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Jornalista Shirley M. Cavalcante (SMC) entrevista escritor Alexandre Cimatti

Jornalista Shirley M. Cavalcante (SMC) entrevista escritor Alexandre Cimatti

Alexandre Cimatti, é natural de São Paulo, mora em – Taubaté – desde 1986; escreve versos desde 1990, começou a lecionar Língua Portuguesa em 2006, depois de ter licenciado em letras pela Universidade do Vale do Paraíba. Mantem um blog, onde publica seus poemas, há mais de cinco anos. Seus versos são dedicados, quase sempre, ao relacionamento humano, ou a falta dele. Seus textos em prosa buscam justificar ou explicar certos comportamentos anômalos da juventude, principalmente, paulista.

Em entrevista ao projeto divulga escritor o escritor Alexandre Cimatti, conta-nos um pouco sobre sua trajetória literária, seus projetos. 

“A cada leitura que fazia de um escritor clássico, que era moderno a seu tempo, me abria um horizonte imenso na cabeça, como se, de repente, eu descobrisse alguém que também pensava seriamente nos fatos de sua época, tentando sugerir possibilidades de interpretações e rumos.”

Boa Leitura!

SMC - Escritor Alexandre para nós é um prazer tê-lo conosco no projeto Divulga Escritor, conte-nos quem é o escritor Alexandre Cimatti? Quais seus principais hobbies?

Alexandre Cimatti -  Obrigado! Comecei meu gosto pelas letras ouvindo, incentivado por minha mãe, clássicos da MPB e lendo os livros, por princípio, que meus pais guardavam numa estante como uma espécie de banco cultural para os filhos. Passei algum tempo de minha vida achando que viveria de música, de algum modo (gosto mesmo da música brasileira), como músico (aprendi a tocar alguns instrumentos) ou como crítico musical; fui parar nos cursos de jornalismo (que não concluí) e letras por conta disso. Cursando letras tomei maior contato, e tive mais conhecimento, com os clássicos da literatura e as escolas literárias; entre uma aula e outra, conversava com colegas universitários que produziam arte, principalmente poetas e músicos; assim, passei a pensar que poderia fazer dessa coisa de escrever meu principal hobbie. Por fim, não consegui me manter com música, como músico sou o pior que posso ser, nem com crítica musical ou literária, é um mercado muito competitivo e pouco lucrativo, e acabei ganhando a vida como professor de Língua Portuguesa.

SMC - Que tipos de textos você escreve? Que temas você aborda?

Alexandre Cimatti -  Escrevo poemas como quem beija: sem pensar; quando vejo, me nasceu um verso e outro e outro... e tenho, enfim, um poema nas mãos. Desde muito cedo gosto de aproveitar a “criação” narrativa pra expressar o que penso (minha primeira prosa veio antes do primeiro verso, ainda com dez anos, acho que sou um caso raro), mas me acostumei a fazer verso por ser mais natural em mim e mais popular entre a gente. Porém, há dois ou três anos, venho me empenhando em aprimorar minha narrativa, pois fiquei muito conhecido pelo que sinto, por causa dos poemas, mas o que o penso continua praticamente incólume; sinto uma espécie de esgotamento do que tenho a dizer em versos, e, ao contrário, as ideias para texto em prosa pululam em minha cachola quase que diariamente. Gosto de escrever sobre o meu tempo, sobre o jovem do meu tempo (de qualquer idade).

SMC - Qual o público que você pretende atingir com o seu trabalho? 

Alexandre Cimatti -  Gostaria de alcançar o público que vive e pensa no meu tempo, aquele que percebe a mudança dos ventos e abre ou fecha a vela de sua nau, a depender do destino escolhido.

SMC - Quais são as suas referências literárias? Que autores influenciaram em sua formação como escritor?

Alexandre Cimatti -  A cada leitura que fazia de um escritor clássico, que era moderno a seu tempo, me abria um horizonte imenso na cabeça, como se, de repente, eu descobrisse alguém que também pensava seriamente nos fatos de sua época, tentando sugerir possibilidades de interpretações e rumos. Até os quatorze anos, lia muito os mitos da antiguidade clássica; foi quando decidi me aventurar nos grandes autores ocidentais: o primeiro Foi Machado de Assis, que já me levou a nocaute com “AO VERME QUE PRIMEIRO ROEU AS FRIAS CARNES DO MEU CADÁVER(...)”, me lembro que foi a primeira noção de genialidade que tive com obra artística, como se estivesse assistindo à um gol com requintes de firula, gostava muito de futebol naquela época. Depois vieram outros: Balzac, Drummond, Quintana, Neruda, Victor Hugo, Saramago... O último a me cativar e me fazer rever meu modo de escrever e pensar o poema foi Paulo Leminski.  

SMC - De que forma você, hoje, divulga o seu trabalho? Como o leitor, que desejar, deve fazer para entrar em contato com você? 

Alexandre Cimatti -  Publico meu trabalho em blogs pessoais e coletivos, entre eles os “Pense Fora da Caixa”, e o divulgo em redes sócias. Os endereços são: http://cimatti.blogspot.com.br  http://penseforadacaixa.com/. Meu endereço eletrônico é poetacimatti@hotmail.com .

SMC - Alexandre, conte-nos de que forma você concilia as atividades profissionais, familiares com a escrita?

Alexandre Cimatti -  Devo confessar que trabalho bastante como professor, por isso, tenho que reservar um pequeno horário no meu fim de semana para escrever o que planejei durante a semana e ler os blogs de meus colegas. Sou solteiro, não tenho mais pais vivos, meus irmãos são já adultos e autônomos, por isso, não tenho muitas dificuldades com a vida familiar, o que me dá uma certa tranquilidade nos meus tempos livres.

SMC - Quais são seus projetos literários? Você pretende publicar um livro?

Alexandre Cimatti -  Gostaria de publicar meus livros em prosa, por hora, mas, como comecei a trazê-los pro mundo concreto há pouco, ainda não estão prontos para o mercado. Porém, já ando me adiantando com editoras, a fim de saber como proceder e tentando vender minha ideia.

SMC - Escritor Alexandre quais as principais dificuldades que você encontra, hoje, para publicação de livros?

Alexandre Cimatti -  Ainda estou começando o diálogo com as editoras, mas já percebo que a principal dificuldade é uma certa má vontade dos editores em dialogar com novos autores.

SMC - Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil?

Alexandre Cimatti -  Acho que o mercado literário é atravancado, no Brasil, por questões sociais, ideológicas e culturais: o Brasil vive uma realidade vil de falta de educação convincente, o que impossibilita que novos e bons leitores sejam formados; com certo preconceito de classe (as mais baixas acham que os livros servem só para serem usados na escola para aprender a ler e a escrever, o que é corroborado por editoras que lucram muito em meu país com livros didáticos), agravando a situação; além de uma imensa elite intelectual que prefere ainda propagar a ideia da literatura como algo concluído, ou seja, se o livro traz algum tipo de novidade formal ou narrativa, não é muito bem visto, isso impossibilita o surgimento de novos autores, ou de novos autores que entendam a literatura como arte.

SMC - Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação, muito bom conhecer melhor o Escritor Alexandre Cimatti , que mensagem você deixa para nossos leitores?

Alexandre Cimatti -  Apenas que leiam cada verso como se ele pudesse ser deles, afinal, já que cada leitor é uma leitura, realmente o é.


Shirley M. Cavalcante, é jornalista, radialista, autora do livro: Manual Estratégico de Comunicação Empresarial/Organizacional, administradora do projeto Divulga Escritor,  graduada em Comunicação Social pela UFPB, especialista em Gestão empresarial e de pessoas, assessora e consultora de Comunicação Empresarial, Consultora Editorial, diretora executiva da SMC Comunicação Humana.


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