O LADO BOM DA VIDA, DE MATTHEW QUICK
Antes de qualquer coisa, é importante ressaltar que a resenha a seguir diz respeito ao livro O lado bom da vida e não ao filme homônimo. A adaptação para o cinema foi muito comentada recentemente, já que teve oito indicações ao Oscar 2013, apesar de ter levado apenas uma estatueta (melhor atriz - Jennifer Lawrence).
Pat Peoples é o protagonista do livro e também seu narrador, o que faz com que o leitor simpatize com o personagem e seu jeito de contar sobre sua própria vida. Alguns podem achar a narrativa lenta e pouco dinâmica, algumas vezes até repetitiva, mas se a leitura for feita considerando o desequilíbrio emocional de Pat, é possível se envolver com ele e entender seus pontos de vista.
No começo da história, Pat está saindo de uma clínica psiquiátrica, chamada por ele de “lugar ruim”, onde ficou por alguns anos, embora ele pense que tenham sido apenas alguns meses. Pat não sabe o que o levou àquele lugar, já que ele apresenta lapsos de memória, além de alguns transtornos que ainda precisam ser acompanhados. Ele percebe que as pessoas da família e amigos evitam tocar no assunto, não sendo claros quanto ao tempo que ele esteve internado. Ele conta sobre sua rotina diária, que consiste basicamente em fazer exercícios físicos o dia todo, já que seu principal objetivo é estar em forma para quando acabar o “tempo separados” que está tendo com sua ex-esposa Nikki. Aos poucos ele vai descobrindo pistas sobre seu passado e o leitor vai entendendo junto com ele o que aconteceu nos últimos anos.
O protagonista tem uma excelente relação com sua mãe, que abre mão da própria vida pelo bem estar da família e um relacionamento não tão amigável com seu pai. Ele conta também sobre sua relação com seu irmão Jake, com seu novo psiquiatra e amigo Cliff, com seu antigo melhor amigo Ronnie e sua família, incluindo a cunhada Tiffany, que também tem problemas psiquiátricos e se tornará uma peça importante na vida de Pat, já que eles iniciam uma divertida e bastante estranha amizade.
O livro mescla situações dramáticas, engraçadas e emocionantes. O melhor de tudo é ver como Pat se dispõe a realmente ver o lado bom da vida, a ser perseverante e lutar pelos seus objetivos, além de se esforçar para se superar e se tornar uma pessoa melhor, preferindo “praticar ser gentil em vez de ter razão”.
Algumas passagens interessantes:
“Estava conversando sobre meu gosto por nuvens e sobre como a maioria das pessoas perdeu a habilidade de ver o lado bom das coisas, embora a luz por trás das nuvens seja uma prova quase diária de que ele existe.”
“Bem, a pessoa tem aventuras. Todas começam com encrencas, mas logo você assume seus problemas e se torna uma pessoa melhor, trabalhando duro, que é o que fertiliza o final feliz e permite que ele floresça.”
“Dói olhar para as nuvens, mas também ajuda, como a maioria das coisas que causam dor.”
“Você precisa saber que são suas ações que fazem de você uma boa pessoa, não sua vontade.”
O lado bom da vida foi o primeiro livro publicado pelo escritor Matthew Quick, escrito durante uma crise de depressão que ele enfrentou. Depois disso ele já escreveu mais três romances juvenis.
Este post foi elaborado por Angélica Pina, publicitária e colaboradora do blog Universo dos Leitores.
Isabela Lapa e Kellen Pavão – Administradoras do blog Universo dos Leitores, que fala de livros e de tudo que estiver relacionado a estes pequenos pedaços de papel que nos transferem do mundo real para o universo dos sonhos, das palavras e da felicidade!
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