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Adélia
Luzia Prado Freitas nasceu em Divinópolis, Minas Gerais, no dia 13 de dezembro
de 1936 , filha do ferroviário João do Prado Filho e de Ana Clotilde Corrêa.
Leva uma vidinha pacata naquela cidade do interior: inicia seus estudos no
Grupo Escolar Padre Matias Lobato e mora na rua Ceará.
No
ano de 1950 falece sua mãe. Tal acontecimento faz com que a autora escreva seus
primeiros versos. Nessa época conclui o curso ginasial no Ginásio Nossa Senhora
do Sagrado Coração, naquela cidade.
No
ano seguinte inicia o curso de Magistério na Escola Normal Mário Casassanta,
que conclui em 1953. Começa a lecionar no Ginásio Estadual Luiz de Mello Viana
Sobrinho em 1955.
Em
1958 casa-se, em Divinópolis, com José Assunção de Freitas, funcionário do
Banco do Brasil S.A. Dessa união nasceriam cinco filhos: Eugênio (em 1959),
Rubem (1961), Sarah (1962), Jordano (1963) e Ana Beatriz (1966).
Antes do nascimento da última filha, a escritora
e o marido iniciam o curso de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras de Divinópolis.
Em
1972 morre seu pai e, em 1973, forma-se em Filosofia. Nessa
ocasião envia carta e originais de seus novos poemas ao poeta e crítico
literário Affonso Romano de Sant'Anna, que os submete à apreciação de Carlos
Drummond de Andrade. Em 1975, Drummond sugere a Pedro Paulo de Sena Madureira,
da Editora Imago, que publique o livro de Adélia, cujos poemas lhe pareciam
"fenomenais". O poeta envia os originais ao editor daquele que viria
a ser Bagagem. No dia 9 de outubro, Drummond publica uma crônica no Jornal do
Brasil chamando a atenção para o trabalho ainda inédito da escritora. O livro é
lançado no Rio, em 1976, com a presença de Antônio Houaiss, Raquel Jardim,
Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Juscelino Kubitscheck, Affonso
Romano de Sant'Anna, Nélida Piñon e Alphonsus de Guimaraens Filho, entre
outros.
"Adélia é lírica, bíblica,
existencial, faz poesia como faz bom tempo: esta é a lei, não dos homens, mas
de Deus. Adélia é fogo, fogo de Deus em Divinópolis."
O
ano de 1978 marca o lançamento de O coração disparado que é agraciado com o
Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro.
Estréia
em prosa no ano seguinte, com Soltem os cachorros. Com o sucesso de sua
carreira de escritora vê-se obrigada a abandonar o magistério, após 24 anos de
trabalho. Nesse período ensinou no Instituto Nossa Senhora do Sagrado Coração,
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Divinópolis, Fundação Geraldo Corrêa
— Hospital São João de Deus, Escola Estadual são Vicente e Escola Estadual
Matias Cyprien, lecionando Educação Religiosa, Moral e Cívica, Filosofia da
Educação, Relações Humanas e Introdução à Filosofia. Sua peça, O Clarão,um auto
de natal escrito em parceria com Lázaro Barreto, é encenada em Divinópolis. Em
1980, dirige o grupo teatral amador Cara e Coragem na montagem de O Auto da
Compadecida, de Ariano Suassuna. No ano seguinte, ainda sob sua direção, o
grupo encenaria A Invasão, de Dias Gomes. Publica Cacos para um vitral. Lucy
Ann Carter apresenta, no Departament of Comparative Literature, da Princeton
University, o primeiro de uma série de estudos universitários sobre a obra de
Adélia Prado.
Em
1981 lança Terra de Santa Cruz.
De
1983 a
1988 exerce as funções de Chefe da Divisão Cultural da Secretaria Municipal de
Educação e da Cultura de Divinópolis, a convite do prefeito Aristides Salgado
dos Santos.
Os
componentes da banda é publicado em 1984.
Participa,
em 1985, em Portugal, de um programa de intercâmbio cultural entre autores
brasileiros e portugueses, e em Havana, Cuba, do II Encontro de Intelectuais
pela Soberania dos Povos de Nossa América.
Fernanda
Montenegro estréia, no Teatro Delfim - Rio de Janeiro, em 1987, o espetáculo
Dona Doida: um interlúdio, baseado em textos de livros da autora. A montagem,
sob a direção de Naum Alves de Souza, fez grande sucesso, tendo sido
apresentada em diversos estados brasileiros e, também, nos EUA, Itália e
Portugal.
Apresenta-se,
em 1988, em Nova York,
na Semana Brasileira de Poesia, evento promovido pelo Comitê Internacional pela
Poesia. É publicado A faca no peito.
Participa,
em Berlim, Alemanha, do Línea Colorada, um encontro entre escritores
latino-americanos e alemães.
Em
1991 é publicada sua Poesia Reunida.
Volta,
em 1993, à Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Divinópolis,
integrando a equipe de orientação pedagógica na gestão da secretária Teresinha
Costa Rabelo.
Em
1994, após anos de silêncio poético, sem nenhuma palavra, nenhum verso, ressurge
Adélia Prado com o livro O homem da mão seca. Conta a autora que o livro foi
iniciado em 1987, mas, depois de concluir o primeiro capítulo, foi acometida de
uma crise de depressão, que a bloquearia literariamente por longo tempo. Disse
que vê "a aridez como uma experiência necessária" e que "essa
temporada no deserto" lhe fez bem. Nesse período, segundo afirmou, foi
levada a procurar ajuda de um psiquiatra.
Estréia,
em 1996, no Teatro Sesi Minas, em Belo Horizonte, a peça Duas horas da tarde no
Brasil, texto adaptado da obra da autora por Kalluh Araújo e pela filha de
Adélia, Ana Beatriz Prado.
São
lançados Manuscritos de Felipa e Oráculos de maio. Participa, em maio, da série
"O escritor por ele mesmo", no ISM-São Paulo. Em Belo Horizonte é
apresentado, sob a direção de Rui Moreira, O sempre amor, espetáculo de dança
de Teresa Ricco baseado em poemas da escritora.
Adélia
costuma dizer que o cotidiano é a própria condição da literatura. Morando na
pequena Divinópolis, cidade com aproximadamente 200.000 habitantes, estão em
sua prosa e em sua poesia temas recorrentes da vida de província, a moça que
arruma a cozinha, a missa, um certo cheiro do mato, vizinhos, a gente de lá.
Estréia,
em 1996, no Teatro Sesi Minas, em Belo Horizonte, a peça Duas horas da tarde no
Brasil, texto adaptado da obra da autora por Kalluh Araújo e pela filha de
Adélia, Ana Beatriz Prado.
São
lançados Manuscritos de Felipa e Oráculos de maio. Participa, em maio, da série
"O escritor por ele mesmo", no ISM-São Paulo. Em Belo Horizonte é
apresentado, sob a direção de Rui Moreira, O sempre amor, espetáculo de dança
de Teresa Ricco baseado em poemas da escritora.
Adélia
costuma dizer que o cotidiano é a própria condição da literatura. Morando na
pequena Divinópolis, cidade com aproximadamente 200.000 habitantes, estão em
sua prosa e em sua poesia temas recorrentes da vida de província, a moça que
arruma a cozinha, a missa, um certo cheiro do mato, vizinhos, a gente de lá.
Cronologia
1950: Escreve os primeiros versos, após a
morte da mãe.
1951: Inicia o curso de Magistério na Escola Normal Mário Casassanta.
1973: Forma-se em Filosofia pela Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Divinópolis e neste mesmo ano os poemas são lidos por Carlos
Drummond de Andrade
1975: Publica o primeiro livro Bagagem,
após indicação de Drummond à Editora Imago. Em seguida, Drummond publica
uma crônica no Jornal do Brasil
destacando o trabalho ainda inédito de Adélia.
1981: Publica
Cacos para um Vitral e Terra de Santa Cruz; neste mesmo ano é apresentado, no
Departamento de Literatura Comparada da Universidade de Princeton, Estados
Unidos, o primeiro de uma série de estudos sobre a obra.
1983-1988:
Exerce as funções de Chefe da Divisão Cultural da Secretaria Municipal de
Educação e da Cultura da cidade natal.
1984: Publica Os
Componentes da Banda
1985: Partcipa
de um programa de intercâmbio cultural entre autores brasileiros e portugueses,
realizado em Portugal, e do II Encontro de Intelectuais pela Soberania dos
Povos de Nossa América, em Cuba
1987: Estréia do
espetáculo Dona Doida: um Interlúdio, baseado em textos de livros da autora,
encenado por Fernanda Montenegro, no Teatro Delfim, no Rio de Janeiro.
1988: Publica A
Faca no Peito e participação na Semana Brasileira de Poesia em Nova Iorque
1991: Publica
Poesia Reunida
1994: Publica O
Homem da Mão Seca
1996: Estréia da
peça Duas Horas da Tarde no Brasil, adaptada da obra da autora pela filha Ana
Beatriz Prado e por Kalluh Araújo, no Teatro Sesi Minas, em Belo Horizonte
1999: Publica
Oráculos de Maio e Manuscritos de Felipa
2000: Estréia do
monólogo Dona da Casa, adaptação de José Rubens Siqueira para Manuscritos de
Felipa
2005: Publica
Quero Minha Mãe
2006: Morre o
irmão, Frei Antonio do Prado, OFM
2010: Lança A
duração do dia
2011: Lança Carmela
Vai à Escola
Silêncio poético
A literatura brasileira, além de ser fortemente marcada
pela presença de Adélia Prado, também foi marcada por um período de silêncio
poético no qual a escritora "emudeceu sua pena". Depois de O Homem da
Mão Seca, de 1994, Adélia ficou cinco anos sem publicar um novo título, fase
posteriormente explicada por ela mesma como "um período de desolação. São
estados psíquicos que acontecem, trazendo o bloqueio, a aridez, o
deserto". Oráculos de Maio, uma coletânea de poemas, e Manuscritos de
Felipa, uma prosa curta, marcaram o retorno, ou a quebra do silêncio. Rubem
Alves refere-se a esses silêncios em
A Festa de Babbete.
Obras
Bagagem,
Imago - 1975
O Coração
Disparado, Nova Fronteira - 1978
Terra de
Santa Cruz, Nova Fronteira - 1981
O
Pelicano, Rio de Janeiro - 1987
A Faca
no Peito, Rocco - 1988
Oráculos
de Maio, Siciliano – 1999
Louvação
para uma Cor
A
duração do dia, Record - 2010
No livro
Cacos para um Vitral, Adélia Prado usa a metáfora do vitral para explicar a
relação entre a vida e Deus
Prosa
Solte os
Cachorros, contos, Nova Fronteira - 1979
Cacos
para um Vitral, Nova Fronteira - 1980
Os
Componentes da Banda, Nova Fronteira - 1984
O Homem
da Mão Seca, Siciliano - 1994
Manuscritos
de Filipa, romance
Antologia
Mulheres
& Mulheres, Nova Fronteira – 1978
Palavra
de Mulher, Fontana - 1979
Contos
Mineiros, Ática - 1984
Poesia
Reunida, Siciliano - 1991 (Bagagem, O Coração Disparado,
Terra de
Santa Cruz, O Pelicano e A Faca no Peito).
Antologia
da Poesia Brasileira, Embaixada do Brasil em Pequim - 1994.
Prosa
Reunida, Siciliano - 1999
Balé
A Imagem
Refletida - Ballet do Teatro Castro Alves - Salvador – Bahia
-
Direção Artística de Antônio Carlos Cardoso. Poema escrito especialmente para a
composição homônima de Gil Jardim.
Vem de antes do
sol
A luz que em tua
pupila me desenha.
Aceito amar-me
assim
Refletida no
olhar com que me vês.
Ó ventura
beijar-te,
espelho que
premido não estilhaça
e mais brilha
porque chora
e choro de amor
radia.
(Divinópolis, 1998).
Em toda a obra de Adélia, fica evidente a fé
católica
Parcerias
A
Lapinha de Jesus (em parceria com Lázaro Barreto) - Vozes - 1969
Caminhos de Solidariedade (em parceria com Lya
Luft, Marcos Mendonça e outros) – Gente - 2001.
Obras
traduzidas
Para o
inglês
Adélia
Prado: Thirteen Poems. Tradução de Ellen Watson.
Suplemento do The American Poetry Review, jan/fev 1984.
The
Headlong Heart (Poesias de Terra de Santa Cruz, O coração Disparado e Bagagem).
Tradução de Ellen Watson,
New York, 1988, Livingston
University Press.
The Alphabet in the Park (O Alfabeto no Parque).
Tradução de Ellen Watson, Middletown,
Wesleyan University Press, 1990.
Para o
espanhol
El
Corazón Disparado (O Coração Disparado). Tradução de Cláudia Schwartez e
Fernando Roy, Buenos Aires, Leviantan, 1994.
Bagagem.
Tradução de José Francisco Navarro Huamán. México, Universidade
Ibero-Americana, a sair.
Participação
em antologias
Assis Brasil
(org.). A Poesia Mineira no Século XX. Imago, 1998.
Hortas,
Maria de Lurdes (org.). Palavra de Mulher, Fontoura, 1989.
Sem
Enfeite Nenhum. In Prado Adélia et al. Contos Mineiros. Ática, 1984.
Referências
a Adélia na obra de Rubem Alves
A Festa
de Babette
Cozinha
Sob o
Feitiço dos Livros
A Arte
de Produzir Fome
Adélia
Prado disse certa vez que:
Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra.
O PAPEL DA MULHER?: Eu
acho que a glória do feminino, continuo achando, é uma discussão complicada,
porque mexe nos afetos, não é? Toda vez que você cuida disso, você não dá conta
de ficar só no acadêmico ou na filosofia. Você mexe nos afetos, nas minorias
espoliadas, aí vem tudo junto e ninguém pensa mais, começa: “Ah, um absurdo”.
Mas eu acho exatamente isso. O feminino... assim como o ato criador é masculino,
para mim, eu sinto as coisas assim, o papel do feminino é o papel do segundo
lugar, é o do segundo, é o do serviço, do anonimato mais perfeito. É isso que
para mim é o feminino. É a permissão para que o homem aconteça. É que, no caso,
num sentido muito profundo mesmo. Sem isso, se nós, mulheres, aqui no caso, que
somos até aparentemente, externamente mulheres, se esse feminino não se
realizar em nós, da ordem espiritual e psicológica, o homem que está do meu
lado não acontece. Porque há uma – como é que se fala? –, uma diluição dos
papéis. Eu acredito que há um papel feminino, sim, e que é o papel do serviço.
Agora, é muito fácil confundir o papel do serviço com escrava, doméstica etc,
como confundir aquilo que eu disse, que o ato criador é masculino, [achando
que] é macho. É a mesma confusão que se faz.
EDUCAÇÃO RELIGIOSA NA
ESCOLA: Não, de jeito nenhum. Não acho, não. Eu fui professora de educação
religiosa e eu achei toda a experiência muito equivocada. Tal qual educação,
acho que deveria tirar das escolas: educação artística, ensino religioso, moral
e cívica. Você vê, por exemplo, a precariedade dessas disciplinas. Moral e
cívica, por exemplo, é para ensinar a cidadania, não é? E eu aprendi, acredito
que aprendi, absorvi as primeiras noções de moral e cívica, foi lendo os poemas
de Olavo Bilac: “Criança, ama com fé e orgulho a terra em que nasceste”. A
gente olhava, decorava a poesia e falava, quer dizer, aquilo era passado de uma
forma tão prazerosa. Agora, você ter uma disciplina para ensinar moral e cívica
ou religião? Eu acho que todo currículo escolar deve permitir o despertar da
sensibilidade religiosa, artística e civil etc, mas isso em um conjunto. É como
dar aula de futebol na escola, ou aula de samba, essas idiotices... não tem...
Eu acho que é muito equivocado o ensino religioso.
Entrevistada no programa
Roda Viva - TV Cultura.]
“Beleza não é luxo, é uma necessidade!”. Já observaram como,
por exemplo, a natureza, em sua beleza, nos alimenta? Há uma fome de beleza em
nós.
“Sofro por causa do meu
espírito de colecionador-arqueólogo.
Olá! Sou blogueiro, também, e estou desenvolvendo um blog que apresenta, aos leitores, de forma simples e objetiva, a obra de Adélia Prado! Escrevo para lhe convidar a fazer uma visita e a conhecer mais a respeito do meu trabalho!
Após pesquisas em outros sites e blogs verifiquei que a data de nascimento de Adélia Prado é 13 de dezembro de 1935. Como costumo realizar neste site estou em dúvidas. Afinal, o ano é 1935 ou 1936?
Por que ainda produzimos literatura? Cassio Pantaleoni Dia desses, um jornalista amigo meu me perguntou sobre o sentido ...
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3 comentários
Olá! Sou blogueiro, também, e estou desenvolvendo um blog que apresenta, aos leitores, de forma simples e objetiva, a obra de Adélia Prado! Escrevo para lhe convidar a fazer uma visita e a conhecer mais a respeito do meu trabalho!
Um grande abraço e até la´!
http://apoesiadeadeliaprado.blogspot.com.br/
Após pesquisas em outros sites e blogs verifiquei que a data de nascimento de Adélia Prado é 13 de dezembro de 1935. Como costumo realizar neste site estou em dúvidas. Afinal, o ano é 1935 ou 1936?
Parabéns pelo conteúdo do blog. Como leitura de Adélia Prado, fico feliz em peregrinar por esta leitura.
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