Parabéns...
hoje é seu grande dia!!!
Eu tenho uma
leve impressão que estamos por aqui apenas de passagem: “passageiros de algum
trem”. Que entramos neste bonde numa determinada estação. Que andamos por
vários vagões durante a longa ou breve jornada. Que ora estamos do lado
direito, ora do lado esquerdo... ora no corredor, ora estamos na janela, e que
a qualquer momento, em qualquer estação, podemos saltar deste trem, esperar por
um tempo e depois entrar em um outro trem, e assim vamos, como no ciclo das
quatro estações, onde nem tudo são flores, e a primavera não é eterna, enquanto
é claro, por aqui estivermos, pois, embora haja momentos de extrema felicidade,
também há momentos em que caímos, levantamos, tornamos a cair, e até choramos.
Mas vejamos pelo lado bom das coisas, não há mal nenhum em chorar. É no descer
das lágrimas que paramos a pensar que podemos atravessar o rio.
Assim,
enquanto nosso minúsculo planeta transcorreu ao redor do sol, num movimento milimetricamente
arquitetado por um ser superior, você também caminhou milhas e milhas na soma
das variadas manhãs. Neste percurso, deu tempo de avaliar e reavaliar tuas
ações, teus falares, teus pensares, e até tuas omissões. Será? Pena que no
correr do mundo moderno esquecemos até de bater um bom papo com a lua, de
contar as estrelas, de beijar as flores, de molhar o rosto com a água do
orvalho que beira logo ali na varanda.
Já parou a
pensar na existência? Melhor não! Deixemos isto por conta da filosofia. Agora é
hora de acender as velinhas, contar nos dedos as primaveras que se passaram,
abraçar os amigos, quem sabe até mandar um cartão postal aos inimigos, “olha,
estou aqui, de bem com a vida, em paz com o mundo e com muita vontade em ser
feliz!”, e agradecer em cânticos e louvores ao Criador por mais um bolo a ser
repartido. Afinal, felicidade ficou pra ser repartida, compartilhada.
De quem será
o primeiro pedaço? Creio que isso não importa, pois muitas vezes os últimos
serão os primeiros. Virtualmente, poderia dizer que um sorriso teu já bastaria,
pois o sorrir alegra qualquer espírito, enquanto mostra que a paz se faz
presente, mesmo na ausência, na outra margem do rio.
Por isso,
sempre ao deitar, depois de um longo dia, em que o sol deu as caras, sorriu pra
ti, iluminando os teus caminhos, é hora de perguntar a si mesmo, como num
monólogo interior – será que sou merecedora do dia de amanhã? Só você pode
responder tal indagação...
Então, sendo
hoje o teu dia, “que a felicidade puxe uma cadeira vagarosamente e encoste-se
alegremente ao teu lado para sempre”. E ao anjo bom que está do teu lado, você
possa dizer com a voz do silêncio, enquanto todos ao redor cantam os parabéns,
“obrigado, Senhor, por mais trezentos e sessenta e cinco oportunidades que
terei ao longo dessa estrada a cada nascer do sol”.
Que haja fé,
paz e saúde, o resto, no dia a dia se faz! Parabéns, felicidades mil!
Robson Veiga - Mestrando em Literatura e Crítica Literária
pela PUC de Goiania-GO. Página pessoal na internet: Café Literário.
Todos os direitos autorais reservados ao autor.
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