...
há de se gostar do silêncio
e das imagens que se constroem
com a sua presença, e a partir
do observar, dialogar com o som
do silêncio. O som, objeto intangível,
tão intangível quanto a sua ausência
(silêncio). É no sorrir o querer,
nas miudezas – ruídos–, sensações dos
sentidos,
há de se gostar do silêncio
e acompanhar os passos no som
dos sapatos, há de pedir a presença
porque na ausência tudo é silêncio.
...
arreio o tempo no medo do que é,
palavras tontas e o sol a ofuscar a luz
turva, quase penumbra, inerte cala,
rala, fala, sela,
a voz engasga, rasga, faca a criar o mundo,
o medo, fatal, letal,
e correr o tempo, parar a vida,
tal como é, escorrer o sangue e o corpo no chão,
e as coisas passam, os corpos passam, traçam, troçam,
lançam olhares e de restos são rostos.
Wender M. L. Souza, graduado em Letras/Língua Portuguesa (UFMT) e mestre em Estudos de Linguagem- Estudos Literários (UFMT). Revisor do romance Scarlet e o branco (2012, Editora Multifoco), de Eliete Borges Lopes.
E-mail: matiaspascoal@hotmail.com
Assinar:
Postar comentários
(
Atom
)
2 comentários
E, às vezes, ele é tão necessário quanto o ar. Silêncio para ouvir a vida; ouvir a alma. Parabéns pelo poema!
O silêncio é tão inspirador, mas ao mesmo tempo causa medo. Ele nos coloca em contato com o nosso 'eu'. Ele nos mostra nossas fragilidades diante de nós mesmos e do mundo. Há de se gostar do silêncio.
Postar um comentário