Relâmpagos
Chega uma hora em que já não podemos mais voltar atrás.
Chega uma hora em que já trilhamos tamanha parte do caminho que a solução é
seguir em frente, pagar para ver, jogar com as cartas que temos nas mãos.
Chega uma hora em que nos vemos quase perdidos pelos
caminhos que nós mesmos escolhemos e há aqui uma leve parada para (re)pensar a
trajetória. É nesse momento que nos perguntamos sobre as possibilidades que
deixamos de lado.
Tem um momento em que nos damos conta de que não é mais
possível mudar o curso, trocar de rumo. Seja porque o vento não sopra a nosso
favor, seja por falta de vontade de movimentar as velas na direção de outra
ponta da rosa dos ventos.
É essa falta de retorno que nos agonia, que quase nos
sufoca porque é possível nos ver como jogadores de xadrez recebendo um
xeque-quase-mate, se é que, de fato, não nos mate, do qual tentamos fugir, mas
o oponente do outro lado tem pleno conhecimento de nossos pensamentos e ações,
porque não passa de nós mesmos.
Se a vida pode ser entendida como um jogo, somos ao
mesmo tempo do mesmo time e somos nossos rivais. Somos a mesma torcida que
vibra, que teme e que vaia. Somos ao mesmo tempo oscilantes, vacilantes e
estimulantes. Somos os vários pontos de equilíbrio no imite de nossas ações,
mas nem sempre sabemos qual é o passo a dar.
Talvez seja nessa hora que nos reconheçamos como raio
que risca o céu. Como um relâmpago que ilumina o céu escuro, mas que não
consegue ver a própria luz. Somos breves. Iluminamos rapidamente céus que
desconhecemos e passamos...
Como um relâmpago, nem sempre podemos voltar atrás e o
que nos resta é aceitar a tempestade que trazemos dentro de nós, esperançosos
que um dia ela vire calmaria.
Dy Eiterer.
Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil. Edylane é Edylane desde 20 de
novembro de 1984. Não ia ter esse nome, mas sua mãe, na última hora,
escreveu desse jeito, com "y", e disse que assim seria. Foi feito. Essa
mocinha que ama História, música e poesia hoje tem um príncipe só seu,
seu filho Heitor. Ela canta o dia todo, gosta de dançar - dança do
ventre - e escreve pra aliviar a alma. Ama a vida e não gosta de nada
morno, porque a vida deve ser intensa. Site:Dy Vagando
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