Marcelo J. Fernandes, professor, 47 anos (04/02/1963), natural do Rio de Janeiro, Doutorando e Mestre em Letras Vernáculas – Literatura Brasileira, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro; Especialista em Administração Escolar pela Universidade Candido Mendes. É coordenador da Pós-Graduação em Linguística e Literaturas de Língua Portuguesa e Professor da Faculdade de Letras e da Faculdade de Direito da Universidade Católica de Petrópolis, desde 2000. Idealizou e fundou o Colégio Santa Teresa D’Ávila, na mesma cidade, dirigindo-o até junho de 2008. Também é docente concursado no Colégio Pedro II, desde 2005. Anteriormente, lecionou em vários colégios tradicionais do Rio, como Andrews, A. Liessin, GIMK e Escola Parque. Trabalhou ainda como revisor, tradutor e como gerente do extinto Banco Nacional, nos anos 80. Músico de formação, estuda violão desde os dez anos de idade, com passagens pelo Instituto Villa-Lobos e pela Escola de Música da UFRJ. É membro da Academia Brasileira de Poesia, titular da cadeira 17, patronímica de D Pedro II.
• Atua também como Perito Técnico Linguístico junto ao Fórum do RJ, desde agosto/93.
• É sócio-membro da Associação Portuguesa de Ficção Científica e Fantástico, com sede em Cascais, Portugal, desde novembro/98.
• Publicou, de fevereiro a maio/2000, a coluna “Afiando a língua”, na Gazeta de Petrópolis.
• Fez parte da banca que elaborou a prova de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira da Faculdade de Direito Evandro Lins e Silva ( atual Faculdade de Direito – IBMEC), desde o vestibular inaugural, realizado em dezembro/2001.
• É membro do Conselho Editorial do jornal cultural Poiésis- Literatura, Pensamento e Arte, desde agosto/2002.
• Assinou a coluna “Língua Portuguesa”, na Revista da Estácio (UNESA), de maio/2005 a janeiro/2008.
• É citado no site da Academia Brasileira de Letras – www.machadodeassis.org, na aba “produção acadêmica”, pela dissertação de Mestrado “Quase-macabro – o fantástico nos contos de Machado de Assis”, defendida em 1999, na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
• Recebeu Moção Congratulatória pela Câmara Municipal de Petrópolis, em novembro de 2006.
• É membro reeleito do Conselho Acadêmico – CONSUN da Universidade Católica de Petrópolis, para o biênio 2007-2009
• Faz parte da Banca Examinadora de Monografias de final de curso, na Faculdade de Letras da Universidade Católica de Petrópolis, desde 2003; e desde 2006, na Pós-Graduação.
• É membro eleito da Academia Brasileira de Poesia, titular da cadeira nº 17, patronímica de D. Pedro II, desde outubro/2007.
• É membro da associação “Poetas del Mundo” (www.poetasdelmundo.com), com sede no Chile, desde fevereiro/2008.
• Conselheiro eleito da Academia Brasileira de Poesia, para o biênio 2009-2010.
Prêmios Literários
V Concurso Raimundo Correia de Poesia -Menção Honrosa - maio/86; I Concurso Nacional de Poesia -Promovido pelo Banco Nacional S/A, 3o lugar e Menção Honrosa - abril/87; I Concurso de Poesias do Jornal Balcão -Prêmio Especial do Júri - abril/88; I Concurso Nacional de Contos (ex- Prêmio Walmap) -Promovido pelo Banco Nacional S/A, Prêmio Especial do Júri - junho/89; Prêmio Jorge Fernandes - Concedido pela União Brasileira de Escritores / Academia Brasileira de Letras -Menção Especial – dezembro/89; Prêmio Universitário IBM – Pontifícia Universidade Católica -2o lugar - julho/92; 4o Festival Nacional de Teatro Infantil de Blumenau - Prefeitura Municipal de Blumenau – Santa Catarina - Menção Honrosa - agosto/2000; IV Festival Carioca de Poesia – Prêmio Lya Luft - Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro -Menção Honrosa - outubro/2004; Prêmio “Publio Virgilio Marone” – sezione poesia stranieri- Accademia Internazionale Il Convivio - Itália -Riconoscimento di Merito - maio/2005
Livros editados
“No dissecar do tempo” - Poesia – Edição do autor, novembro/85; “Poetas Brasileiros Hoje – 86” - Antologia – Ed. Shogun Arte – RJ, maio/86; “Treze Poemas Escolhidos” - Antologia – Ed. Divisão de Marketing do Banco Nacional S/A, abril/87; “I Concurso de Poesias – Jornal Balcão” - Antologia – Ed. Anancy – RJ, abril/88; “I Concurso Nacional de Contos” - Antologia – Ed. Divisão de Marketing do Banco Nacional S/A, junho/89; “Coleção Noturna” – Ed. Thesaurus, Brasília/DF, maio/07; “futuro do pretérito” - Ed. Poiésis – Petrópolis – RJ, no prelo.
e-mails:
ipanema
da sacada exígua
o Redentor de Jobim
abençoa desde o esquerdo braço
“mas se a parte o faz todo, sendo parte,
não se diga que é parte, sendo todo.”
a qualquer momento
chegará um amigo que não tenho mais;
vejo-o encostado em meu carro
sob a franja da amendoeira outonal,
festejando em tons cítricos
a juventude que ficaria ali.
o poeta intangível
desce a Barão de Jaguaripe, lépido,
com os olhos diminutos de céu
e qual um tímido deus, acena.
um circular, na Prudente,
me levará a qualquer parte do universo
“e onde quer que eu vá,
sei que vou sozinho.”
meu corpo está saturado de sal
de tanto sol de um tempo sem filtros
saio do mar como se continuasse nele
..................................como se ele não me saísse jamais
..................................como o tritão de apartamento que fui
e deixei adernar no tapete
do quarto-e-sala
rasgo suas ruas
minhas artérias,
- ainda sei todas de cor –
recosto em teu seio morno e materno:
sobrevém a dor híbrida
que me preenche, invade líquida
a lagoa e o mar
o doce e o sal
- onde estão Dal,
Ref, Didi, Jayl,
Flavinho,
meus castelos de areia?
Estão todos dormindo
Estão todos deitados
dormindo
Profundamente.
(Petrópolis, março/2008)
tempo de caquis
não sei o quanto estive ali
nem como partilhei tanto céu
..................................tanta estrela
..................................salvas de risos
..................................festas pagãs
...........................................ou não.
os dias, curtos,
coloriam o cenário
pontilhado de caquis
muito pequenos e rubros,
matizando as molduras
- para justificar tanta claridade.
as noites, libertadoras,
traziam um sábio desequilíbrio,
mescla de excesso e pulsão.
sei apenas que,
vencido de sono,
no silêncio trevoso do quarto,
eu revia o mesmo filme,
..................................quadro a quadro
e quase sem volume,
ditongava seu nome na boca
.............................leve
.............................líquido
.............................lateral
até que os sonhos
me reocupassem
e eu,
de novo,
..................................te despisse.
(maio/06)
447
(para Pedro Luiz)
um avião cai
no Atlântico:
.......................228 desaparecem
.......................dos seus
entre eles
tenho um ex-aluno;
sua juventude real
perece sobre caminhos ancestrais
buscam-se restos,
.......................indícios
fragmentos, culpas:
não há pistas, rastros
no piso líquido
que se duplica em azul
não há maus presságios
.......................em barcos que adernam
.......................automóveis que se chocam
.......................ou trens que descarrilam
não desafiam leis seculares
ou desígnios divinos
o desastre aéreo, não.
subtrai vidas
que ousaram
.......................transpuseram
.......................subverteram
.......................transgrediram
no entanto,
a tragédia inevitável
estava escrita nas Centúrias,
.......................nos runas,
.......................nos búzios
.......................nas cartas
em todos os vaticínios:
o céu é dos pássaros
.......................dos condores
.......................dos cúmulos,
.......................nuvem
- ninguém voa impune.
(junho,2009)
o nome da Rosa
soava antigo
talvez de santa,
mártir, pagã ou sóror
não me vem no ar
e ora dissocia imagem
do conceito exato
melhor seria forjá-lo
e instalar uma mentira
....................uma farsa
no palato, no córtex
e matar esse afã idiota e fugaz
mas,
como Adso de Melk,
queria recobrá-lo
....................retê-lo na boca
....................fazê-lo signo uma só vez
para sempre
ou para nunca mais.
(Jan, 2010)
sândalo
não sei em quantos frascos
a essência foi dividida;
em cada átomo, ali,
há de mim todo, inteiro.
e se um poro,
havido, solitário,
acordar no meio da noite
trescalando a febre de um arômata,
...........................um registro, um sinal,
...........................um índice, um signo qualquer
será, então,
uma cicatriz
enquanto um arrepio
me risca as espáduas,
separando a minha vida
entre antes
e depois dele.
(Petrópolis, maio/08)
Marcelo J. Fernandes
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