10 Musas e galãs da literatura – Quando genialidade e
beleza se juntam
Eliane Boscatto
Já dizia o poeta que “beleza é fundamental”, mas o
conceito de beleza, além de cultural e temporal, é abrangente. Sabemos que o
padrão de beleza feminina é repetido à exaustão pelas revistas e pela TV, mas o
que seria um homem belo? Mais uma vez, uma coisa é o padrão geral, outra o
gosto pessoal, se eu não estiver enganada, porém, parece que é um consenso
entre as mulheres que a beleza masculina, se encontra entre a aparência e a
personalidade.
Fisicamente, entre as características mais belas nos
homens, estão os traços fortes, bem marcados, a chamada “beleza máscula”, nada
a ver, claro, com músculos inflados à base de anabolizantes e musculação. Ou
seja, entre os homens, é permitido um pouco de ruga, um cabelo grisalho, uma
calvície. Sorte deles. No entanto, o que de fato conta depois da primeira
impressão, são os traços de personalidade, que podem decepcionar ou mudar
conceitos.
No universo literário, a beleza, tanto feminina quanto
masculina ganha feições muito diferentes das que estamos acostumados em ver nas
revistas ou na TV. Por isso, hoje, trouxemos uma pequena lista com musas e
galãs da literatura. Mais que um rostinho bonito, eles e elas têm conteúdo e
souberam arrancar suspiros, seja entre as páginas de seus livros, seja pela
aparência física. Vamos ver?
Alan Pauls
Pauls é um escritor argentino, nascido em Buenos Aires
em 1959. Escreveu novelas, ensaios e contos e teve um deles, a novela O
Passado, adaptada para o cinema, pelo diretor Hector Babenco, em 2007. Além do
seu trabalho como autor, também leciona Teoria Literária na Universidade de
Buenos Aires e trabalhou como jornalista no suplemento cultural do Diário
Portenho. Como diz a escritora Tati Bernardi, sorte das moçoilas que tiveram
aula de literatura com ele.
Colette
Seu nome era Gabrielle Claudine Colette Gauthiers,
nascida na França em 1873. Sua literatura é considerada uma defesa à liberação
moral, cheia de feminilidade e sexualidade, temas inspirados em sua segunda
profissão: dançarina de cabaré. Teria sido considerada, no começo do século 20,
uma espécie de sex symbol. A escritora foi a segunda mulher a receber a Legião
de Honra, eleita para a Real Academia Francesa, e dizem que sua popularidade
era tamanha, que quando morreu, em 1954, recebeu as honras de um funeral de
Estado. Isso não é pouco para uma mulher que viveu no começo do século passado.
Gore Vidal
Vidal ficou conhecido como roteirista com o filme
Calígula, de 1979. Dizem que ele chocava por sua força, vida sexual e pela
naturalidade com que tratava assuntos tabus. Era politizado e não tinha medo de
dizer o que pensava, e sendo um escritor gay não se intimidou ao deixar isso
bem claro em livros e artigos publicados no mundo inteiro. Na década de 60, foi
considerado um líder “liberal”, abrindo espaço para que as pessoas se expressassem
sem medo sobre sexualidade.
Sylvia Plath
Sylvia Plath nasceu em Boston, Estados Unidos, em 1932.
Era poetisa e escreveu um único romance, A Redoma de Vidro. Seus dramas
pessoais e sua depressão a levaram ao suicídio em 1963, mas também inspiraram
sua escrita, principalmente em sua poesia confessional, que influenciou o
movimento feminista alguns anos após sua morte. Plath foi interpretada por
Gwyneth Paltrow no filme Sylvia – Paixão além das palavras, de 2003.
Vladimir Maiakovski
Maiakovski com essa “cara de mau” (dizem que era só
cara), devia ser a personificação da virilidade e da doçura em um mesmo homem.
Com 30 anos, ele já era um dos maiores poetas do século e, aqui no Brasil, sua
poesia encantou até Caetano Veloso. Dizem também que escrevia dezenas de vezes
um mesmo poema até alcançar a plena satisfação, ou seja, ele insistia até seus
esforços resultarem em prazer.
Anaïs Nin
Angela Anaïs Juana Antolina Rosa Edelmira Nin y Culmell
nasceu na França, em 1903, e foi uma das mais famosas escritoras eróticas do
seu tempo. Foi amante de Henry Miller e amiga de Gore Vidal. Sofreu influências
de Proust, Jean Cocteau, Paul Valéry e Rimbauld. Dizem que se dedicou por 60
anos aos seus diários pessoais, mas só autorizou a publicação depois da morte
de seu marido, o banqueiro Hugh Guiler, em 1923. O filme Henry e June de 1990,
dirigido por Philip Kaufman, fala do período em que Anaïs Nin conviveu com
Henry Miller.
José Eduardo Agualusa
Já sobre este escritor angolano, é dito que sabe como
ninguém dar nome a seus livros. Teoria Geral do Esquecimento, A Girafa que
Comia Estrelas e Vendedor de Passados são alguns exemplos. Esteve no Brasil
para a Flip em 2007 e disse como é importante caprichar o máximo possível nas
primeiras linhas de uma história. Segundo ele, “é ali que se ganha ou se perde
uma pessoa para sempre”.
Clarice Lispector
Clarice Lispector pode ser considerada, sem medo de
errar, a maior musa da literatura brasileira, embora Clarice não tenha nascido
no Brasil e sim na Ucrânia em 1920, tendo vindo para cá dois anos depois. Ela
era talentosa, bonita e elegante. A escritora está entre os principais nomes da
literatura brasileira do século XX, considerada a maior representante do
romance introspectivo.
Mario Vargas Llosa
Considerado o escritor mais charmoso da América Latina,
nasceu no Peru, em 1936, e ganhou o Nobel de Literatura em 2010. Era
jornalista, ensaísta e foi político peruano, e chegou a receber um título
hereditário de nobreza concedido pelo rei Juán Carlos da Espanha, como Marquês
de Vargas Llosa. O livro Cadernos de Dom Rigoberto foi chamado de “erótico com
cérebro”.
Hilda Hilst
Hilda é uma das maiores poetisas brasileiras e
considerada uma das maiores escritoras em língua portuguesa do século 20.
Nasceu em Campinas no Estado de São Paulo em 1930. Era poetisa, ficcionista,
dramaturga e tradutora, e seu estilo foi possivelmente influenciado pelo
surrealismo. Hilda tinha uma personalidade rebelde, um espírito transgressor,
características que refletem sua obra. Seus poemas arrebatadores são viscerais,
cheios de erotismo, vagueando entre o sagrado e o profano, ou entre o amor
elevado e o amor carnal.
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