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Mirian Marclay Lemos Melo - Poemas



POEMA PARA MINHA MÃE
(Poema dedicado a Marli Volpato Lemos Melo)

Há um poema que amei-amo- além da vida.
O poema de amor infindo, nos olhos puros
Daqueles tempos em que a inocência era
O mote e ainda que eu não me conhecesse
Conhecia-me, naturalmente, como filha.
Sou esta extensão da tua existência
Da poesia que esculpia nas tuas telas de lã
Nos teus bordados, teus croches
Na matemática que me ensinou,
Nos teus pudins de laranja e por todas às vezes
Em que eu não me compreendia
Mas a tua sabedoria, estendia-me a mão.
Alguns sentimentos desconhecem
Início ou fim, dentro de mim, são o movimento de
Uma sinfonia que irá se repetir enquanto a alma
Dispuser-se a ouvir a essência de ti.
Hoje e sempre, a lembrança não se apaga
Há uma onda vaga no amor, incompletude,
Uma saudade das coisas idas, da ternura
Que me comove, que me locomove.
E venho te dizer, porque sei que ainda me carregas no coração,
Que estás no jardim do meu espírito, em que te plantastes
Como a mais linda de todas as flores.



CARNE ALADA

É em suave poesia que desvelo a alma, incorporo-te.
Banho-me em teu rio de flores, e beijo as tuas dores.
Elevo-te ao cristalino pulsar, das estrelas que busquei
Quando uma luz ofuscou tua sensorial percepção,
Meus lábios sussurraram-te esse caminho
E, ao longe, meu perfume, impregnou-te.
Teu íntimo me sorri, ainda que chores
No silêncio oculto das palavras.
Sublimando, pinta-me.
Desnudando-te
Dizes:
Amo-te
E faz-me tua doce amada idolatrada.
Carne Alada.
Libero-me qual aquilo que imagino ser
Disseco-me cada camada, até decompor-me, qual parte do nada.
Quando assim revelada, no espírito, essa essência decantada,
Musa errante de um viajante, metamorfose dissonante
Semi deusa posta ao banquete do poema
Liricamente volito, movimentos ritmados
Ao passo do abraço do peito que habito.
Borboleta em viva carne, sonata sem fim.
Noite divagante, suspiro que compassa
Noite inebriante, do torpor que transpassa
Resto como o beijo nas cores das minhas asas
Resto como o ensejo nas flores das minhas casas
Resto como o desejo nos amores das minhas lassas.



ROSA DE SANGUE

Divina face que chora cravejada de espinhos
Em teu sangue haveria redenção amorosa?
Com o tempo haverá outra flor em teu caminho?
E assim te olvidarás daquela suculenta rosa?

O perfume que se esparramava pelo ar
Fez a terra em pleno gozo jubilar
Fez a noite beijar o sol no entardecer
E a lua ao orvalho se liquescer.

Beijaram-se rosa e divina face
Num instante infindo
Como se tudo fosse sagrado.

E o beijo já não possuia disfarce
Daquilo que já era vindo
E em sangue sacramentado.


Mirian Marclay Lemos Melo
Todos os direitos autorais reservados a autora.


3 comentários

Mirian Marclay disse...

Muito obrigada nobre poeta Daufen!!!
A poesia é essa fraternidade na alma!!!
Rendo-te letras!!!
Um abraço fraterno
Mirian

Tudo sobre a carreira de escritora disse...

Parabéns Mirian Marclay pelos lindos poemas ,obrigado por eu fazer parte desta Revista,pois foi por sua aceitação que consegui chegar até aqui.Seus poemas vem do fundo da alma,adoro fazer parte do grupo,sou amante da poesia !!Abraço carinho e susseso.

Anna Paula Pelizer Lemos de Menezes disse...

Lindos poemas! MARAVILHOSOs! Que Deus continue te abençoando com este talento tão sublime.