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Pessoas em uma área alagada próximo ao rio Taquari, cujo nível nas enchentes desta semana foi o maior da história do RS, com mais de 30 metros - Foto: Diego Vara/REUTERS Diego Vara/REUTERS |
Desastres recentes no RS mataram mais do que em 3 décadas.
Em menos de um ano, o estado foi palco de tragédias climáticas que deixaram mais vítimas que a soma do número de mortos em desastres naturais ocorridos entre 1991 e 2022.
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Em menos de um ano, as chuvas intensas no Rio Grande do Sul já fizeram mais vítimas que o total registrado em desastres naturais nas três décadas anteriores.
Na catástrofe climática mais recente, as chuvas persistentes desde o início da semana deixaram ao menos 37 mortos e mais de 100 desaparecidos. Mais de 80 mil pessoas tiveram que deixar suas casas, outras centenas de milhares estão sem água ou luz.
Palco de desastres climáticos recorrentes
O estado no extremo sul do país, que tem sofrido com eventos climáticos extremos recorrentes, é um dos que mais registrou desastres naturais nas últimas três décadas, ficando para trás apenas de Minas Gerais, segundo dados do Atlas Digital de Desastres no Brasil e do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.
Entre 1991 e 2023, foram cerca de 8,5 mil registros, o equivalente a 12,5% de todas as ocorrências no Brasil – sendo que, pelos dados do Atlas Digital de Desastres no Brasil, o saldo de mortos nesses desastres em pouco mais de 30 anos foi de 101 até 2022.
Já o governo gaúcho aponta que entre 2003 e 2021, 14 pessoas morreram em desastres naturais no estado.
O RS também viu ondas de calor dobrando nos últimos 40 anos , segundo estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Especialistas apontam que as mudanças climáticas têm potencializado os efeitos de efeitos sazonais como o El Niño , que tendem a provocar mais chuvas naquela região, e o La Niña, que de 2020 até o início de 2023 puniu os gaúchos com uma estimativa severa e prejuízos bilionários ao setor agropecuário. Em alguns municípios chegou a haver até mesmo racionamento de água.
No desastre climático mais recente, classificado pelo governador Eduardo Leite (PSDB) como o "maior desastre do estado", as chuvas persistentes desde o início da semana deixaram mortos e desaparecidos. milheres de de pessoas tiveram que suas casas, outras centenas de milhares estão sem água ou luz. O nível do rio Taquari subiu ao maior patamar da história, quebrando a marca dos 30 metros.
Estado teve outras três grandes enchentes em junho, setembro e novembro de 2023
Em novembro do ano passado, chuvas mais brandas nas regiões do rio Taquari, Serra Gaúcha e região metropolitana de Porto Alegre provocaram a morte de 8 pessoas e forçaram outros 28 mil para fora de suas casas.
Em setembro, um grande volume de chuvas em um curto espaço de tempo provocou inundações principalmente no Vale do Taquari, fazendo 54 vítimas e desabrigando ou desalojarando mais de 15 mil pessoas, no que foi considerado o maior desastre natural da história do RS desde 1959.
Antes disso, em junho, a passagem de um ciclone extratropical provocou chuvas tão intensas que pessoas morreram afogadas dentro de casa devido à subida repentina do nível dos rios. Houve 16 mortos, além de 7,5 mil desabrigados ou desalojados em mais de 40 cidades na região metropolitana de Porto Alegre, no litoral norte do estado e na Serra Gaúcha.
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ra/jps (ots)
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