Márcia Sanchez Luz [Poeta Brasileira]
- Quero-te ao som do silêncio! (2010) – prefácio de Caio Martins
- Porões Duendes (2008) – prefácio de Leila Míccolis
- No Verde dos Teus Olhos (2007) – prefácio de Airo Zamoner
- Saciedade dos Poetas Vivos vols. 4, 9 e 12 em Blocos Online, onde tem suas páginas individuais de poesia e prosa.
- Trovas premiadas e publicadas na Antologia "Projeto de Trovas para uma Vida Melhor" (UBT).
- Antologia de Natal, em Blocos Online (2009)
- 1ª Antologia Poética Contemporânea (Editora Protexto, 2010)
- À Mona Dorf, jornalista de O Estado de São Paulo, para o programa Letras & Leituras.
- A Luiz Eduardo Caminha, âncora do programa Stammtisch (TV GALEGA, Blumenau).
- A Selmo Vasconcellos para a 1ª ANTOLOGIA POÉTICA MOMENTO LÍTERO CULTURAL
- Jornal Alto Madeira.
- Jornal O Rebate.
- Jornal Rondônia Ao Vivo.
- Jornal Fala Brasil de Porto Alegre.
- Jornal Gazeta Mercantil.
- O Imaginário - http://poemasdemarciasanchezluz.blogspot.com
- Márcia Sanchez Luz - http://marciasl2001.blogspot.com
- Repercussão Literária - http://marciasanchezluz.blogspot.com
Não quero mais teu corpo a me tocar
pois que já mal decifro o que estas mãos
me dizem quando ponho-me a te olhar
e não descubro nelas afeição.
Não posso com teu corpo concordar
e me fingir ausente em sins e nãos;
isto seria o mesmo que negar
que ao lado teu não vejo solução.
Aí me pego aflita, em mil pedaços
e me distraio quando escrevo um verso
que me responde (meio de tropeço)
o que já sei de nossos laços lassos.
Agora entendes o meu ser disperso?
É a solidão a reclamar seu preço.
© Márcia Sanchez Luz
O amor no sonho
O amor é tão perfeito quando durmo,
que mal me dá vontade de acordar!
Mas não tem jeito – o dia vem soturno
e o sonho acaba. É duro acreditar.
O amor no sonho é como o deus Saturno,
num farto, afoito e intenso festejar;
o adeus ao laço – algoz e taciturno –
que avilta, agride e evita o libertar.
O amor de sonho é sempre um aconchego;
permite ao colibri (que não descansa)
um beijo à flor que finge desapego.
Amor assim é sábado constante;
acalma o que guardado a dor alcança
e afasta a realidade lancinante.
© Márcia Sanchez Luz
Lua Negra
na cálida, escondida lua negra
dos meus delírios (dor que desintegra
calma desnuda em chuva de gaivota).
Os olhos choram mares, geram grotas,
fabricam densa nuvem que se integra
ao corpo equivocado pela entrega
sofrida num adeus desfeito em gotas.
Amo demais, eu sei, mas o que faço
se de outro jeito não conheço o amor?
A minha sina é nunca combater
o que me atrai e gera descompasso.
Se por um lado existe o dissabor,
tenho da vida a flor que vi nascer.
© Márcia Sanchez Luz
Infinda Solidão
Por quem me tomas quando o amor que sinto
da carne dista, é sensação do peito?
O anseio que me assola é puro instinto
guardado no sonhar sem preconceito.
Por quem me tomas neste labirinto
de dor e medo e cheio de defeito?
O meu sentir não pode ser extinto
por conta de um conflito sem efeito.
Por ora busco alguma direção
para aquietar-me a mente tão doída
que só concebe o que não tem razão.
Se eu não achar porém explicação
passível de curar esta ferida,
me entregarei somente à solidão.
© Márcia Sanchez Luz
Amor Irmão
Vem curumim, trazer teus desencantos!
A paz que adormecia, ora é real.
Temer a luta é inútil, pois em prantos,
a vida não concebe o que é ideal.
Vem meu infante, a tarde é só de encantos!
(Na dor pungente, o amor não é total).
Dá-me teu medo, afasta estes quebrantos!
Tanto tormento é um tanto irracional.
Em tua vida abrigo a majestade
de ver-te igual a mim no amor irmão,
tornando nossa história mais serena.
Assim seguimos juntos, na igualdade,
caminho que nos leva ao mesmo chão.
E a luz se faz verdade, a dor, é amena!
© Márcia Sanchez Luz
2 comentários
Daufen, agradeço o carinho da publicação. O blog está muito bonito!
Beijos
Márcia
Márcia Sanchez Luz é, indiscutivelmente, poetisa de elevada qualidade. Suas composições têm dois atributos essenciais da poesia: inteligência e sensibilidade.
Não lhe basta a perfeição da forma, exige vida e atribui paixão aos conteúdos. Sem dúvidas é um privilégio conhecê-la e tê-la como paradigma. Parabéns pela publicação oportuna e pontual.
Postar um comentário