Os pratos mais famosos da
literatura
por Filipe Larêdo
Artigo publicado no site
PapodeHomem
A literatura é responsável
por levar os leitores para outros mundos e realidades. Dentre todas as formas
de arte, ela provavelmente é a que mais estimula o poder de criação, fazendo
com que as pessoas imaginem, cada uma a sua maneira, como seria determinada
situação ou cenário.
Muitas foram as adaptações
para outras mídias de fontes literárias, incluindo cinema, teatro e artes
plásticas. E o interessante nessas obras é que elas tentam representar em
imagens aquilo que foi expresso pelas palavras do autor do livro. Afinal de
contas, quem nunca ficou ansioso para assistir àquele filme adaptado do seu
livro favorito?
Talvez essa tenha sido a
mesma ansiedade que moveu a designer e fotógrafa americana Dinah Fried a
produzir o livro Fictitious Dishes: An Album of Literature’s Most Memorable
Meals (tradução: “Pratos fictícios: um álbum com as mais memoráveis refeições
da literatura”). No livro, ela montou e fotografou o que alguns personagens
famosos estariam comendo e bebendo nos clássicos da literatura.
Você encontrará os dry
martinis de O Grande Gatsby, o chá do Chapeleiro Maluco em Alice no País das
Maravilhas e os restos comidos por Gregor Samsa em A Metamorfose.
Curioso? Então dá uma olhada
em como ficaram esses pratos.
O Grande Gatsby, de F. Scott
Fitzgerald
“Em mesas de buffet,
decoradas com reluznetes hors-d’oeuvre, presuntos cozidos temperados disputam
com saladas ornadas com alecrim e porcos e perus enfeitiçadas em um dourado
escuro.”
Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll
“Alice olhou a mesa inteira,
mas não havia nada além de chá.”
Medo e Delírio em Las Vegas,
de Hunter S. Thompson
“‘Vocês malditos branquelos
são todos iguais.’ Nessa época ele tinha aberto uma nova garrafa de tequila e
foi tomando tudo. (…) Ele cortou a toranja em quartos… Então em oitavos … Então
dezesseis… Em seguida, ele começou a cortar a esmo até não sobrar quase nada.”
Heidi, de Joanna Spyri
“A chaleira logo começou a
ferver, e, enquanto isso, o velho homem enfiou um grande pedaço de queijo em um
garfo longo de ferro e o levou sobre o fogo, virando-ovárias vezes até que foi
formou uma bela cor amarela dourada em
cada lado. Heidi observava tudo o que estava acontecendo com muita
curiosidade.”
Moby-Dick, de Herman
Melville
“Nossos apetites eram
aguçados pela fria viagem, e, em particular, Queequeg vendo seu peixe favorito
diante de si, e a sopa sendo esplendorosamente excelente.”
No Caminho de Swan, de
Marcel Proust
“Um dia, no inverno, quando
cheguei em casa, minha mãe, vendo que eu estava com frio, sugeriu que, ao
contrário do meu costume, eu tomasse um pouco de chá. Recusei-me no primeiro
momento mas, em seguida, eu não sei por que, mudei de ideia. Ela trouxe um
daqueles achatados e rechonchudos bolos chamados petites madeleines.”
A Redoma de Vidro, de Sylvia
Plath
“Então eu fui no abacate e
salada com caranguejo. (…) Todo domingo, meu avô costumava me trazer um abacate
escondido no fundo de sua pasta com pelo menos seis camisas sujas e os
quadrinhos de domingo.”
O Apanhador no Campo de Centeio, de J.D. Salinger
“Quando estou fora em algum
lugar, eu geralmente como apenas um sanduíche de queijo suíço e um leite
maltado. Não é muito, mas você consegue um monte de vitaminas no leite
maltado.”
A Menina que Brincava com Fogo, de Stieg Larsson
“Ela improvisou ataduras e
cobriu o ferimento com uma compressa improvisada. Em seguida, serviu o café e
entregou-lhe um sanduíche. “Eu realmente não estou com fome”, disse ele. ‘Eu
não dou a mínima se você não está com fome. Basta comer’, Salander ordenou,
dando uma mordida grande em seu próprio sanduíche de queijo.”
A Metamorfose, de Franz
Kafka
“Havia legumes velhos e meio
podres, ossos noite anterior, cobertos com molho branco que já tinha passado;
algumas poucas passas e amêndoas; um pouco de queijo que Gregor sabia não serem
comestíveis dois dias antes.”
Na Estrada, de Jack Kerouac
“Mas eu tinha que continuar
e parar de reclamar. Então peguei minha bolsa, disse até logo para o velho
hoteleiro sentado próximo a sua escarradeira, e fui para comer. Eu comi torta
de maçã e sorvete. Foi ficando cada vez
melhor enquanto ia fui me acostumando com Iowa, o bolo maior, o sorvete mais
rico.”
Oliver Twist, de Charles
Dickens
“Criança como era, ele
estava desesperado de fome, e imprudente com tanta miséria. Levantou-se da mesa
e, avançando para o mestre, com bacia e colher na mão, disse, um pouco
assustado com a sua própria temeridade: ‘Por favor, senhor, eu quero um pouco
mais.’”
To Kill a Mockingbird, de
Harper Lee
“‘Caríssimo, Cal, o que é
tudo isso?’ Ele estava olhando para o prato de café da manhã. Calpúrnia disse,
”O pai do Tom Robinson enviou para você essa galinha durante a manhã. Fitei-o.
‘Diga a ele que eu fico lisonjeado, mas eles não têm de frango para o café da
manhã na Casa Branca. “
O Jardim Secreto, de Frances
de Hodgson Burnett
“Ovos cozidos eram um luxo
até então desconhecido e batata muito quente com sal e manteiga fresca
deixavam-nos prontos para um banquete real, além de ser deliciosamente
gratificante.”
Uma Confraria de Tolos, de
John Kennedy Toole
“Parando antes da estreita
garagem, ele cheirou a fumaça do Paraíso com grande prazer sensorial, os pêlos
salientes nas narinas a analisar, catalogar, classificar, e categorizar os
odores distintos de hot dog, mostarda e lubrificante. ”
Filipe Larêdo é um amante
dos livros e aprendeu a editá-los. Atualmente trabalha na Editora Empíreo, um
caminho que decidiu seguir na busca de publicar livros apaixonantes. É formado
em Direito e em Produção Editorial.
Assinar:
Postar comentários
(
Atom
)
Nenhum comentário
Postar um comentário