Projeto criado por professor melhora
desempenho de alunos com deficiência em escola pública de SP e amplia inclusão
Um
projeto criado pelo professor Rafael Dias Silva, de 36 anos, para ajudar no aprendizado
de alunos com deficiência auditiva, teve um duplo resultado positivo em uma
escola pública de São Paulo. Além de melhorar o desempenho desses estudantes, o
trabalho também despertou o interesse dos colegas de classe sobre a Língua
Brasileira de Sinais (Libras) e ampliou a inclusão.
Desde
2009, Rafael leciona matemática, português, inglês, artes, educação física,
sociologia, filosofia, química, física, biologia, história e geografia.
Tudo em Libras. Com
base em sua experiência na sala de aula, ele desenvolveu um método no qual
músicas, poesias, vídeos e imagens são usados para ensinar.
O
professor trabalha na Escola Estadual Dom João Maria Ogno, na zona leste da
capital paulista, onde tem quatro alunas com deficiência auditiva severa,
com idade entre 16 e 18 anos, que cursam o primeiro ano do ensino médio.
“Além da dificuldade em aprender, havia o problema da frequência e da falta
de interação com professores, a direção e os outros estudantes”, diz
Rafael.
Desempenho
- Em conjunto com outros professores, Rafael passou a usar a nova metodologia.
E as notas dessas alunas começaram a melhorar. “Em inglês, história e
química, subiram de 2 para 7. Também houve muita melhora em português e
filosofia”, conta.
O
desafio, no entanto, segundo o professor, não está somente em conseguir ensinar
aos alunos Libras e português, simultaneamente, mas em incluí-los na
comunidade escolar. “Observando minhas aulas, os estudantes ouvintes
ficaram interessados em
aprender Libras para se comunicar com os amigos.
Daí surgiu a ideia de estender o programa para alunos ouvintes,
professores e outros funcionários da escola”, explica Rafael.
Batizado
de Língua Brasileira de Sinais: Um Universo Silencioso, o projeto é dividido em
três vertentes: formação continuada dos professores pela Aula de Trabalho
Pedagógico Coletivo (ATPC) – para traçar estratégias de aprendizado para os
alunos surdos -, sensibilização dos alunos ouvintes para o aprendizado de
Libras e, finalmente, o trabalho prático que inclui visitas a museus,
institutos, entre outras atividades pedagógicas e culturais.
Rafael
Dias Silva também ministra aulas gratuitas de Libras na Escola de Artes,
Ciências e Humanidades (EACH), na USP Leste, para professores e pedagogos, nos
temas astronomia, geologia, biologia, física e química.
Luiz
Alexandre Souza Ventura
O
jornalista Luiz Alexandre Souza Ventura enfrenta desde os 12 anos a Síndrome de
Charcot-Marie-Tooth, doença hereditária e degenerativa que atinge o sistema
nervoso periférico (braços e pernas). Já passou por três cirurgias corretivas e
convive com algumas sequelas em pés e mãos, além de deformidades na coluna
vertebral. Na adolescência, recebeu diagnósticos que o colocavam em uma cadeira
de rodas, previsão que jamais se confirmou. Atualmente, é editor home do portal
'estadão.com.br'. Começou a carreira em 1996 no jornal A Tribuna (Santos/SP),
trabalhou para a Editora Abril, jornal Diário do Comércio, rádios Globo e CBN,
além de diversas agências de comunicação corporativa. É formado em jornalismo
pela Universidade Santa Cecília (Santos/SP) e pós-graduado em Tecnologias da Informação
pelas Faculdades Associadas de São Paulo (FASP).
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