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O surrealismo duplo de Redmer Hoekstra em suas ilustrações [Thomas A. Häckel]

O surrealismo duplo de Redmer Hoekstra em suas ilustrações 


Redmer Hoekstra é um ilustrador que tem ficado bem famoso nos tempos atuais. Os seus desenhos remetem a um tipo de ilustração bem surrealista, talvez porque costumam combinar categorias das quais não estamos acostumados. De fato, os desenhos tendem a seguir uma linha de raciocínio em que se apresentam no duplo: por exemplo, um barco com um rinoceronte. Os desenhos costumam funcionar como uma junção de dois elementos.

O movimento surrealista surgiu na França de 1920 (faz parte de uma das famosas vanguardas europeias que, como é de se esperar de uma vanguarda, surgem para repensar toda a forma de arte feita, porém que reverberam por toda uma cultura), mas, como se pode tratar de um surrealismo anacrônico, há certas características que tratariam dessas correntes como atemporais. A combinação de elementos representados com a irrealidade, ou o inconsciente e o abstrato é uma das características que marca esse tipo de convenção. Talvez seja por isso que as ilustrações dão a sensação de que o público tenha acabado de acordar e esteja saindo de um sonho – ou seja justamente por isso que se considera surrealismo. Eles rejeitam a chamada ditadura da razão e valores burgueses como pátria, família, religião, trabalho e honra. Humor, sonho e a contra lógica são recursos a serem utilizados para libertar o homem da existência utilitária. Segundo esta nova ordem, as ideias de bom gosto e decoro devem ser subvertidas.

 A vanguarda que surgiu transcende não só a própria arte e remete ao pensamento, como a temporalidade. E, assim, podemos ficar com as belíssimas ilustrações de Redmer Hoekstra.

 Umberto Eco, um famoso crítico literário, tem um texto em que comenta sobre a questão da “obra aberta”. Toda obra, seja literária ou artística é aberta, mas não escancarada. Isto é, não podemos dar apenas uma interpretação para aquilo que está na nossa frente, mas há várias hipóteses possíveis e que devem se prender na tal obra.
 Portanto, nada de uma interpretação minha. Deixemos que as assustadoramente belas ilustrações sejam de cada um. Claro, em seus limites!

Para ver mais fotos, acesse o site do artista (aqui!).












Thomas A. Häckel , 19 anos. Aspirante à Letras da UERJ, crê em Medeia como um ícone. Pisciano convicto. Feminista assumido: tem surtos dignos de Simone de Beauvoir, acredita que "vadia" é o maior elogio existente e espera outra Chanel às avessas chegar para (re)desconstruir o gênero das roupas."

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