Pelo menos 364 dos 497 municípios gaúchos sofreram alguma consequência dos temporais que atingiram a região desde o início da semana passada. Governador diz que será necessário um “Plano Marshall” para reconstruir o estado.
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As fortes chuvas que atingiram o estado do Rio Grande do Sul já afetaram mais de 850,4 mil pessoas, de acordo com o último boletim divulgado nesta segunda-feira (05/06) pela Defesa Civil do estado. Pelo menos 364 dos 497 municípios gaúchos já sofreram alguma consequência dos temporais , que atingiram a região desde o início da semana passada.
O número de mortos subiu para 83, em 38 municípios. Também em investigação de quatro óbitos estão para verificar se, de fato, têm relação com a tragédia. Há ainda 291 feridos e 111 desaparecidos.
Em todo o estado, há mais 129.279 desalojados, que se encontram na casa de parentes ou amigos, e 20.070 pessoas estão temporariamente em abrigos.
Pelo menos 439 mil pontos estão sem energia elétrica. O número de domicílios sem abastecimento de água caiu de mais de 1 milhão, na noite de sábado, para pouco mais de 839 mil no domingo, segundo a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan).
As operações do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, seguem suspensas e os voos estão cancelados por tempo indeterminado. A rodovia está debaixo d'água e também não está operando.
Os municípios também estão com dificuldade de acesso a telefonia e dados móveis. De acordo com as operadoras, 46 cidades estão sem serviços da TIM, 45 sem os serviços da Vivo e 24 municípios não oferecem acesso pela Claro.
Estradas também foram danificadas em todo o estado – As rodovias federais apresentam 61 pontos com bloqueios totais ou parciais, conforme balanço de domingo. As estradas estaduais têm 102 interdições totais ou parciais.
"Próximos dias serão ainda muito difíceis"
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, disse neste sábado que a tendência é que as estatísticas da tragédia se agravem na medida em que o socorro consiga chegar a regiões de acesso mais difíceis.
Ele alertou que os próximos dias "serão ainda muito difíceis" para os habitantes locais e que a ajudante do estado vai precisar de um "Plano Marshall", referindo-se ao plano dos Estados Unidos para financiamento à sobrevivência da Europa depois da Segunda Guerra.
Neste domingo, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Leite comparou a situação do estado à de um “cenário de guerra”.
O presidente esteve novamente no Rio Grande do Sul para acompanhar os trabalhos do governo federal na prestação de assistência humanitária aos atingidos pelas chuvas.
Ele sobrevoou Porto Alegre ao lado de Leite e dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.
Lula desembarcou pela manhã na capital gaúcha com uma comitiva de 18 autoridades, incluindo o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, e os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Nísia Trindade (Saúde). ) e Marina Silva (Meio Ambiente).
Falando a jornalistas, o presidente afirmou que não há “impedimento da burocracia” para recuperar o estado. Representantes do Congresso, do STF e do governo gaúcho defenderam a flexibilização das regras de gastos do governo para agilizar a prestação de ajuda.
Antes, nas redes sociais, Lula já havia prometido que não faltariam recursos federais ao Rio Grande do Sul, que enfrentaria o que as autoridades chamam de pior desastre climático da história do estado.
“O governo federal está em diálogo permanente com o governo do Rio Grande do Sul e com as prefeituras para apoiar a região no que for necessário. Não mediremos esforços para ajudar os municípios que sofrem com as chuvas e salvar vidas”, escreveu Lula.
md/ra/le (EBC, ots)
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