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Romulo Nétto [Jornalista e Escritor Brasileiro]

Romulo Nétto, mineiro radicado em Cuiabá há 35 anos. Graduado em Comunicação Social (Jornalismo) pela Universidade de Brasília,  veio para o Estado em 1971 para trabalhar como jornalista na Universidade Federal de Mato Grosso.

Desde então nunca mais saiu, só quando se aposentou, aos 47 anos, e passou um período no Nordeste. Escritor, muito mais que jornalista, ele é daqueles sujeitos que não esquecem de onde vieram. É como se Romulo tivesse saído de Minas, mas Minas nunca tivesse saído dele.

 
ROMULO NÉTTO é jornalista e escritor, autor de onze livros, editados pela Carlini & Caniato Editorial
 
Obras do autor

  • As Jagunças
  • Filisberto das Âncoras
  • Contos dos Gerais
  • Cidades, Ciudades
  • Bom-dia, Senhor Presidente
  • Tarenço, o Capanga de Lata
  • Os Deserdados da Sorte
  • Tatão Malemais, o Capador de Anjos
  • Transitoriedade, Palavra
  • O Infinito Desespero de Ementério 
  • Não fala comigo! 



Lançou sete livros de uma só vez

Mais que um texto regional, os livros de Rômulo Nétto são frutos de sua descendência mineira. Mesmo quando coloca os personagens em outros territórios, cada um deles não deixa de carregar marcada e pegajosa mineirice. Como o próprio autor diz: “ser mineiro é antes de tudo um estado de espírito”,revisitando nestas palavras antigos contadores de causos, gente simples do povo e grandes escritores brasileiros.



O autor-Romulo Nétto, 63 anos,implantou a editora universitária na UFMT, onde hoje é aposentado. Apesar de detentor de talento e sensibilidade únicas ele tem a particularidade de viver em Mato Grosso, o que poderia explicar o "ainda anonimato" de sua obra. "Tenho parentes, amigos e conhecidos por todo o país e todos falam que se eu estivesse no sul ou sudeste do país minha obra seria mais reconhecida. Não sei se é só isso, mas também não me importo", conta o autor de mais de 20 livros, entre publicados e engavetados, entre eles Ameríndia, Lua de Papel. 

Para Romulo o processo de escrita é quase psicográfico, embora ele não acredite na influência de espíritos. "Não paro para pensar em que ou quem vou escrever, as coisas fluem naturalmente como sempre estivessem dentro de mim em algum lugar que eu desconhecia. Me surpreendo às vezes com o resultado", confessa.

Com o que ele se importa? "Me importo em transpor minhas lembranças e jogar para o papel os personagens que exigem que suas histórias sejam contadas e que vivem em algum lugar do meu
inconsciente. Não tenho expectativas, se isso puder emocionar alguém será incrível", declara.

(Texto publicado em 2009 no jornal A Gazeta, de Cuiabá, MT)

Livros de Romulo Netto

As Jagunças

Autor: ROMULO NETTO
Gênero: Literatura Brasileira - Contos e Cronicas
Editora: TANTA TINTA
ISBN: 8599146653 / 9788599146651

Vinte e uma mulheres compõem o universo de As Jagunças. Mulheres que empreendem uma luta contra a hegemonia do homem. Fazem-se brutas, fazem-se mulheres com os homens e de homens com as mulheres.Fogem de ser mulheres para construírem seu lugar nos desmundos e nos desmandos.

È um dos representantes da literatura de Mato Grosso no Prêmio São Paulo de Literatura. A editora Carlini & Caniato, responsável pela publicação em 2009 da ‘Trilogia dos Gerais’, inscreveu ‘As jagunças’ nesta terceira edição do concurso. Organizado pela Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, o Prêmio São Paulo de Literatura já contemplou nas duas edições anteriores grandes nomes da literatura brasileira, entre eles Ronaldo Correia de Brito, de ‘Galiléia’, e Cristóvão Tezza, autor de ‘O Filho Eterno’. A cada edição a Secretaria de Estado da Cultura contempla um autor estreante e o melhor livro de ficção do ano.

“Participar de um prêmio de grande envergadura, como o São Paulo de Literatura, é um estímulo tremendo. Consiste numa oportunidade de apresentar seu trabalho para um novo público, além de ter a certeza de uma análise construtiva da literatura que vive dentro do autor”.

A ‘Trilogia dos Gerais’ é composta ainda por ‘Filisberto das Âncoras’ e ‘Contos dos Gerais’.


'As Jagunças’, ‘Filisberto das Âncoras’ e ‘Contos dos Gerais’ revelam a força de um autor com intensa paixão por cerrado e por Guimarães Rosa.

Como o sexo é um instinto, o leitor também, instintivamente perceberá, aos poucos, a força das palavras e das mensagens, sem vírgulas, do romancista e contista Romulo Nétto. Autor da chamada trilogia dos gerais, o jornalista diplomado reuniu em ‘As Jagunças’, ‘Contos dos Gerais’ e ‘Filisberto das Âncoras’ (os três publicados em 2009 pela Carlini & Caniato Editorial, de Cuiabá) tramas e personagens que naturalmente conviveriam ombro a ombro com os retratados pelo mestre Guimarães Rosa em ‘Sagarana’, ‘Primeiras Estórias’ e ‘Grande Sertão: Veredas’. Mineiro, conterrâneo na Paracatu de Afonso Arinos de Melo Franco, de ‘Pelo Sertão’, Nétto recorre ao instinto de preservação e de estabelecimento de justiça para narrar vidas e tramas.

O instinto de preservação, por exemplo, pode fazer as pessoas a procurarem prazeres sexuais e em muitas páginas deste autor radicado em Cuiabá surgem a força atrativa da carne, a ânsia por vingança que alimenta ações das mulheres que, em ‘As Jagunças’, compõem um raro bando, bem como o peso geográfico dos gerais e ainda a forma roseana de prosear e narrar fatos.

Nétto revela um jeito independente de estruturar seus personagens dentro do romance, assim cada capítulo em ‘As Jagunças’ é uma micro novela, estruturada com personagens que muitas vezes se repetem em outros momentos do livro. Falar da trilogia de forma isolada seria privar o leitor de ampliar o conhecimento do mundo ficcional deste nome das letras brasileiras. Uma ressalva deve ser constatada: o autor peca no igualar e unificar as narrativas de personagens com idades e trajetórias diferentes na voz comum de um único narrador, como se todos fossem o mesmo fio condutor. Entretanto, este fio condutor único é justificável. Trata-se de Romulo Nétto, o exato narrador de todos os enredos contidos na trilogia que não congrega apenas Minas, mas Mato Grosso, o cerrado e o Brasil. 
                               (Ramon Barbosa Franco, 32, é jornalista e escritor)


Cidades, Ciudades

Edição:
Data de Publicação: 2010
ISBN: 978-85-99146-92-7
Tamanho: 13,8 x 20,8 cm
Nº. de páginas: 128
Gênero: Contos
Editora: Carlini&Caniato Editorial

O autor faz uma viagem por cidades que jamais conheceu, a não ser através da história, dos livros, jornais e revistas. Quase sempre são poemas que denunciam abusos contra seus naturais. Da criança queimada com o napalm em Trangbang, dos desmandos políticos em Brasília, dos horrores de Auschwitz.-Birkenau, entre tantos outros acontecimentos históricos. É na verdade o passeio histórico em que o autor conhece apenas as cidades de Belo Horizonte, Brasília, Cidade do México e San Juan Teotihuacan, mas levado pelas asas da literatura jornalística ou não através do mundo.



Bom-dia, Senhor Presidente

Edição:
Data de Publicação: 2010
ISBN: 978-85-99146-91-0
Tamanho: 13,8 x 20,8 cm 
Nº. de páginas: 80
Gênero: Romance 
Editora: Carlini&Caniato Editorial

Neste livro o autor nos põe em contato com as agruras de uma família de retirantes que sai do Polígono das Secas, atravessa dois estados e chega numa imaginária cidade chamada Mimoso – a maior e mais industrializada do também imaginário Pirambeiras. São treze dias de viagem, com narração entre sofrimento e poesia. Para um dos membros da família de Donabrina o destino reservava futuro brilhante: a presidência da República. Após ser engraxate, metalúrgico, deputado federal, três vezes candidato a presidente derrotado em sucessivas eleições, finalmente realiza seu sonho: é eleito presidente. Começa o pesadelo da população. Toma medidas que afetam principalmente os aposentados do serviço público. Dá início a uma roubalheira nunca antes vista no cenário político de Pirambeiras. Finalmente por não desejar apear do poder torna-se ditador. Um dia, porém, tem uma recaída e se olhando no espelho exclama: Bom-dia, senhor presidente! Esta inverossímil história é narrada, de pai para filho, pelos cachorros da família – Os Juca.


Tarenço o Capanga de Lata

Edição:
Data de Publicação: 2010
ISBN: 978-85-99146-93-4
Tamanho: 13,8 x 20,8 cm 
Nº. de páginas: 88
Gênero: Romance
Editora: Carlini&Caniato Editorial 

Tarenço como outros livros do autor são livros que podem ser lidos como contos. Entretanto há uma tênue linha que separa cada conto-capítulo. O leitor mais atento captará o elo assim que adentrar no segundo capítulo. Quem aparentemente seria o vilão de toda a trama acaba sendo o beneficiado. Belarmino B. – no dizer da meninada interiorana de Paracatu – era um verdadeiro pastor das moças, guarda-cabaços. Vivia protegendo a filha do patrão para que os marmanjos não a possuíssem. Repentino surge um mais esperto e descabaça a mocinha. Por sua vez Belarmino B., nutre paixão angustiante pela mulher do patrão sem nada conseguir. Até que um dia, bem isto quem ler o livro verá…


Os Deserdados da Sorte

Edição:
Data de Publicação: 2010
ISBN: 978-85-99146-94-1
Tamanho: 13,8 x 20,8 cm
Nº. de páginas: 168
Gênero: Romance
Editora: Carlini&Caniato Editorial 

Neste livro de poema dividido em três partes sendo que na primeira encontramos um texto sobre a vida e a morte de um rio. Ao tempo em que revela a dor da perda irreparável, da agonia do rio, vai desnudando o percurso de uma geração em seu convívio com as águas e a lida diária com a paisagem. A destruição do rio é ouvida por meio dos sussurros do vento, do silêncio respeitoso do sabiá-laranjeira, dos gestos aflitos daqueles que ainda dele — cada dia menos — retiram pequenas migalhas para sobrevivência. Na segunda apresenta um sobrevivente de um mundo desprovido de sonhos. Mas, mesmo assim, sonha e se define réu confesso de crimes que nunca cometeu. Sujeito definitivo ator de uma história complexa, viva e presente. Aqui, o autor apresenta um personagem sem face, moldado um pouco à sua imagem e semelhança. Mais. As venturas e desventuras deste ser que convive com um cenário mutante entre criador e criatura. Por fim surge Filisberto das Âncoras, personagem de Um chão de quase coisas, um deserdado da sorte. Herdeiro de um pedaço de chão seco e sem riacho. Visualizamos, neste livro três, a relação íntima entre conteúdo e expressão. Homem e a paisagem se imbricam numa intimidade entre eles e a própria lei da vida. Com contornos firmemente delineados a figura de Felisberto das Âncoras capta as dores, os desejos, sua humanidade, em suma com grande singularidade, o autor vai construindo o personagem, não sem apresentá-lo com cores vivas, inserido em uma paisagem árida e tosca. Por meio deste ator, expressa a miséria e a solidão. Enfatizando as emoções, sentimentos e sensibilidade, Rômulo destampa aos nossos olhos, com acurada sagacidade, a natureza e o ser humano.


Tatão Malemais, o Capador de Anjos

Edição: 
Data de Publicação: 2010 
ISBN: 978-85-99146-95-8 
Tamanho: 13,8 x 20,8 cm
Nº. de páginas: 120 
Gênero: Romance 
Editora: Carlini&Caniato Editorial

Tatão Malemais, matuto mineiro que mora numa encantadora cidadezinha de Mato Grosso tem por predileção capar anjos e fritar seus testículos. Iguaria inimaginável segundo ele. Um dia acorda com um anel no dedo e ao esfregá-lo inicia uma série de viagens ao passado. Mirabolante história. Ao retornar ao presente encontra o caos. Os gananciosos produtores de soja, algodão, milho, girassol, aliados aos criadores de gado acabaram com o cerrado. Apenas seu pedaço de chão sobrevive tornando-se alvo de cobiça das multinacionais. Tatão Malemais luta contra tudo e contra todos até que um dia tem seu valor reconhecido.



Transitoriedades, Palavra


Edição: 
Data de Publicação: 2010 
ISBN: 978-85-99146-96-5 
Tamanho: 13,8 x 20,8 cm 
Nº. de páginas: 96 
Gênero: Romance
Editora: Carlini&Caniato Editorial

A mesma preocupação com o meio ambiente demonstrada em Os Deserdados da Sorte é reprisada em Transitoriedade, Palavra, embora o autor mescle o conteúdo com poemas de sua primeira fase poética, um romantismo leve, suave e contagiante. Ele parece buscar conversa com as bichos e árvores, num diálogo incomum, mas frutífero para sua imaginação criadora. Na segunda parte do livro o autor criou o personagem Palavra, um indígena do Alto Xingu que é sequestrado e levado para o Vale do Anhagabaú. Entretanto, menos de um ano depois de acabado o texto eis a surpresa: Palavra, existe. Trabalhando na Superintendência de Política Indígena, órgão da Casa Civil do Governo do Estado de Mato Grosso, conhece Manauaka Yawalapiti, a quem, segundo explicação do Cacique Aritana, desde criança chamavam de Palavra, pois era um índio falador.



O Infinito Desespero de Ementério

Edição:
Data de Publicação: 2010
ISBN: 978-85-8009-006-2
Tamanho: 13,8 x 20,8 cm
Nº. de páginas: 144
Gênero: Romance
Editora: Carlini&Caniato Editorial 

Ementério fez de tudo na vida até tornar-se assassino cruel. Por outro lado surge uma nesga de bondade em seu caráter. Começa aplicando em seus pagos a agricultura familiar atraindo a atenção de muitos seguidores que viam na prática a possibilidade de melhorar a vida. Depois vê seu povoado invadido por um pastor evangélico que deseja a todo custo escravizar o povo, cobrando dízimos altíssimos. Surge a inevitável luta entre os dois. Após criar a República Socialista de Porto Rico Ementério vê seu povo feliz, produzindo mais que o suficiente para o sustento da família. Mas ele vai aos poucos desfilando seus desesperos, um por um, até que diante do maior não encontra forças e… 



Não Fala Comigo

Autor: Romulo Nétto
Edição:
Ano de publicação: 2011
ISBN: 978-85-8009-023-9
Tamanho: 13,8 x 20,8 cm
Número de páginas: 104
Gênero: Romance

“Não fala comigo! A história de um autista”, de Romulo Nétto, retrata a história de um casal no sertão brasileiro, que com sua simplicidade e grande sabedoria e sensibilidade, soube derrubar obstáculos, não permitindo à amargura do sofrimento privá-los de amarem e serem amados pelo filho que, em sua diferença, conseguiu quebrar o gelo da desconfiança e os grilhões do preconceito. Este é o décimo-primeiro livro de Romulo, um prosador singular que trabalhou na UFMT durante vários anos e, atualmente, tem se dedicado à criação literária com unhas e dentes. Seu estilo é envolvente e o revela um profundo observador da alma humana. “Romulo Nétto é hoje o mais atuante escritor da Carlini & Caniato e desponta como um dos talentos da Literatura Brasileira produzida em Mato Grosso, tendo seus livros lidos e respeitados por todo o Brasil. Surpreendeu personalidades como Cristovão Buarque, com o seu `Não Fala Comigo!´, que trata da causa do autismo e suas consequências para uma família, de forma amena, alegre e realista ”, enfatiza Ramon Carlini.






Leitura
Romulo Nétto

O que é a leitura, senão um dos primeiros sinais de amor de nós pais para com nossos filhos! Li recentemente que o governo federal pretende incentivar as editoras a publicarem livros que poderão ser vendidos por R$ 10,00. Li, também, que o Ministério da Cultura lançará, em breve, um programa destinado à publicação de livros, salvo engano serão empregados, aproximadamente R$ 28.000.000,00, quantia que temos certeza será em sua totalidade abocanhada pelas grandes editoras.

O brasileiro lê pouco. Onde está a raiz do mal? Antigamente, na época em que existiam os cursos primário e o ginasial e as pequenas cidades não possuíam mais do que dois ou três grupos escolares e uma escola estadual que ministrava aulas do primário ao ginasial, cada sala de aula tinha sua pequena prateleira com algumas dezenas de livros e nós, duas vezes por semana, um espaço reservado à leitura.

Foi a partir da alfabetização que tomei conhecimento dos livros de escritores como Perrault (Chapeuzinho Vermelho e A Bela Adormecida); Irmãos Grimm (A Gata Borralheira e Branca de Neve); Charles Dickens (Oliver Twist e David Copperfield); La Fontaine (O Lobo e o Cordeiro); Esopo (A Lebre e a Tartaruga e O Logo e a Cegonha), sem falar em Monteiro Lobato com As Reinações de Narizinho, O Sítio do Pica-pau Amarelo e Ideias do Jeca Tatu.

Tive uma infância pobre. Pais semianalfabetos. Meu pai era guarda-fios dos Correios e Telégrafos, responsável por fazer o aceiro em determinado trecho da linha telegráfica. Semianalfabeto, mas não era cego ou desleixado com a educação de seus oito filhos. Assinava o jornal Correio da Manhã que demorava quatro dias, do Rio de Janeiro até Paracatu. Ele lia alguns cadernos do jornal e repassava aos filhos. Nem todos se interessavam pelas notícias. Eu ficava contando os minutos esperando o final da tarde, quando ele chegava do trabalho com o exemplar do Correio debaixo do braço.

Sabendo do gosto que tomara pela leitura, em parceria com um dos meus irmãos, comprou a primeira coleção de livros de nossa casa: Tesouro da Juventude devorei em pouco tempo. Logo depois veio nova coleção intitulada Viagem Através do Brasil. Uma revolução em minha mente de menino que cursava a segunda série do curso ginasial. Um espetáculo inesquecível.

O dinheiro curto e a família grande, fez com que passasse a comprar livros esparsos. Li Gonçalves Dias, Machado de Assis, José de Alencar, Aníbal Machado, Coelho Neto, Bernardo Guimarães, Joaquim Manuel de Macedo e tantos outros.

Não podia ver um livro dando sopa e lá ia eu querendo devorá-lo.

Meu amor pela leitura nasceu em casa. Hoje, grande maioria dos pais, não têm a mínima condição de comprar um livro. A opção entre o pão e a leitura acaba sendo desigual. O pão acaba tendo mais valor. Não posso culpá-los totalmente. A estrutura escolar está mudada. Já não existe tanto incentivo para a leitura e produção de textos, em sala de aula ou como dever escolar.

Mas há outro senão. Os pais que têm condições preferem presentear os filhos com modernos telefones ou com videogames, uma maneira de dar um chega para lá, no filho que muitas vezes só deseja conversar um pouco.. E o pior: muitos até compram livros, os que eles querem que seus rebentos leiam, não aqueles que eles (os filhos) gostariam de escolher. Óbvio que o livro irá para uma estante esperando a poeira chegar.

A concorrência da rede mundial de computadores também fez com que diminuísse o número de leitores. Agora chegou o e-book, mas ele não veio ocupar o lugar do livro impresso, é apenas uma ferramenta a mais e, todas as grandes companhias estão ávidas por colocar à disposição de pretensos futuros leitores o maior número possível de títulos.

Acho que a proposta de incentivar a leitura reduzindo o custo do livro tem que passar primordialmente pela regionalização da publicação. Não acredito que exista empecilho para que o autor mato-grossense, acreano, roraimense ou amapaense seja publicado em seu estado e levado para os grandes centros consumidores. É a forma democrática de distribuir a literatura e, principalmente, a cultura.

Antigamente nos concursos vestibulares havia inclusão de questões sobre história, geografia e literatura regionais. Hoje, acredito que o malfadado Enem jamais colocará uma questão sobre uma obra de autor mato-grossense. E no que se refere à história e geografia nada que não esteja intrinsecamente ligado à pecuária e à produção de grãos.

Monteiro Lobato escreveu: Um País se faz com homens e livros. Acredito piamente nessas sábias palavras e avanço um pouco mais: a leitura é uma das mais importantes ferramentas para que possamos preparar a formação dos homens de amanhã.




Contato:
Editora TantaTinta / Carlini & Caniato
(65) 3023-5714/ 3023-5715
contato@tantatinta.com.br

Fonte

Romulo Nétto
Todos os direitos autorais reservados ao autor.




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