Projeto do Paraná vence concurso de nova estação brasileira na Antártica
por Nicholle Murmel
Projeto assinado pelo arquiteto Fábio Faria, de Curitiba, é o vencedor do Concurso Estação Antártica Comandante Ferraz, para a construção da nova base brasileira no continente gelado. A antiga foi destruída por um incêndio em fevereiro de 2012, quando morreram duas pessoas que tentavam controlar as chamas. O anúncio do projeto escolhido foi feito na noite desta segunda-feira (15), na Casa do Arquiteto Oscar Niemeyer e sede do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), no Rio.
Os vencedores ganham, além de terem o projeto contratado para execução, um prêmio de R$ 100 mil. Promovido pela Marinha do Brasil, a competição teve 74 projetos inscritos. A nova estação terá 19 laboratórios e capacidade para 64 pessoas no verão e 34 no inverno.
Mesmo local
A previsão é que a construção da nova estação comece até o fim deste ano. Ela será erguida no mesmo lugar da anterior. O presidente da IAB, Sérgio Magalhaes, diz que a ideia é que o Brasil se torne uma referência em projetos de inovação.
“Esse concurso é uma resposta belíssima que os arquitetos ofereceram para um problema muito difícil, mas que foi muito bem encaminhado. Temos que levar em consideração as condições adversas que vigoram na Antártica. É uma resposta importante porque considera os aspectos tecnológicos de economia de energia, de conforto técnico, de espaço adequado aos pesquisadores, e também porque construtivamente precisamos ter uma resposta que permita erguer a estação num prazo muito curto de verão na Antártica”, diz.
Investimento de R$ 72 milhões
A Marinha estima um investimento de R$ 72 milhões para as novas instalações de 3,2 mil m², que deverão ter uma complexa infraestrutura. O material exposto na sede do IAB, no Rio, explica que a energia para abastecer a estação, por exemplo, deverá ter fonte eólica, solar fotovoltaica e a partir de queima de etanol.
“A presente proposta para a Estação Ferraz parte da interpretação do território e das condições geográficas da região. Sendo assim, a implantação dos edifícios propostos leva em consideração a topografia da Península Keller e as necessidades de preservação das áreas de vida animal e vegetal do entorno, entre outros fatores”, explica o memorial descritivo do projeto vencedor.
O memorial informa ainda que a estação está organizada em um bloco superior, que abriga camarotes, áreas de serviço e salas de jantar e estar; um bloco inferior com laboratórios e áreas de operação; e um bloco transversal para uso social e de convívio, onde ficam sala de vídeo/auditório, lan house, sala de reuniões, e biblioteca.
“Há 32 anos o Brasil está na Antártica. Os estrangeiros que estiveram na estação ficaram impressionados com a logística e a resposta com que rapidamente iremos criar uma estação definitiva”, disse o contra-almirante Marcos Silva Rodrigues.
Fonte: G1
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