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Marco Aurélio Cremasco [Escritor, Poeta e Professor Brasileiro]


Marco Aurélio Cremasco nasceu em Guaraci, Paraná. Professor na Faculdade de Engenharia Química da Unicamp, tem dois livros técnicos publicados: Fundamentos de transferência de massa (Editora da Unicamp, Campinas, 1998) e Vale a pena estudar engenharia química (Blucher, São Paulo, 2005). Foi um dos fundadores e coeditores da Babel, Revista de Poesia, Tradução e Crítica. Publicou os livros de poemas Vampisales (Editora da Universidade Estadual de Maringá, 1984), Viola Caipira (edição do autor, Campinas, 1995), A Criação (Cone Sul, São Paulo, 1997; Prêmio Xerox e Revista Livro Aberto de Literatura), fromIndiana (edição do autor, West Lafayette, EUA, 2000). Possui o romance Santo Reis da Luz Divina (2004; Prêmio Sesc de Literatura e finalista do Prêmio Jabuti de 2005), o livro de contos Histórias Prováveis (2007) editados pela Record (Rio de Janeiro) e a novela Oco do Mundo (Sereia Ca(n)tadora, Santos, 2011). Em 2010 foi contemplado com a Bolsa Funarte de Criação Literária para a escrita do romance Evangelho do Guayrá.


 Poesias de Marco Aurélio Cremasco


O AMOR

o amor é a fonte
de onde tudo aflora

o rio
por onde tudo flui

e o mar
que a tudo abraça

o amor também evapora
e condensa

em chuva fina
ou temporal

o amor é natural

NAVEGANTE

meu coração
é um fio d’água

para saciar
o sonho de navegar

meu corpo
é um barco

à beira do naufrágio
(não me desespero)

minha alma
é o rio em que

navego



NÃO ESCRAVIZEM O SOL

não escravizem o sol

deixem-no vadiar
em nossos rostos

enquanto passeamos
despretensiosos

por ruas repletas
de almas vazias

prendam-me se quiserem
mas deixem liberto

o sol


IDEOLOGIA

pessoas são números ?
pescoços são cordas ?

sou da época do assombro
e não da sombrinha

sou velho mas não sobro
sou açúcar salobro

punhos são frágeis
mas agarro o vento

não sou apenas palavra
sou pensamento



ACANHADO

o dia não nasceu
 nublado

foi o sol que acordou
encabulado 



ESTUDO PARA UM EPITÁFIO

na hora da minha morte
derramem lágrimas, caso queiram

caso não, sorriam de algum caso:

que fiz ou deixei de fazer
que fez sorrir que fez chorar

rezem uma ave-maria
ou apenas deixem pra lá

a vida é uma oração insubordinada

 
Marco Aurélio Cremasco  
Todos os direitos autorais reservados ao autor.


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