Entrevista Ricardo Brandes e Fabiana Lange
Para: Paulo Bornhofen
Fabiana Lange Brandes nasceu na cidade de Presidente Getúlio, Santa Catarina, em janeiro de 1988. Filha de Alcir Lange e Darci Lange, desde cedo demonstrou talento para as artes, em especial, musicais e poéticas. Escreve poemas desde os 8 anos, mas somente a partir dos 11 resolveu reuni-los. Tem poemas publicados em livros e revistas, e composições musicais premiadas. Formanda do curso de Letras (FURB), mudou-se para Blumenau em fevereiro de 2007, cidade que a adotou como filha. Também participa do OktoberBlog, em parceria com seu companheiro Ricardo Brandes. É autora do livro "Acordes Poéticos: Cartas, poemas e canções" e escreve atualmente no Blog ParadaGG.
Livros publicados: Acordes Poéticos: Cartas, Poemas e Canções (2009) Poesia
Ricardo Brandes nasceu em Blumenau, Santa Catarina. Participou de inúmeros concursos literários nacionais e internacionais, e dentre seus vários prêmios destacam-se o do Concurso Alexandre Pushkin (Voz da Rússia), no qual foi agraciado com o 3o lugar, e do II concurso Literário SEB, com o qual obteve o 1o lugar com a crônica "Oscar da Poesia Brasileira".
Ricardo é fã dos romances de Machado de Assis, Júlio Verne e Marc Levy, fontes de inspiração para seus inúmeros contos. O autor também admira as poesias de Olavo Bilac, Cecília Meireles e Paulo Leminski.
Um de seus trabalhos de maior destaque é o livro "Histórias de Oktober: Bem-vindos a Blumenau", cujo autor convida para uma emocionante aventura na cidade catarinense. Também mantém o OktoberBlog em parceria com sua esposa Fabiana Lange Brandes.
Twitter: @oktoberblog
Livros publicados:
- Histórias de Oktober: Bem-vindos a Blumenau (2006) / Contos, Crônicas e Poemas
- Nino, o menino do morro (2009) / Poesia Infantil
- O Jardineiro de Fallujah (2010) / Contos
Entrevista Ricardo Brandes e Fabiana Lange
Como essa parceria teve início, nas letras ou no amor?
Fabiana: Poxa, isso é como perguntar o que veio primeiro: o ovo ou a galinha? Confesso que acho que foi nas Letras, afinal, estudávamos no mesmo curso e o conheci por causa do livro Histórias de Oktober. A priori, eu queria apenas ler o livro, mas acabei me casando com o autor dele!
Ricardo: Logo nas primeiras conversas com a Fabi, descobri que ela era Cantora, Escritora, Poetisa... que tinha o sonho de lançar seu livro e estudava letras, como eu! E assim, com encanto e admiração marcamos nossa parceria, nas letras e no amor!
Além do blog Oktoberblog, vocês tem outras parcerias na arte de escrever?
Fabiana: Temos algumas, já fizemos um folhetim virtual, o Ric já escreveu no meu livro, comentando poemas e eu sempre prefacio os livros dele.
Vamos falar um pouco sobre o Oktoberblog. Como surgiu a ideia? Vocês tem algum tipo de apoio oficial?
Ricardo: O OktoberBlog foi criado no ano de 2007 para dar seqüência ao livro das Histórias de OKtober. No início, publicamos no blog somente histórias e curiosidades da OKtoberfest, enviadas por amigos e leitores do livro. Com o apoio da Fabi, expandimos horizontes e passamos a divulgar notícias e eventos de Blumenau e região, fatos curiosos e o melhor da cultura alemã. Posteriormente, somamos ao Blog também o twitter @oktoberblog, que deu mais agilidade nessas informações.
Explique um pouco sobre a dinâmica do blog, já que ele não divulga apenas a Oktoberfest.
Ricardo: O OktoberBlog é um Blog voluntário, mantido por mim e pela Fabi. Além de nossas publicações, divulgamos também notícias e novidades do Parque Vila Germânica, Vovô Chopão, Jaime Batista e do Portal de Pomerode, entre outros sites.
Além de concorrer ao prêmio THEBOBS da Deutsche Welle, Em 2012, nosso OktoberBlog foi classificado entre os 100 melhores Blogs de Cultura do Brasil no concurso TOPBLOG e conta com um grande número de visitantes diários, do Brasil e de todo o mundo!
Como anda a produção de literária do casal?
Fabiana: Estou escrevendo um livro de auto-ajuda e já tenho um livro infantil prontinho. Ainda não tenho previsão de editá-los.
Ricardo: Após a publicação de três livros, dei uma parada em meus projetos literários. Atualmente estou me dedicando ao OKtoberBlog e auxiliando a Fabi em seus projetos literários, que prometem encantar o público!
Quais publicações vocês já tem, e participam? Falem um pouco dos livros de vocês.
Fabiana: Tenho meu próprio livro chamado Acordes Poéticos: cartas, poemas e canções. tenho participações em algumas coletâneas e alguns poemas e textos publicados em jornais e revistas.
Ricardo: Tenho 3 livros publicados: Histórias de Oktober (Contos, Crônicas e poemas); Nino, o menino do morro (poesia infantil); e O Jardineiro de Fallujah (Contos), entre outras participações coletivas com a Sociedade Escritores de Blumenau. Sou um apaixonado por literatura, romance e poesia!
Fabiana, o que representa o poema Indefesa, de sua autoria e que está em seu livro Acordes Poéticos?
Esse poema é o típico poema adolescente: sentia-me indefesa diante das novidades que a vida trazia, nesse caso, o amor. Não há como se defender do que você não pode fugir.
Ricardo, em seu livro “O jardineiro de Falujah” eu notei que você adotou uma linha voltada mais para o “final feliz”. Cheguei até a comentar com você sobre isso. Você ainda acha que a vida tem um final feliz?
Alguns contos tem finais felizes, outros nem tanto... Procurei mesclar as alegrias e tristezas, tragédias e felicidades que fazem parte da vida... Para citar alguns exemplos, "Pai José" e "Contos de Guerra" são histórias trágicas, com finais tristes... "A carta" e "Vida Seca" são histórias de fé, esperança e saudade..."Olga" e "O sonho" são histórias de paixão e amor. E, assim como no livro, nem sempre a vida dá um final feliz para uma história, mas sempre podemos tirar lições desses ensinamentos...
Fabiana, o blog Parada GG é um blog que trata de saúde, certo? Nele você conversa muito com os leitores, notei que as suas postagens são bastante comentadas. Como é essa relação com seus leitores, ou suas leitoras?
O PARADA GG é a minha realização. Lá, eu faço duas coisas que gosto: falo sobre saúde e escrevo. Muitas são as pessoas que estão comigo na jornada, e de certa forma, nos apoiamos sempre. Minha relação com as leitoras é próxima, nos enviamos e-mails e comentamos nos blogs. Estamos querendo fazer um encontro light com as meninas da região, vamos ver o que acontece.
Médio Oriente-se
Veja a relação social
no berço de nossa civilização
sobre-vivendo corajosamente
entre Tigres e Eu-Frates
Assista ao final
de muitas almas em combustão
lutando irracionalmente
por seus caminhos e verdades
Afeiçoe-se à indecência
de um dia-a-dia banalizado
onde oníricos des-entendimentos
re-criam o simples jogo de viver
E nessa batalha pela sobre-vivência
perceba o jogo interminado
onde se exploram os sentimentos
daqueles que lutam pelo poder
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Ricardo Brandes
Que tipo de pessoa você é?
Em um dia ocioso de setembro, lembro que entrei em uma loja de roupas e artigos femininos, situada no centro de Blumenau. Nos manequins, a moda que circulava nas ruas, coleção primavera/verão. Em busca de um presente de aniversário para uma grande amiga, fui surpreendida por uma vendedora ávida por comissões, e, enquanto olhava as araras, ela me pediu se podia me ajudar em alguma coisa. Imediatamente, concordei e agradeci pela ajuda oferecida. Falei então, que estava à procura de uma blusa mais social, porém, fui surpreendida com um ato infame da vendedora. Olhando para meu tipo físico (alta e bem gordinha) e sem me perguntar mais nada, ela lançou com fúria seu preconceito:
- Não temos roupas para o seu tamanho, pro seu tipo de pessoa!
Juro para você, caro leitor, que até tentei me defender, dizendo que a tal blusa não seria para mim, porém, as palavras amargas não saíram de minha boca, ficaram apenas latejando no meu pensamento, que a esta altura, já estava me matando.
Saí da loja arrasada, lembro que lágrimas de tristeza caíram como as gotas de chuva em frio dia de inverno. Naquele momento, tudo me pareceu sem cor.
Enquanto ia para casa, fiquei refletindo que tipo de pessoa eu era. Anos e anos de estudo não bastaram para que eu fosse valorizada. De que adiantava ter saúde em perfeito estado, se eu não entrava no manequim 36?
Até então, nunca tinha me incomodado com o fato de estar tão acima do peso, porém, a partir daquele dia eu mudei. Refleti muito sobre como os gordinhos são desvalorizados, pois geralmente, são as pessoas engraçadas do grupo de amigos, aqueles que sempre estão dispostos a fazer favores para os amigos, entretanto, são sempre os últimos a serem convidados para eventos sociais ou programas que exijam mais esforço físico. Os obesos, sempre têm de ter um ponto de compensação... Já que não vencem pela forma física, têm que vencer por outro aspecto: sendo inteligentes, muito amigos ou prestativos.
Hoje, depois de ler a respeito do assunto e ter procurado emagrecer, percebo que há muitos gordinhos que não são assim por opção, a maioria está na luta contra os ponteiros da balança, mas sempre acabam perdendo. Motivos biológicos, físicos e mentais são fatores determinantes no emagrecimento de uma pessoa. Como também estou nesta batalha, sofro tudo isso na minha pele, tatuada com marcas de minha luta.
Já perdi a neura de querer ficar igual à moça da revista, toda retocada com photoshop. Hoje, o que quero, é chegar à minha melhor forma física, tendo saúde e podendo usar as roupas que aquele manequim vestia. Hoje eu finalmente percebo que os tamanhos que tinham naquela loja não eram grandes o suficiente para minha inteligência.
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Fabiana Lange Brandes
Um comentário
Paulo, agradecemos pelo convite da entrevista! Excelente oportunidade de divulgar nossa cultura e os autores locais! Grande abraço e sucesso, Ricardo Brandes / OktoberBlog
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