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Ivens Cuiabano Scaff. Clinico Geral, Infectologista, escritor, professor,verseiro e poeta.
Ivens conta que o gosto pela literatura vem de infância, quando os pais lhe ofereciam livros a todo instante. “Isso me fez tão bem que quero passar adiante através dos livros que escrevo”, explica.
Criado no bairro do Porto, entre partidas e chegadas de lanchas que iam para lugares tão longe como Corumbá e Montevidéu, e corriam o risco de se perder entre os meandros do Pantanal, boiadas que estouravam em frente à sua casa e tios que chegavam, de repente, dos céus em pequenos teco-tecos, Ivens, apesar de sua formação como médica, guarda muita história, ouvida ou inventada, para contar. Elas vão surgindo devagar, porque ele ainda continua escutando, pois como dizem os cuiabanos: “Quer ver? Escuta!”
Ao todo Ivens publicou oito livros, seis infanto-juvenis: “Mamãe sonhei que era um menino de rua”, “Fábula do quase frito”, “Papagaio besteirento e a velha cabulosa”, “Bugrinho”, “Uma maneira simples de voar” e o lançamento “O Menino órfão e o menino rei”, além dos livros de poesia: “Nova poesia de Mato Grosso” e “Mil Mangueiras”. Ivens também participou da coletânea lançada pela Entrelinhas “Fragmentos da Alma Mato-grossense”, junto com Ricardo Guilherme Dicke, Lucinda Persona e outros grandes nomes regionais.
(...)Serão primos pelo azedume
o tamarino e o cajá?
que mágoa semeou de espinhos
o coração do pequi?(...)
Fragmento do poema "Perguntaiada", do livro "Mil Mangueiras"
Mil mensagens
discreta e presente
integrada no céu da tarde
a grande mãe
mais tarde reforçará o brilho
frente às trevas
branca
apenas boia na claridade
como numa cadeira de balanço
relançando serenos raios ao sol poente
quieta
já um espetáculo
esperando pra entrar em cena.
por uns belos olhos
me esqueci
de tudo que tinha ou era
do que soubera
de todas as quimeras
no caminho do não pisar.
hoje vejo que tudo foi
como procurar num aquário
o peixe escondido
e não encontrar.
sonhar é bom,
estranho é acordar.
Me faz uma casa
ah! minha gentil arquiteta
me faz uma casa
e eu te convido a morar
uma casa aquática assim
com uma piscina imensa
formato?
claro que o do mar Egeu
me bola uma casa ventosa
pra tilintar campainhas chinesas
derrubando os vasos das mesas
— e você reclame ao arrumar -
uma casa bem gostosa
uma varanda pra prosa
toda a noite apos o jantar
use os teus materiais modernos
mas preserve o barulho da chuva no telhado
algum canto fresquinho e sombreado para eu poder cismar
um jardim com um jeito antigo
um portal com um ar amigo
convidando a se entrar
suíte pra mim é nome de música
quero então uma alcova
onde eu depondo a armadura
me arme de toda a candura
para poder te amar
vai! desenha a casa
vamos sonhar
pagando o resto da vida
as prestações do BNH.
Extraído do livro "Fragmentos da Alma Mato-grossense", antologia organizada por Maria Teresa Carrión Carrecedo, com textos de Manoel de Barros, Silva Freire, Wlademir Dias-Pino, Lucinda Persona, Ivens Cuiano Scaff e Ricardo Guilherme Dicke. Cuiabá: Entrelinhas, 2003, de um exemplar gentilmente cedido por Wlademir Dias-Pino e Regina Pouchain.
Livro: Kyvaverá (Ivens Cuiano Scaff)
Vídeo de lançamento do livro Kyvaverá
Num momento em que Cuiabá enfrenta tantos problemas, ninguém melhor do que um cuiabano – de nascimento e nome – para cantar as belezas e resgatar a poesia da capital mato-grossense. “Kyvaverá” é o título do livro de poemas que foi lançado pelo médico, poeta e autor infanto-juvenil Ivens Cuiabano Scaff. É também o nome usado pelos indígenas para identificar o rio que banha a antiga Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá.
Editado pela Entrelinhas, “Kyvaverá” é uma ode de amor a Cuiabá, ilustrada com obras de arte de Jonas Barros. O livro é dedicado “a todas as pessoas a quem a simples menção do nome Cuiabá evoca vibrações felizes em seus corações”. Segundo o autor, a obra segue a tradição de um dos mais ilustres cuiabanos, o arcebispo dom Aquino Correa, que usou sua terra natal como fonte de inspiração num livro de poemas homônimo. Ivens acredita na força de “Kyvaverá” no momento que a capital atravessa – de evolução, por um lado, mas também de descaracterização. (http://www.tuxcuiabano.com/blog)
Exposição Kyvaverá: uma serenata à Cuiabá
Kyvaverá”. Nome usado pelos indígenas para identificar o rio que banha a antiga Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá. Nome do poema que compõe o livro homônimo, do poeta e autor cuiabano, de nascimento e nome, Ivens Cuiabano Scaff, e que serviu como fonte de inspiração para a exposição que aconteceu de 4 a 15 de abril, no Pantanal Shopping. A mostra “Kyvaverá”, em homenagem aos 293 anos de Cuiabá, resgata as belezas e poesias da capital mato-grossense, traduzidas por meio de poemas de Ivens e obras do artista plástico, também cuiabano, Jonas Barros.
Por meio da poesia e das obras de arte, Ivens Cuiabano Scaff e Jonas Barros reafirmam o amor que têm por Cuiabá e o orgulho que sentem de ser cuiabanos. “Apesar de a exposição ser única e exclusivamente por meio de textos e imagens, Kyvaverá é uma serenata à Cuiabá. É uma forma que encontramos para demonstrar nosso afeto por Cuiabá. Queremos despertar e voltar o olhar das pessoas, sejam cuiabanas natas ou de coração, para as coisas bonitas que a capital mato-grossense tem, apesar dos problemas”, explica Ivens.
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Um comentário
Lindas poesias e paisagens!
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