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Ronie Von Rosa Martins - [Poeta Brasileiro]

Ronie Von Rosa Martins - ronieev@gmail.com
Professor - Português/Inglês - Pedro Osório/Cerrito - RS
Pós-graduado em Literatura Contemporânea Brasileira - UFPEL
Pós-graduado em Linguagens Verbais Visuais e suas Tecnologias – IFSUL

Textos publicados no Cronópios, Revista Entrementes, Revista Partes, Meiotom, Verbo21, Paralelo 30, Portal Literal, Recanto das Letras,
  Caos e Letras, Letras et Cetera, Literatura del Mañana, Arte Institucional número 5, Nerdescritor , na Revista Capitu, Tiro de letra, Kplus , Revista Literatura em Debate, Outra Revista e Revista Nota Independente, Antologia Online da Câmera Brasileira de jovens escritores e Jornal O lince, Clube do Livro , Veredas , Casa das Musas , Editorial Rove e na Revist’A Barata, Jornal Telescópio, Literatura em Foco, na Revista Germina – Literatura e Arte e Andar 21.


MOBY

Abriu um olho-claridade, brilho, luz-piscou uma, duas-três, várias vezes ligou e desligou o mundo. O outro.

Aberta as janelas, fronteiras entre o sono e o despertar, talvez entre a morte e a vida, pensou... (ultimamente pensava demais.)

Precisava levantar- “levanta filho da puta, levanta vagabundo.” – ouvia os quase inaudíveis insultos que o cérebro – entidade funcionário público – gritava. O corpanzil velho gordo e suado lascivamente afundado qual Titanic ou Pequod em um mar de cobertas também velhas e também suadas.

Girou os olhos pelo quarto, como fazia sempre; examinava o local-cela-quarto-prisão... grades?

No chão entreaberto... Moby Dick – sonhara estar preso no mortal arpão de Ahab;

Baleia, Moby como era chamado – a baleia era branca; ele era a própria noite. ...o zunido... Sempre o zunido daquela miserável... Um dia a pegaria.

Barulho lá fora. Valia a pena sair? Na superfície o Pequod o espreitava. Sentia o seu suor, seu odor de negro fujão; de escravo. “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”, quis cuspir no chão. Achou melhor não. Dane-se o Pessoa. Tão louco que seu duplo era dobrado. Louco de merda. “Pelo menos eu sei quem sou, sei o que faço: Eu sou........... faço.........”

Bobagens. A sombra do Pequod estava quase sobre ele. Piscou os olhos. Mergulhar mais fundo. O mar era seu território, seu universo.

A mulher gritava para que não esquecesse a chave... “A chave! A chave!” e ele em desespero se apalpava. Bolsos do casaco, da camisa, da calça... “A chave! A chave!” “Levante, levante” implorava o cérebro; mas o corpanzil sorria constrangido na sua incapacidade de produzir ação. “Desculpe... respondiam todos os músculos, todos os nervos-neurônios–veias tudo. Todo o organismo em sussurro, depois lamentos depois em berros gritavam-berravam-ganiam-gemiam-murmuravam.

Procurou pelo quarto – sempre o silêncio, abraço profundo; forte e sufocante como o da mãe “Não vá se sujar meu filho... não vá se sujar meu filho...” o perfume adocicado e enjoativo lhe invadindo as narinas e nauseando-o. A tentativa desesperada de fugir dos tentáculos maternos... “Não vá se sujar meu filho...”

Fuga!

Rua!

Corria livre o sorriso fácil riscado na face gordinha e rosada. “Brincar, brincar, brincar” lhe ordenava a alma infantil, e era a mesma alminha que se encolhia tal qual o corpo, assustado e humilhado quando os meninos da vizinhança o colocavam na roda e o chamavam de baleia, “Moby Dick!”, Moby Dick!”

Chorar?

Não. Quando o pai lhe encontrava chorando batia com violência no seu rosto “Home não chora bundão! Home não chora!” E ele, a baleia, engolia as golfadas de lágrimas em proporções desumanas.

Na escola era o centro das atenções; as meninas riam e chamavam-no de Bolo fofo, A baleia sempre fugindo das ameaças. Fundo mergulhava.

E o pai?

Ausência presente. Presente indiferença. Vazio. Poltrona vazia, garrafa vazia. Uma lembrança... Vaga lembrança...

A mãe?

O abraço tentacular tão indiferente quanto à indiferença paterna “não vá se sujar meu filho, não vá.....”

O arpão rasgando o mar. As lágrimas, as lembranças... Ahab. Vários Ahabs insanos em seu encalço.

Afundar...afundar. Cada vez mais afundar.

A mãe-perfume

Perfume-amante.

Chances de amor?

Sim, tivera a chance de ser normal. ( O que é ser normal?) Ela até que gostava do cetáceo, mas não tinha condições de suportar a pilhéria da marujada: “Não dá mais Moby, não dá mais.” “Por que fulana... por quê?

Por quê?

O coro da turba surgia em uníssono vociferando: “Gordo, Gordo!”

Nos ouvidos as mãos, tampões exatos na exatidão da dor.

Chorar?

Não, Moby jamais chorava – o pai não deixava – Moby só mergulhava. Sempre o mergulho. Fugia incessante do arpão, para o arpão...

Ar...

Pra que serve o ar se há a imensa e delirante dor; pra que ar se o arpão da infelicidade lhe atravessa as costas numa gargalhada horrenda.

A cama-mar- acamar- acalmar...

Dor!Dor!Dor!

Ardor e febre. Suor. O corpo se despede enorme. Abandono. Imensa nódoa escarlate que tinge a água e sufoca até Ahab.

Os olhos – longe a baleia, na superfície arrasta para o inferno o navio, a fúria e a intolerância.

Então chegaram calmos, quase sorriam – os carcereiros-enfermeiros-amigos-sombras-marujos...sonhos.

“O gordo foi pro saco.”

“É”

“Pois é.”

O cérebro ativa a última luz...

“Suicídio?”

“Desde que nasceu.” Sorriu o outro.

“É.”

Parados e abertos os olhos. A visão.

Ahab. Dentes arreganhados, toda a tripulação, todos os meninos, a mãe, o pai, a amante – o arpão.

O corpo. Corpanzil de graxa, baleia imensa negra-branco cetáceo. Morte.

Morte?

Sim, por que não, só mais um grande mergulho...

“Ta morto mesmo?”

“Não sei...”

O salto. O berro!

Joga-se! A gordura imensa o peso intenso sobre os olhos claros os olhos parvos, o pânico definido pela indefinível morte.

Sufocados-esmagados-triturados...

Apagada a fornalha fecha-se o livro os olhos fecham.

Mais um mergulho.

Encontrariam no outro dia dois enfermeiros esmagados pelo paciente do quarto 56.

A vida... e a morte também podem ser ridículas.

Não havia nenhum Ismael para escapar ao naufrágio.



O QUADRO

Antes de entrar ele pressentiu. Frio estranho lambendo o corpo. Arrepio bolinando a alma. Com calma. Mesmo assim entrou. Sempre entrava “mesmo assim”. E naquele dia resolveu ver. Observar. Coisas que não via. No cérebro, algo sempre tilintava. Sinal? Tinha sempre a sensação de que sua visão não era boa. De que não conseguia ver tudo. Olhava. Olhava muito. Para tudo. Traços, rostos, relevos, linhas, cores, ângulos, texturas, estilos, épocas, conceitos. Mas algo dentro dizia que alguma coisa estava errada. E ele decidiu.

“Não é grande coisa,” um amigo dissera. O outro “que era mediano”. Alguns, por falta de propaganda, mídia e badalação, negaram veementemente a intenção. “Não vale a pena, o tempo, o movimento, as cores, o comentário.” Mesmo assim ele foi.

E era estranho. Intrigante. O espaço em que o quadro o corpo em tinta e traço olhava. Espaço de brancura iluminista. Claridade anormal cegante-sufocante. Paredes nuas, explícitas. E no meio de todo o nada - ele. O quadro. Único.

Mão e olho. Rosto sugerido, cores infringidas. Delirante pincel. Escuro e sombrio. Sombra e cor além da luz. E o olho branco. Vago. Profundo. Janela. E da mão um furo. Outro rasgo. Outra brecha.

E as linhas e os cortes. Traços que separavam ou juntavam pedaços. A imagem em construção. Destruição?

E então a visão. Toda. Furiosa. Facho, fluxo. O olho no olho e ambos dentro e fora. O quadro e o corpo. Simbiose. Mergulho, naufrágio no olho. Afogamento. Dança erótica e lasciva com todas as sereias recusadas por Ulisses. Todos os caminhos e dimensões sensoriais, corporais e táteis experimentadas por Alice. Valsa fantástica a bordo da nau dos loucos. Tradução-devoração do verbo insano, do verso da não-razão. Antonin Artaud cuspindo saliva e sangue no buraco mágico dos Taraumaras. Explodindo e desorganizando-se em corpo e mente. Criação de outro mundo. Vocábulo do além gramática. Janelas e mais janelas ao suicídio do lugar comum. Do senso comum. Corpos em queda. Livres. O incêndio de todas as roupas, de todas as máscaras. Nero bondoso e fantástico e sua lira. Insanidade mortal. Fogo. Roma e Tróia. Incandescentes.

Na pausa que se fez. Do olho que ao fechar-se o mundo enclausurou, rio de sal aos poucos vazou.

Dor, prazer, júbilo, razão?

Ninguém soube ou sabe ou saberá motivo, idéia, intenção. Mesmo assim ele levantou. E pelo olho do quadro nova direção.

Da janela aberta em braços e asas saltou. Final. Ponto


Ponto final

Não. Ainda não era o que deveria. Ser. Seria das palavras. Seria o corpo e mente. A boca da palavra. Era isso. Queria isso. Queria ser verbo. Era imprescindível ser. O discurso. Todo ele. Em todos os gêneros. Em todos os tipos. Tinha que ser. Não lhe bastava o corpo exato. Medido em carne e osso e sangue. Queria o outro. Sangue negro da tinta. O sangue nobre do corpo do texto. Sangue que escorre pelas páginas e diz. Fala.

Mas não era. Era muito aquém disso. E daquilo. Era a lacuna e o espaço branco. O silêncio da palavra. O espaço do desespero do verbo que não se concretiza. Túmulo do verbo.

Frustração. Os dedos buscavam o ritual. Dança frenética em busca da magia que abrisse as portas para aquela outra dimensão. Noites de encantamentos em vão, de mandingas e bruxarias. Mas não havia nenhum portal, nem uma porta a ser aberta. E lhe era negada a entrada naquele mundo outro que tanto almejava. O que conseguia nos textos eram espaços, lacunas, travas, tombos.

Sua mágica não era boa. Nem suficiente. E suas gavetas de bocas abertas esperavam a ração diária. Alimentação literária.

E sofria. Muito. Via o mundo através de palavras. As ações eram descritas, reescritas. Parecia estar sempre narrando sua própria vida. Produzindo artigos científicos de suas dores. Crônicas de suas mazelas particulares. O mundo era um texto. E em cada reles espaço havia uma palavra a ser decifrada, quebrada e descoberta em todas as suas possibilidades.

Mas era triste. Muito triste. Aquela tristeza dos grandes clássicos. Tristeza clássica.

Um dia estendeu um lençol branco no chão. Página mortuária. Deitou o corpo em enigma e resolveu morrer. Corpo-letra. Ponto. Símbolo.

Naquele dia as gargantas das gavetas foram devassadas por parentes e amigos. E o silêncio falou. E dos espaços e quebras e frestas de sua morte, imagens e sons se fizeram. Em lágrimas de olhos outros. Em verbos que dançavam loucos. E sua morte fez-se letra e frase. E livro. E texto.


LOBO

Todas as prisões são o corpo. A limitação do corpo. O espaço delimitado do corpo. A carne o osso e o passo tímido da perna exata.
A prisão é a cama a peça e a casa. A cerca e o espaço que te traça.
Nos livros as traças. Letras e mais letras, palavras, verbos, versos, universos. Mesmo assim preso. Mesmo assim refém das limitações da carne sua.
Sobre a mesa o espesso volume. Moby Dick. Ahab. O oceano.
Civilizado. Docilizado. Afrouxou a gravata. Forca estética de várias cores e tecidos.
O respirar do corpo além do nó.
O copo de uísque pela metade. Dois icebergs flutuando. O degelo. O gelo.
Rasgam o tédio, a moral, as normas, as ordens. O real.
Um sorriso se desenha em lábios que não sorriem. Mais. O álcool é o segredo para o outro mundo. Dimensão outra. Imensidão.
O corpo aperta uma tecla e Nei Lisboa canta só para ele : “Seremos sempre assim, sempre que precisar. Seremos sempre quem teve coragem. De errar pelo caminho e de encontrar saída. No céu do labirinto que é pensar a vida. E que sempre vai passar por aí”
Pensar a vida. Errar pelo caminho...
Os passos levam o corpo à janela. O vidro proíbe o ar. A visão é através, filtrada, controlada. Os olhos da casa. Não olham para fora; mas para dentro.
Há ninguém. Todos que não estão. Memórias. Imagens. Rostos. Ações. Tudo perdido nos jorros de tempo de Cronos.
Civilização. Ao final do braço a mão e seus dedos. Unhas aparadas e polidas. Mão enfraquecida. Braço cansado. Os pés cobertos por objetos de couro. Lustrosos e macios. O pé?
Sentado desamarra o sapato. A meia escura. Agora a visão do pé. Todos os dedos. Sorri. Não é sempre que observa o próprio pé. Meche os dedos. Boa sensação. Um pé esbranquiçado, sem vida. Sem cor. Ao lado o sapato observa, guarda, vigia. Pronto para enclausurar novamente. Proteger, cuidar, colocar o pé ao lado de tantos outros. Calçados.
Eles voam. Primeiro um. Depois o esquerdo. Na rua já escura estatelam-se. Srão os pés de um mendigo qualquer. Um homem que mendiga passos certos e exatos.
A casa está surpresa. Em silêncio. Presente algo. As paredes vibram silenciosas. Portas e janelas estão anciosas e asustadas. Então a casa oferece o quarto, cama grande e macia, ar condicionado, televisão; seduzir. É o que o carcereiro pensa. Seduzir o homem. Não? Ainda não? A cozinha. Geladeira repleta; queijo fatiado, presunto, galinha, yogurtes, cremes, doces, bebidas... não?
A água lava o corpo em rios. Rios que escorrem pela carne. Pelo rosto. Não? São lágrimas? Salgadas?
Nu. Assopra as luzes. A escuridão. Do outro lado a noite. A casa já não tem poderes. As paredes são apenas ilusões. As narinas buscam todos os odores. Todos os cheiros que se mesclam confundem. Os olhos dilatam-se. Buscando nas distãncias aquilo que não se vê. A casa não é mais nada.
E a noite clama. A noite chama. E então é ela. Só. Redonda. Brilhante. Ele pensa na vida. Pensa nos sapatos. Nas portas. Nas roupas. Nas palavras doces, nas regras, nos detalhes... pensa nas filas, no cheiro de fumaça... e vomita. Vomita sua civilidade. Pela garganta. Pedaços de uma vida em pedaços.
E ele urra. E uiva. E salta. A fúria é o caminho. O desatino. E atravessa o vidro que corta. E o sangue que escorre. O cheiro, o gosto da vida.
Do outro lado da casa a noite o apara, o acolhe. E ele corre. Pernas que não são as mesmas. Coração outro. Força que invade cada célula, cada molécula.
Selvagem. Entre os carros. As pontes. Os homens. O medo, o susto. O pânico.
Fera. Suor. Escorrendo abundante, expurgando todos os medos, todos os anseios. Musculatura que salta sobre cercas. Se lança sobre árvores, arbustos. Prazer animal. A terra no pé, o vento pelas narinas, os olhos engolindo tudo, devorando toda uma vida que passa. O campo. As árvores. A mata. O uivo. O grito. A fúria se espandindo sonoramente como uma onda que vai arrasando tudo e todos. Depois o silêncio. Depois os comentários. Depois a versão oficial, depois a mentira. Depois o exagero, depois a lenda. Depois o tempo. Depois as calçadas. Depois os prédios. Depois o aço e o vidro, depois... depois ...


A bicicleta

Não. O tempo não estava no movimento. Ele pensava. O tempo estava na bicicleta. Imóvel encostada ao muro.
Sim. O movimento era apenas ilusório, o tempo era além dele. Era imobilidade. Sim.
O muro estático e a bicicleta plantada em suas costas. Sustentação tácita. Amparo. O verbo já não existia. O verbo era distância. De fundo o azul chumbo de um céu imóvel como o tempo. Assim como ele. Estático.
Os aros da roda já não deliravam pelas estradas, mas uma massa de tempo enlouquecida se embrenhava imperceptível por eles. Silencioso enroscava-se no metal da bicicleta, retorcia-o. E ele percebia.
O tempo estava. Antes do movimento. Antes do verbo. Antes da representação do movimento. Antes da representação da fala. Ele.
Os pensamentos tentavam se constituir, mas a densidade temporal era anti-constitucional, e os pensamentos e também os sentimentos mesclavam-se em mechas de tempo e no metal da bicicleta e no barro do muro e na carne que era dele.
Então chorou. Silenciosa a lágrima percorreu pele e carne e porosidades e espaços e lembranças. E fez-se memória e apagou-se-extinguindo-se no silêncio da terra. E não houve outra.
Só a bicicleta muda. E dizia tanto. E gritava tão alto. E o muro permanecia além do próprio muro,visto que agora era lembrança. E também a bicicleta. Verde. Não o muro. Este cinza e velho. Como ele.
Cinza e velho ele percebia o tempo, e a bicicleta e o muro. E se tudo era símbolo. Era ele símbolo. Fechou a mão lentamente e pode sentir o tempo pulsando dentro, e afundar-se na carne e mergulhar pra dentro do corpo. E tudo pulsava e tudo era quente.
Tudo era quente no silêncio da bicicleta.
O movimento já não era necessário. Assim como o muro resolvera ficar. Coisificar-se no tempo. Plantar-se.
Achava que os outros viam por janelas. Ele via fora de casa. Via tudo. E tudo era a bicicleta e o muro. Não havia ilusão, não havia ângulos, só a bicicleta e o muro pendurados no tempo, emoldurados no tempo. De onde estava ainda via os rostos pálidos das gentes que passavam pelas janelas. Viam a delimitação da janela, o limite do olhar e a ilusão do movimento. Não viam nada.
E foi tudo o que viram. Todos eles: Um velho sentado em frente a uma antiga bicicleta escorada a um muro ainda mais antigo que o velho. E só.

Ronie Von Rosa Martins - Poeta Brasileiro
Todos os Direitos Autorais Reservados ao Autor.

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