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O POVO ACORDOU! [Ana Maria Lauer]

O POVO ACORDOU!

Há duas semanas todas as mídias brasileiras não fazem outra coisa que mostrar as manifestações do povo brasileiro nas ruas. Inicialmente começou apenas nas principais capitais, agora já está se alastrando por cidades de médio e pequeno porte. O estopim deste enorme movimento foi o aumento anunciado para as passagens do transporte coletivo urbano. Ontem quinta feira, dia 20 de junho de 2013 contabilizaram-se só na capital paulista 110 mil pessoas nas ruas. O povo acordou para sua própria força!

Muito se tem discutido sobre as características deste movimento, que a cada dia se torna maior e mais abrangente no tocante a metas a alcançar. As manifestações organizadas tiveram início pelo ‘Movimento Passe Livre’, através das redes sociais e por panfletagem nas universidades paulista, com o objetivo de derrubar o aumento de vinte centavos nas passagens e iniciar a discussão por um transporte coletivo de qualidade e gratuito para o povo brasileiro. 



No início da segunda semana deste movimento o governador - Geraldo Alckmin e o prefeito de São Paulo – Fernando Haddad - foram à TV, numa atitude antipática, dizer que não reduziriam o valor das passagens. O movimento cresceu, tomou consistência e dois dias depois os mesmos voltaram atrás, anunciando que voltariam a praticar os preços anteriores, mas que os vinte centavos ora subsidiados seriam retirados de verbas importantes como a saúde e educação, dentre outras.

Muito se discutiu sobre esta questão, mas um fato incontestavelmente importante não foi sequer citado: os polpudos ganhos dos empresários donos de empresas de transporte urbano. Você conhece um único dono de empresa de transporte urbano que seja pobre ou classe média? Claro que não, pois este não existe. Nem tampouco eles usam seus próprios transportes coletivos, pois seus veículos são automóveis importados com vidros blindados, transporte este totalmente impossível para o brasileiro médio ou pobre.

A pergunta que não quer calar é: porque nem o governador - Geraldo Alckimin -nem o prefeito de São Paulo – Fernando Haddad – nem nenhum outro político brasileiro quer levantar esta discussão? Mas nem isto é tão importante quanto o que vou dizer agora. Precisamos urgentemente propor um novo paradigma, pois o atual já não nos serve mais. Se ninguém apresentar uma nova solução que aponte para caminhos mais salutares para o bem comum, o continuísmo se perpetuará e a transformação que a grande maioria dos brasileiros deseja não ocorrerá. Portanto eu vou apresentar o que considero uma solução. Claro que estou ciente que meus compatriotas estão plenamente capazes de lapidar minha ideia base e torná-la ainda melhor. Aí vai meu esboço de solução.

Cada bairro de uma cidade ou cada grupo de dois ou mais bairro de uma cidade formariam uma cooperativa de transporte, onde cada morador do referido bairro seria um cooperado. O governo subsidiaria inicialmente a aquisição dos ônibus, em parcelas, que seriam pagas pelas cooperativas, com o valor arrecadado das passagens. No início as empresas existentes seriam mantidas, pois as cooperativas não teriam como absorver toda a demanda, mas em pouco tempo isto ocorreria. Como o valor das passagens das empresas cooperativas seria algo apenas para pagar os gastos, digamos menos da metade do que é hoje, obviamente o empresário atual teria que se adequar ou sair do negócio. Tudo isto precedido da criação de legislação severa para casos de desvio de verbas das cooperativas.

Você, que está lendo este texto, provavelmente está pensando que várias questões importantes ligadas a esta ideia não estão sendo apontadas por mim. Eu concordo plenamente com você. Isto acontece porque preciso que você leia pelo menos minha ideia principal antes que desista de ler este texto. Também espero e desejo que cientistas políticos, economistas, administradores de empresas, juristas, bem como você que me lê, deem suas opiniões acrescentando qualidades a esta ideia inicial.

Temo que um movimento pacífico, maduro como este, pelo qual esperamos tantos anos para ver tomar as ruas brasileiras, se esvazie por cansaço e decepção por não ver seus anseios contemplados. É urgente que o movimento evolua para uma segunda etapa – a proposição de soluções. Está muito claro para o povo brasileiro que soluções benéficas para o povo não virão de nossos políticos e sim do próprio povo.

Ao político de carreira interessa o continuísmo das situações indesejáveis ao povo, pois é graças a elas que eles podem manter a corrupção dos interesses legítimos do povo em favor dos seus próprios interesses. Ao povo interessa um novo paradigma para uma sociedade mais justa, onde todos possam usufruir dos bens essenciais, independentemente de seu poder aquisitivo, uma vez que esta mesma sociedade lhes garantirá o benefício para o bem de todos.  

Enquanto o povo deseja leis mais severas para a corrupção, os políticos legislam em causa própria, votando leis brandas, que os beneficiarão no futuro. A maior prova da descrença do povo brasileiro em seus políticos é o repudio a bandeiras de partidos políticos nas manifestações atuais. É estar se dizendo com esta atitude: ‘os partidos políticos brasileiros não nos representam’. Se a este ponto chegamos é porque amadurecemos e se maduros estamos, podemos e devemos propor soluções adequadas à nossa realidade. (Se você concorda com esta ideia compartilhe este texto com seus amigos, para que esta ideia chegue o quanto antes ao conhecimento de todos. Nos próximos textos, desenvolverei mais detalhadamente questões como a violência, as minorias e seus significados, bem como contextualizarei melhor todas as questões aqui abordadas).



Ana Maria Lauer -Nasceu em Belo Horizonte - MG, Brasil. Mudou-se em 1983 para Santa Maria-RS, onde mora até hoje.
Funcionária do Banco do Brasil, hoje aposentada, dedica-se a escrever.
Em 2005/2006 ganhou o prêmio UNESCO-MEC, tornando-se co-autora do livro trilingue: Educação: Importante ou Prioritária?, ISBN: 85-7632-137-8, Editora Folha Dirigida, Rio de Janeiro – RJ.
Em 2007 publicou o livro A Vida é Poesia,  ISBN: 978-85-366-0913-3, pela Scortecci Editora, São Paulo - SP. Podendo ser encontrado em www.scortecci.com.br
Em 2009 publicou na Antologia: Os mais belos Poemas de Amor, ISBN: 978-85-60489-27-5, pela Câmara Brasileira de Jovens Escritores, Rio de Janeiro – RJ, o poema: Assinado com Batom. Podendo ser encontrado em www.camarabrasileira.com
Em 2010 publicou na Antologia:  Poemas à Flor da Pele, volume 3, ISBN: 978-85-62689-29-1, pela Grafite Editora Ltda – RS, os poemas: Tempo de Claridade, A Busca, Todos os Dias, Raio de Luz e Causa e Efeito.

Um comentário

ZéReys - poeta do profundo disse...

Parabéns, grande e belo texto, é claro que não concordo literalmente, mas em resumo, sim está perfeito!



Grande abraço!
ZéReys - poeta do profundo.