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Elza Fraga - [Poeta Brasileira]


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Nascida Elza Maria Fraga (o 'dos Santos' veio por casamento)numa quarta-feira, de um 10 de agosto já com cheiro de mofo.
É Poeta, contista e crônista, além de Contadora de Histórias (Arte oral e escrita)com trabalhos publicados em várias Antologias,entre elas:
*Anuário de poetas do Brasil - 1985 e 1986,
*Escritores brasileiros -1985,
*Momento literário - 1985,
*Casa do poeta Rio-Grandense - 2006.
*Antologia Circuito Literário Conversa com Verso - 2009

Com participação nos E-BOOKS
*Comunidade à Flor da Pele
*Saciedade dos poetas vivos-digital, volume 6.

Moção da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro
pelo trabalho em prol da Cultura na Zona Oeste (Várias).

Atualmente publica nos blogs:
http://contosincantos. blogspot.com/
http://tempoinverso.blogspot. com/
http://versoinverso.blogspot. com/>

A TROCA

Era a milésima tentativa, agora a carta tinha que sair, de um jeito ou de outro.
Querida.
Não, melhor tirar o querida.
Amiga.
Também não. Ficaria impessoal e vago, ele transava com ela toda

terça já fazia tanto tempo que poderia parecer zombaria.
Quem sabe começar direto e ir logo ao ponto?
Respirou, tomou coragem e rabiscou com aquela sua letra miúda e torta:

"Terça feira que vem não precisa vir. Troquei o miolo da fechadura e
entreguei a nova chave a sua irmã. Não é nada com você, é comigo,
Sou um canalha, nem mereço perdão.
Você vai encontrar quem mereça alguém assim, tão devotada”

Sabia que era chavão, sabia que era mentira e sabia que ela também sabia.
Mas se livrara da árdua tarefa.

Nunca imaginara ser tão difícil dar um pé no traseiro de alguém

Mas fazer o que se a irmã tinha a bundinha mais dura que ele já vira
em toda a sua vida?

Não era homem de desperdícios!


A NOITE EM QUE O MEDO EMIGROU

(Prosa poética)

Ofendia, humilhava, dava só o que sobrava
e porrada
e ela vivia dia a dia dos sobejos.
Até que a ousadia a rebelara, se ajoelhou pediu um beijo
um simples beijo

o chute veio insuspeitado pegou no queixo
dor e estrago
inaugurado, sem pompa e gala, novo defeito na cara
já tão marcada, tão amansada no medo

e num levante inesperado de tanta vida esgarçada,
desgraçada, esfiapada, vê a garrafa [cheia].
Bate num rítmo ligeiro bóim bóim bóim bóim
até arrebentar a veia e o sangue inundar o olho surpreso

até acabar a dor da raiva da rejeição de todo o dano do desengano
de tanto ano que ficou pra sempre perdido no tempo
até acabar todo o ar que preenchera aquele pulmão
desumano

agora o vento
levara o medo

E lavara as mãos.


DÚVIDAS


Mão no queixo. Sentada olhando a tela do computador sem ver.
Pensamento em casa, enquanto o trabalho a reclamava e ela
nem aí, matutava, matutava...
O que andaria ele fazendo neste dia de folga sem ela pra vigiar
seus passos?

A resposta, num flash, estourou dentro da sua cabeça:
Comendo a empregada.

Levantou num ânimo de morrer ou matar e lentamente
fez o caminho pra casa.

Elza Fraga
Todos os Direitos Autorais Reservados a Autora

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