chopin Sonatas were played impeccablely. But the audience who contributes with its attitude to the success of a concert, exceeded in enthusiasm with the second half of the program. The climax came with the encore Rachmaninoff’s Prelude in G minor, and the program was over with a marvelous tenderness sentiment through the Shostakovitch’s Small Dancer. How much delicacy and how much charm, for Godness’s sake! Eudóxia de Barros, also a beautiful woman, I am sure, will take a similar place as of Miss Novaes, my first great idol as a pianist".



By Raymond Ericson
"The New York Times"
New York, November 22.1967

"EUDÓXIA DE BARROS PLAYS PIANO RECITAL"

"Eudóxia de Barros, a young Brazilian pianist who has been teaching at the North Carolina School of the Arts for the last two years, made her New York debut recital in Town Hall last night and proved to be an attractively individual artist. She has a lean, wiry style that comprises both delicate and thunderously forceful playing and that works best in contemporary music. She gave a striking reading of the Bartók Sonata where the percussive quality of individual notes and chords, the sharply defined textures and the nervous momentum were brilliantly fused. There were wisps and flashes of color in Ravel’s "Oiseaux Tristes" and "Alborada del Gracioso" and some insinuating rhythms in "Three Dances" by Camargo Guarnieri, the pianist’s country man. In many individual passages in Beethoven’s Sonata in F (Op. 10 nº 2) and "Chopin’s B minor Sonata. Miss de Barros’s playing was effectively personal. The opening and closing pages of the Scherzo in the Chopin, for example, were light and fast each note distinct. The curious Beethoven Sonata had a good deal of pawky humor".



By Ylda Novik
“The Evening Star”
Washington, D.C., June 12, 1967

“In Eudóxia de Barros, pianist at last evening’s National Gallery of Art concert, we find a young woman who approaches her instrument - and the music she plays on it - with the greatest of warranted confidence. Her self-assurance stems from her training with the great Magda Tagliaferro and her subsequent brillantly acclaimed concert career in South America... When it came to large works the gifted artist did not quail at the rigors of either the Sonata of Chopin in B Minor, Opus 58 or Bartok’s sole composition in that form. Indeed she seemed to relish the abundant octave passages with which both sonatas are liberally endowed. Her superb reading of the Bartok assures her a firm place as an exponent of the Hungarian master’s music. Ravel’s, Oiseaux Tristes and Alborada del Gracioso rounded out the program-assuredly one of this year’s best recitals at the East Garden Court”.



By Cecília H. Porter
“The Washington Post”
Washington, D.C., June 12, 1967

“PIANIST PLAYS RECITAL WITH FIRE AND GUSTO”

“A young native of São Paulo, Brasil, performed a fine piano recital last night at the National Gallery. She was Eudóxia de Barros, a leading new artist in her own country who received a diploma from the Mozarteum in Salzburg and teaches at the North Carolina School of the Arts in Winston-Salem. Her artistic outlook can be immediately classified as energetic rather than pensive. This characteristic was felt last night in her unfailing rhythmic drive, in her agility and in her fiery approach to all she played... This psychological momentum also gave direction to the works without impeding her sense of finesse in detail. An unflagging legato and rhapsodic freedom in the Giannini’s Interlude lent an air of fantasy to a vaporous passacaglia... In Miss de Barro’s hands the Chopin Sonata was charged with feverish interchanges between furioso and cantabile. The Scherzo received all the suppleness it required and the Finale brought moments unrelenting gusto. A few minutes of well-played Ravel, the “Oiseaux Tristes”and “Alborada del Gracioso”, prepared the way for Bartok’s Sonata, each movement of which determination drove Miss de Barros through the first Allegro with homogeneous percussive barbarity. And she gripped the concluding movement with primitive rhythmic madness until the end”.



By Pattie Lambert
“The Rocky Mount, N.C. Telegram”
Rocky Mount, May 16, 1967

...”The evening’s featured soloist, pianist Eudóxia de Barros played with drive and vigor. She displayed finesse and sensitivity in the passages requiring these qualities”.



“The Fayeteville Observer”
Fayeteville, N.C., April 21, 1967

...”Easily the hight–light of the evening was Miss Eudóxia de Barros performance of the solo part to Rachmaninoff’s “Rhapsody on a theme of Paganinni”. Miss de Barros was more than equal to the considerable technical demands of the work and played with an admirable verve and spirit”.


By Bill Mebane
“The Asheville (N.C.) Times”
Asheville, April 26, 1967

“SYMPHONY OFFERS BRILLIANT PROGRAM”

The Musicians produce a sound that is both rich and brilliant, and last night’s program, adorned by Brazilian pianist Eudóxia de Barros, gave plentiful opportunity to show off those qualities.

Miss De Barros, now teaching at the North Carolina School of the Arts in Winston-Salem, was heard in performance of the “Rhapsody on a Theme of Paganini”, by Rachmaninoff.

The piece, composed in 1934, was Rachmaninoff’s last work for orchestra, and it is a razzle-dazzle display of pianistic pyrotechnics.

Miss De Barros made it a pleasure from first to last.

The composition was a triumph for both soloist and conductor.



By Beverly Wolter
“Winston-Salem Journal”
Winston-Salem, April 22, 1967

Miss de Barros, a teaching fellow at the North Carolina School of the Arts, played Rachmaninoff’s Variations on a Theme of Paganini for Piano and Orchestra. She is a forceful player but has a vital sense of lyrical values.



By Joan Reinthaler
“The Washington Post”
Washington, D.C., May 13, 1966

...”The good-sized audience assembled at the Pan-American Union last evening was treated to an impressive and intelligently played program by pianist Eudóxia de Barros... Miss de Barros plays as one who has been well trained and who, in addition, is a good musician”.




By Veiga de Oliveira
“Diário Popular”
São Paulo, August 21, 1966

...”There was in Bizancio na empress called Eudóxia, famous in the church annals. We also have in São Paulo an Eudóxia, who also deserves the title of empress, the empress of the piano. Coming recently from the United States (for a few months in Brazil) where she is a student of Olegna Fuschi and a faculty member of the North Carolina School of the Arts, she presented the “Rhapsodie” by Paganini-Rachmaninoff, with the “Orquestra Sinfônica Municipal” under the direction of Edoardo De Guarnieri... How beautifully Eudóxia de Barros was able to phrase! What superb passages of quick, terrific octaves in the finale! Everything happened without any failing, any stumble, any memory mistake, with a technical and interpretative command, resulting from a complete maturity, absolute concentration and stylistic understanding. She is, without doubt, one of the most extraordinary artist of Brasil”.



By Andrade Muricy
“Jornal do Comércio”
Rio de Janeiro, October 6, 1962

...”Very few times we have attended a concert with such perfect integration: temperamental and intelligent, as we attended last night at the Eudóxia de Barros’s recital”.



By Tavares de Lima
“A Gazeta”
São Paulo, April 7, 1962

...”It seemed to us that everybody (orchestra, pianist and conductor), had received in that night some special  inspiration in order to transmit the name “Brazil” through the creative language of Camargo Guarnieri. We already had heard the recording of this “Concerto n.1”, which impressed us very much, but the performance of yesterday surpassed our expectation. And, very few pianists will be able to play with the bravura which Eudóxia de Barros displayed last night”.



By Caldeira Filho
"O Estado de São Paulo"
São Paulo, November 18, 1961

... "Eudóxia de Barros is a very well developed pianist is sheer virtuosity as well as in the creative task of interpretation. Everything sounds clear, transparent, measured but spontaneous, impeccably constructed but communicative, with much technique but always with much beauty... The pieces which she performed allowed her to show her most outstanding qualities, like the versatility of expression and this splendid musicality so exuberant, generous, excellently cultivated, thanks to which she is imposing herself as an authentic value among the Brazilian pianists".



By M. Fachinetti
“Le guide des Concerts”
Paris, March, 1958

...S’est presentée la pianiste brésilienne Eudóxia de Barros, personalité differente et pour cela justement déjà remarquable”...




Fonte:


Eudoxia de Barros
Todos os direitos autorais reservados a autora.

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