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Foto: André Naddeo / Terra |
Bienal do Rio chega aos 30
anos e traz recorde de 27 autores estrangeiros
Evento literário ocorre
entre os dias 29/08 e 08/09, no Riocentro, com expectativa de 600 mil
visitantes. Alemanha será o país homenageado
André Naddeo
A XVI Bienal do Livro Rio
chega aos 30 anos de programação cultural com números expressivos – a partir do
dia 29/08 até 08/09, no Riocentro, zona oeste do Rio de Janeiro. Entre mais de
100 sessões de debates literários, e novos espaços, como o Placar Literário,
para temas que envolvam o futebol, a organização do evento confirmou a presença
de 27 autores estrangeiros, recorde da Bienal, que trouxe 21 em 2011, e 18, em
2009.
Da lista, destaque para o
norte-americano Nicholas Sparks, autor de best-sellers como Diário de uma
Paixão e Querido John, e com livros impressos em mais de 40 línguas ao redor do
mundo. Outro membro da lista que chama a atenção é James C. Hunter, de O Monge
e o Executivo, livro de autoajuda que já vendeu mais de três milhões de
exemplares no Brasil.
Mia Couto, do Moçambique,
recentemente congratulado com o Prêmio Camões, o mais importante da língua
portuguesa, também marcará presença, ao lado do argentino Cesar Aira, e da
norte-americana Sylvia Day, do best-seller Toda Sua, do gênero da literatura
erótica, dentre outros nomes de relevância na literatura contemporânea.
Em 2013, a Bienal do Livro
Rio homenageará também a Alemanha, como é de praxe em cada edição do evento,
dentro do ano do Brasil na Alemanha – o país será homenageado na Feira de
Frankfurt. Tendo deste cronograma, onze escritores alemães estarão no Rio de
Janeiro, dentre eles Wladimir Kaminer (Balada Russa), Reinhard Kleist (Cash) e
LLija Trojanow (O Colecionador de Mundos).
“São autores de uma nova
cena alemã, com ideias convergentes no sentido de trabalharem com as mais
diferentes linguagens. O segundo ponto é que grande parte possui dupla
nacionalidade, com outras raízes, fato que só expande ainda mais o leque
cultural deste encontro que é do escritor com o público, mas também entre os
próprios escritores”, explicou o escritor e crítico literário, Ítalo Moriconi,
curador desta Bienal do Café Literário, ponto de encontro de autores do mundo
todo com o público ao longo dos 11 dias de evento.
"A característica que
está sendo acentuada é a pluralidade. A gente arma uma programação de variadas
dimensões. Queremos atingir o público geral com os seus segmentos e interesses
diversos. Vamos ter do cult ao mainstream. É para oferecer um quadro dos
autores e leitores contemporâneos", complementa o curador, sem deixar de
lembrar que as manifestações recentes, por mais que não tenham um painel
específico, “vão ser temas inevitáveis dos debates dentro da fluidez das
conversas”.
Painel Literário
Uma das novidades da XVI
Bienal será um local próprio de discussão do futebol – tendo em vista o período
entre Copas que o Brasil vive (Copa das Confederações e Copa do Mundo, no ano
que vem), como sustenta o curador das discussões, o jornalista e escritor João
Máximo.
“Nunca se editor tanto
livro sobre futebol no Brasil como agora”, afirmou o curador do Painel
Literário, que vai promover uma mesa de debates especificamente sobre esse tema
– se é saudável, ou não, se ter este “boom” de publicações sobre a paixão
nacional brasileira. As discussões prometem ainda “desmentir o mito de que
Graciliano Ramos não gostava de futebol, e profetizou que o futebol não pegaria
no Brasil, o que é uma grande mentira”.
Especificamente sobre o
Rio de Janeiro, um painel exclusivo para tratar, junto com uma nova geração de
escritores, os quatro grandes clubes da capital fluminense, representados, cada
um, pelo “coração boleiro” de nomes como “O Flu de Nelson Rodrigues”, “O
Botafogo de Paulinho (Mendes Campos)”, “O Fla de Zé Lins (do Rego)” e “O Vasco
de (Carlos) Drumond de Andrade”.
“Destaco ainda dois
debates importantes: ‘nós somos ainda o país do futebol?’. "Depois da
vitória na Copa das Confederações, e um mês depois o Santos é massacrado pelo
Barcelona? É a mesa mais parecida com mesa redonda de TV. E outra sobre a Copa
de 2014: foi um bom negócio para nós, estamos nos beneficiando disso, existirão
os tais legados? Em geral, é isso, quis me aproximar da discussão do futebol
mais do que os livros que estão sendo escritos".
A Bienal do Livro do Rio
traz ainda outra novidade: o Acampamento da Bienal, voltado ao público jovens
que, dentre temas que tratam, por exemplo, do novo advento das questões
audiovisuais, trará ainda a “Máquina de Ler”. Nela, trechos do livro Capitães
de Areia, de Jorge Amado, vão se apresentados aos jovens que “vão entrar num
casulo e ler um trecho que foi apresentado sem ser planejado para a pessoa.
Duas vezes ao dia sofre um upload que vai reconstituindo a leitura”, explicou o
curador João Alegria.
Destaque ainda para o
palco de discussões femininas batizado de Mulher & Ponto, que terá à frente
a jornalista de arte e cultura, Bianca Ramoneda. "Serão assuntos onde o
calo da mulher aperta mais. Teremos uma mesa de dieta, de moda, comportamento
na rede, educação, e homenagem a Lígia Fagundes Teles. Vamos tratar ainda dos
livro Cinquenta Tons de Cinza. "Não resisti, vamos ter que brincar sobre
isso”, confessou a jornalista.
XVI Bienal do Livro Rio
Local: Riocentro (Av.
Salvador Allende, 6555 - Barra da Tijuca)
Horários: dia 29/08, das
13h às 22h. Dias de semana, das 9h às 22h. Fins de semana, das 10h às 22h.
Ingressos: R$ 14 (com meia
entrada)
Gratuidade: professores de
escolas e universidades da rede pública de ensino, bibliotecários (apresentar
carteira profissional), profissionais da área, autores e menores de um metro de
altura.
Fonte:
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