Como
reconhecer uma mulher marcante
por Nathalí Macedo
Artigo publicado no site Entenda os Homens
A verdade é que se pode
reconhecer uma mulher marcante há quilômetros de distância. Sem precisar sentir
o perfume forte ou ver o batom vermelho. A mulher marcante dispensa acessórios,
é completa em si mesma. Não precisa anunciar-se, por que tem o dom de não
passar despercebida. A mulher marcante nunca pretende incomodar, não gosta de
provocar a inveja alheia. Um olhar de despeito não torna o seu dia mais alegre,
pelo contrário, lhe é indiferente. A mulher marcante sabe bem do seu poder, por
isso consegue admirar tranquilamente a beleza alheia, elogiar a grandeza de
outrem sem sentir-se diminuída. Vez ou outra ela sai bem vestida e bem
maquiada, mas por trás daquilo tudo ainda exala um aroma de naturalidade que
encanta. Cultua a beleza porque gosta, mas definitivamente não precisa. A
sensualidade está presente, mas não se pode dizer de onde ela vem.
A mulher marcante é,
sobretudo, sutil. Ela não grita aos quatro ventos a própria virtude, ela não
precisa humilhar outras mulheres ou provocar os ex-namorados. Ela realmente faz
toda a diferença. Ela sabe ser dispensada com um ar sensato que faz qualquer
galã sentir-se um babaca. Ninguém jamais a abandona sem que se arrependa
amargamente pelo resto da vida, e ela guarda um encanto que não deixa espaço
pra críticas maldosas. Ela é do tipo que não quebra promessas e não omite os
próprios defeitos. Ela se aceita e nunca se desculpa por ser quem ela é. Ela
compreende a efemeridade das coisas e das pessoas, mas se recusa
terminantemente a ser efêmera. E não poderia ser, mesmo que quisesse, porque
ela sempre vem pra ficar. Mesmo depois que vai embora, de alguma forma ela
fica, porque é do tipo de mulher que não precisa se fazer presente para ser
lembrada.
A mulher verdadeiramente
marcante nunca se diz melhor que as outras, embora em muitos aspectos ela seja.
Ela guarda os seios bem guardados numa blusinha discreta, em vez de espremê-los
num sutiã menor que o seu manequim.
A mulher marcante não se
importa de ter gostos peculiares. Ela não segue tendências, mas também não
persegue a originalidade a todo custo. Ela não tem vergonha (e nem orgulho) de
dizer que gosta do que ninguém gosta, ou que gosta do que todo mundo gosta. A
opinião alheia nunca é um problema para ela, porque, verdadeiramente, ela se
basta. Sem petulância e sem egoísmo, ela se basta. E por isso mesmo ela não
sente necessidade de falar de si mesma, quase nunca.
Esse tipo de mulher sofre
constantemente com a inveja alheia, embora, na maioria das vezes, sequer se dê
conta. Ela se ocupa em tornar-se alguém melhor e superar os próprios limites,
ela gosta tanto de distribuir bons sentimentos que os sentimentos ruins passam
despercebidos diante de seus olhos. E isso a torna, de certo modo, inatingível.
Embora não queira e não precise incomodar, ela incomoda. E muito. Desperta, na
verdade, uma enorme curiosidade em torno do que a faz tão atraente. Pouca gente
entende. Não se sabe qual é o traço que chama tanta atenção, ninguém consegue
identificar a virtude que a torna tão marcante. Mulheres marcantes são,
sobretudo, raras.
É curioso: Quanto mais ela
se esconde, mais evidente fica. Quanto mais neutra busca ser, mais marcante se
torna. Leveza é o seu sobrenome, mas a sua presença pesa como nenhuma outra.
Atriz por vocação,
escritora por amor e feminista em tempo integral. Adora rir de si mesma e
costuma se dar ao luxo de passar os domingos de pijama vendo desenho animado.
Apesar de tirar fotos olhando por cima do ombro, garante que é a simplicidade
em pessoa. No mais, nunca foi santa. Escreve sobre tudo em:
facebook.com/escritosnathalimacedo
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