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O processo democrático é uma
peleja: tem que ganhe, tem quem perca. No futebol, quem não tem o resultado que
espera culpa o juiz – e há, meus caros, mais palavrões do que sonha a nossa vã
filosofia nestas palavras de tristeza e revolta do torcedor. E eu gostaria
muito que, nas eleições, se culpasse o marqueteiro que não teve a boa sacada
que recebeu (muito bem, obrigada) para ter, a conjuntura política, quem não
sabe jogar com dignidade. Mas não o vizinho ao lado, que tem uma visão
diferente da sua.
Meu país não é o Sul, ou o
Nordeste. Meu país é o Brasil. Meu país é o frevo com a milonga, é a neve da
serra e os lençóis maranhenses, é efervescência de Curitiba e a calmaria do
sertão, cachaça do botequim e o vinho de altitude. O Brasil, esse meu país, tem
na bandeira três cores, não uma só. É o país da diversidade e só por isso tão
admirado, o meu Brasil.
Se o país está dividido nas
urnas – e é essa a beleza do processo democrático, não? – que aproveitemos esse
momento para conhecer quem é o Brasil. Não com termos pejorativos, não com o
time azul sentado no ar condicionado julgando quem está no sertão ou com o time
vermelho achando que todo mundo que tem uma gravata quer prejudicar os
trabalhadores.
Conhecer de verdade. Deixar
de ir ao exterior para conhecer as praias do Nordeste, deixar de ver o Mickey
Mouse para estar perto da natureza da Serra Gaúcha, abrir mão de ver o Tâmisa
para conhecer o Amazonas.
Não é um partido político
que vai mudar o país. Quem vai mudar o Brasil são os brasileiros. Mas só a
partir do momento que entenderem que somos uma nação forte porque somos um, ao
mesmo tempo em que somos tantos. E há nisso, mais filosofia e beleza do que um
número na urna eletrônica.
— E como vocês sabem bem,
acredito que quase tudo na vida pode ser explicado pela música. Então, hoje
decidi mostrar um pouco da beleza das canções de várias regiões brasileiras.
Porque o meu país é aquele da gaita, da zabumba, do pandeiro.
O baião de Luiz Gonzaga
encontra a gaita de Renato Borghetti
O metal do Angra encontra
Milton Nascimento
O gaita do paranaense criado
em Mato Grosso do Sul, Michel Teló com os tambores do Olodum
O samba do Monobloco com a
voz da paraense Gaby Amarantos
Marina Melz É jornalista e trabalha com
assessoria de imprensa. É meio Bridget Jones e meio Woody Allen. Não tem
preconceitos com músicas, filmes e qualquer coisa que seja. Acha que toda
história (boa ou não) merece ser contada.
O Brasil é meu país (e minha trilha sonora) [Marina Melz]
Reviewed by Revista Biografia
on
outubro 31, 2014
Rating: 5
Por que ainda produzimos literatura? Cassio Pantaleoni Dia desses, um jornalista amigo meu me perguntou sobre o sentido ...
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