Joabe Tavares de Souza, sou deficiente físico, sou rondonopolitano, matogrossense, brasileiro, nascido no dia 5 do mês de janeiro do ano de 1974. Moro em Rondonópolis-MT, na Rua Dom Pedro II, nº 4469, do Bairro Jardim Monte Líbano, esquina com a Rua Martim Afonso de Souza.
Sou filho de dois migrantes nordestinos, Maria Tavares Conceição e Manuel Cazuza de Souza, e caçula de seis filhos. Meus irmãos são: Ednéia Tavares de Souza, Eliane Tavares de Souza, Emilia Tavares de Souza, Hélio Tavares de Souza, Edmilson Tavares de Souza. Minha mãe sempre foi uma mulher guerreira; como costureira, sustentou a todos nós. Meu pai, homem ausente e de espírito desbravador, exerceu por muito tempo a profissão de corretor.
Desde o meu nascimento, venho superando obstáculos e ocupando, passo a passo, o meu lugar no mundo, me adaptando a diversas situações. Residi, com minha família, próximo de onde é hoje a Arte Vidro, no Bairro Santa Cruz. Ali vivi com muita intensidade. Quando morávamos nesse local, passei a frequentar, ainda na minha infância, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), de 1984 a 1989. Fui alfabetizado pela pedagoga Donéria (que hoje desfruta de sua merecida aposentadoria); foi ela quem descobriu minha capacidade de ler. Fui seu objeto de estudo durante 1 ano.
Em 1990, meus pais se separaram por razões conjugais. Eu, um irmão e três sobrinhos, acompanhando minha mãe, fomos morar em outro bairro, no Monte Líbano (bairro onde moramos atualmente).
Permaneci fora da sala de aula por 11 longos anos, de 1989 a 2001, guardando em meu íntimo o sonho de retomar os meus estudos e, dessa forma, me sentir útil, de modo a me tornar um agente não só da minha história, mas também da história da sociedade da qual faço parte.
Também, penso que queria “fugir” ao menos um pouco do olhar perquiridor de minha querida mãe, pois no ambiente escolar eu podia me sentir mais livre para expressar minha forma de pensamento. Retornei à escola em 2001, na Escola Estadual Professora Eunice Souza dos Santos, na 4ª série, vindo a concluir a 8ª série do Ensino Fundamental no ano de 2004.
Como havia dito anteriormente, minha trajetória de estudante é uma história de superação, não pela minha condição física, mas pelo desafio que caracteriza a educação inclusiva, em nosso país e no mundo, onde ainda não existe clareza do que é a inclusão.
Ao terminar o Ensino Fundamental, não fiquei em estado de inércia, esperando as oportunidades surgirem. Então, elegi como meta para minha vida outro desafio: o Ensino Médio, que iniciei e concluí na Escola Estadual La Salle, frequentando-a no período compreende os anos de 2005 e 2007. Foi nessa escola, no dia 17 de setembro de 2007, às 9 horas da manhã, que lancei o meu 1º livro de poesias, com o título Minhas poesias: doces palavras, amor (fruto do meu período de isolamento).
Com a conclusão do Ensino Médio, surgiu um novo desafio: o Ensino Superior, após ter prestado o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e, passado alguns meses, meu primeiro vestibular, sendo aprovado em 27º lugar para o curso de Licenciatura Plena em História / Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) / Campus de Rondonópolis (graduação que já se encontra concluída).
Minha escolha pelo curso de História foi uma possibilidade de unir o útil ao agradável: o útil para mim, naquele momento, era escolher um curso que não fosse tão concorrido; o agradável seria um curso que me fizesse sentir prazer, fortalecendo-me as estruturas para eu ir até o final ou o mais longe possível.
Atualmente, estou cursando uma pós-graduação em História da América Latina Contemporânea (mais especificamente a fase final) na mesma instituição de Ensino Superior. Não pretendo parar por aqui. Almejo, se Deus me permitir, um Mestrado e, possivelmente, um Doutorado.
Joabe Tavares de Souza.
AGORA UM POUCO DO JOABE O POETA:
Assim vou tentando
Cansando e lutando
Perdendo e ganhando
Caindo e levantando
Chorando e sorrindo
Sofrendo e amando
Silenciando e gritando
Morrendo e vivendo
Dormindo e despertando
Esquecendo e lembrando
Parando e continuando
Desanimado e insistindo
Sentando e caminhando
Observando e refletindo
Ouvindo e contribuindo
Falando e logo agindo
Em fim, assim vou tentando.
Autor: Joabe Tavares de Souza - Joabe o Poeta.
Que tempo sou eu?
Que tempo sou eu?
Que tempo da minha vida
Eles querem transformar?
O meu passado?
O meu futuro?
Ou o meu presente?
O buraco incerto do futuro
Que ainda nem foi planejada
Mas mesmo assim me assombra?
E o carrasco cruel e egoísta
Do meu passado que me escraviza?
O que eu tenho de concreto?
A utopia do meu presente?
Então que tempo ainda sou eu?
Gritam minhas angustia do passado
Choram os meus medos do futuro
E o que me resta no meu presente?
Me responda quem assim souber
Será que ninguém pode me responder?
Nesta loucura por apenas querer saber
Vago pelas ruas buscando um caminho
Que me leve a uma resposta sequer
Nessa miríade de gente na minha confusão
Não há quem me diga o que fazer?
Levaram meu passado e o meu futuro
E o meu presente onde ele está?
Desejo ardentemente que esta minha
Louca existência não seja vã.
Autor: Joabe Tavares de Souza - Joabe o Poeta.
Joabe Tavares de Souza
Todos os direitos autorais reservados ao autor.
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