A Insônia do Dia
Engana-se quem acredita que
eu, insone, só habito a madrugada. Na verdade pouco deles faço das horas
andurriais a minha morada. Desfio-me mesmo é à luz do sol, vagando pelos dias,
procurando por meus melhores momentos.
Por mais que eu faça das
madrugadas o meu refúgio, o meu aconchego e que me digam insone, é à noite,
enquanto todos dormem que encontro o equilíbrio, que toco o limite tênue de
minhas loucuras com a sanidade que tanto necessito e que pouco busco, confesso.
Talvez seja a madruga a
minha hora mais desperta.
Mesmo que pareça acordada é
no meio do dia, quase todo dia, que estou mais insone: recuso-me a cair no sono
profundo da mesmice cotidiana. Recuso-me a dormir o sono da rotina.
É ao meio-dia que estou mais
insone. Não pisco. Não descanso. Entrego-me às observações e análises,
entrego-me ao não-querer, ao não-aceitar, ao exercício de meu direito ao rompimento.
Em tempos em que as pessoas
adormecem em suas vidas e esperam passar todos os ventos, gasto minhas horas em
contemplação e reflexão. Sentinela das paisagens, falcão que voa pelo asfalto
quente, seco, sedento de chuva de inspirações.
À noite, sou de repousos.
Sou de depuração. Devagar vou digerindo todo o cansaço adquirido ao longo do
dia, em minha insônia. E, mesmo sem pregar os olhos, descanso.
Curioso é saber que mesmo
quem está ao meu lado pouco nota. No fim, ninguém repara na insônia que se manifesta
ao longo do dia.
Dy Eiterer -
Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil. Edylane é Edylane desde 20 de
novembro de 1984. Não ia ter esse nome, mas sua mãe, na última hora,
escreveu desse jeito, com "y", e disse que assim seria. Foi feito. Essa
mocinha que ama História, música e poesia hoje tem um príncipe só seu,
seu filho Heitor. Ela canta o dia todo, gosta de dançar - dança do
ventre - e escreve pra aliviar a alma. Ama a vida e não gosta de nada
morno, porque a vida deve ser intensa. Site:Dy Vagando
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