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FALA, RIO? VIM AQUI BATER UM FIO! [Geraldo Trombin]

FALA, RIO? VIM AQUI BATER UM FIO!

Toda vez, e em qualquer lugar que o encontro, ele abre aquele sorrisão de sempre, dá uma de speaker e me diz: – Fala, Rio?


Palmeirense roxo que é (ou verde, sei lá!), fala assim por curtir demais futebol, aproveitando a deixa, como se quisesse saber de todas as novidades. Então, hoje, resolvi abrir a boca, mas para falar de certas “velhidades”.


Desde quando eu – pingo de gente – dormia naquela caixa de papelão perto da sua banca de conserto de pentes de tear, eu o via dia após dia sentando a pua no soldador, derretendo com ferro quente os estanhos da dura lida. Se tanta gente o procurava, é porque era muito bom no que fazia. Bom também era no gatilho, faturando várias medalhas em campeonatos de tiro ao prato: – Casa baixa, casa alta, pronto! E pum, o pratinho se desfazia, virava pó no ar, vítima da sua rapidez e mira certeira!


A cada vitória, notava em seu rosto um ar de alegria suavizando a correria das horas! Porém, não foi vitorioso apenas nessa modalidade. Venceu também problemas de saúde provocados pelo nervosismo e a frustração ao ver um dos seus sonhos roubados: em 1.966, o bando do “Pé Sujo” levou, das minhas mãos de criança, anos do seu trabalho e de economia reservados à compra do tão sonhado DKW 0km. Vencedor que era, superou inúmeras dificuldades, ajudando-me, inclusive, a vencer barreiras e a seguir meu próprio caminho.  Mas, de todas as suas conquistas, a mais importante (do que qualquer medalha ou carro novo) – e que agora, com muito orgulho, faço um brinde –, é a vitória que ele teve na luta diária contra o seu próprio tempo.


Por isso, venho a público bater aquele fio para você, elevando aos céus as taças das nossas alegrias, tilintando o prazer de cada vívido olhar e agradecendo a Deus pelos seus 82 aninhos de vida. Que tantos e tantos outros aniversários sejam intensamente comemorados: com um bolo recheado de paz e felicidade.


Tim-tim, paizão Trombin!


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Geraldo Trombin, publicitário, é colunista do blog ContemporArtes e colaborador do jornal “O Liberal”, de Americana/SP.
Lançou em 1981 “Transparecer a Escuridão”, produção independente de poesias e crônicas, e em 2010 “Só Concursados - diVersos poemas, crônicas e contos premiados”. 
Tem classificações em inúmeros concursos literários realizados em várias partes do país e também em Portugal, além de trabalhos publicados em jornal e diversas antologias.

2 comentários

edweinels disse...

Maravilhoso texto. Uma linda homenagem realmente. Um Viva a Familia Trombin. Parabens, amigao, pela linda obra.

geraldo trombin disse...

Obrigado, amigão! Dando sentido e sentimento às palavras. abração