Redes sociais articulam financiamento
de novos projetos por meio do crowdfunding
Carolina Sarres
Agência Brasil
Brasília
– Que tal começar um negócio contando com as ideias e a colaboração financeira
de várias pessoas por meio de uma articulação via redes sociais? Essa é a ideia
do crowdfunding, que tem como base a contribuição tanto de ideias quanto de
recursos financeiros para viabilizar projetos que, de outro modo, provavelmente
não se efetivariam.
O
nome em inglês para essa espécie de “vaquinha virtual” significa financiamento
(funding) por intermédio da coletividade (crowd), ou seja, é um financiamento
coletivo para novas ideias. Para discutir a ferramenta, Brasília está sediou até o último dia 18 o Crowdfunding Festival, com palestras e workshops que pretendiam orientar os interessados em atuar na área.
O
evento apresentou técnicas e metodologias para ensinar a captação financeira por
meio de colaboração coletiva, com apresentação de pessoas que já tiveram
sucesso com esse tipo de arrecadação, nas áreas de edição de livros, de
informática e música, entre outras.
De
acordo com o coordenador do festival, o produtor cultural Gledson Shiva, o
idealizador de um projeto deve, basicamente, se inscrever em uma plataforma
digital de crowdfunding, informar a quantia necessária para viabilizá-lo e o
prazo estipulado. Quem contribui, recebe recompensas, como vantagens ou
produtos especiais.
Para
ele, o sucesso da maioria dos projetos é garantido por meio da arrecadação de
pequenas quantias, algo entre R$ 10 e R$ 20, permitindo que qualquer pessoa se
torne um financiador de projetos.
“Os
benefícios do crowdfunding são incomparáveis em relação à burocracia de um
financiamento tradicional, por meio do Estado ou de bancos, que pedem uma série
de cadastros, documentos e comprovações. Se elaborada de forma completa, uma
campanha pode ter muito sucesso. O financiamento coletivo é uma forma viável de
captar recursos, viabilizar projetos e concretizar ideias”, explicou Shiva.
Segundo
a organização do festival, em outros países, como nos Estados Unidos, quantias
altas são arrecadadas por meio do crowdfunding. Estima-se que o volume global
das arrecadações solidárias tenha alcançado R$ 2,7 bilhões em 2012, 81% a mais
do que em 2011. Para 2013, a
projeção é que se chegue aos R$ 5,1 bilhões. No Brasil, a maioria dos projetos
é nas áreas de cultura, esportes e artes.
Essa
modalidade de financiamento tem sido a expectativa da banda de pop rock Lorem,
que espera a avaliação da curadoria de duas plataformas de cowdfunding. “Como
tem muita gente interessada nesse tipo de arrecadação, a avaliação demora. As
curadorias são bem exigentes em relação aos projetos apresentados. As plataformas
são mais ou menos simples de usar. No nosso caso, tivemos ajuda, caso
contrário, não teria sido simples montar um projeto que competisse, de fato,
com os outros”, disse o produtor da banda, Paulo Lobo.
Uma
dúvida inevitável surge quando se fala em contribuição: “E o que eu ganho em
retorno”? De acordo com Gledson Shiva, quando o valor das arrecadações é baixo
– o que facilita a execução do projeto –, brindes, créditos, lembrancinhas ou
pequenas vantagens servem de estímulo.
Situações
usuais são as de músicos, bandas ou atletas, em que os próprios fãs contribuem
pelo fato de gostar do trabalho para o qual estão colaborando. O mesmo ocorre
com arrecadações para causas sociais, como projetos ambientais ou de direitos
humanos – há uma tendência a se contribuir quando a pessoa se identifica com a
ideia.
Essa
desconfiança em relação ao uso do capital arrecadado ainda é um desafio a ser
transposto, assim como o receio que muitas pessoas têm de fazer pagamentos pela
internet, por meio de cartão de crédito – já que as formas de crowdfunding são
via rede.
“De
um modo geral, o projeto é explicado por meio de um vídeo, em que a pessoa
explica qual a sua história, proposta e o que pretende fazer. São alguns
minutos em que a pessoa pode se convencer da credibilidade da ideia”, disse
Shiva.
Revista Biografia
Um comentário
Gostaria de ser colocada em contato com pessoas que tenham conseguido crowdfunding para edição de livro.
Postar um comentário