Ziraldo
é o grande homenageado da 16ª Bienal Internacional do Livro
Criador do 'Menino
maluquinho' lança cinco produções e coproduções durante o evento, que acontece
a partir de quirta-feira, 29
Escritor, ilustrador e
cartunista mineiro conta com mais de 150 publicações e 8 milhões de exemplares
vendidos
Com mais de 150 publicações
que venderam um total superior a 8 milhões de exemplares, o escritor,
ilustrador e cartunista Ziraldo Alves Pinto é o grande homenageado da edição
deste ano da 16ª Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro. Nascido em
Caratinga (MG), no dia 24 de outubro de 1932, o filho da costureira Zizinha e
do guarda-livros Geraldo, dos quais herdou o nome, teve seu primeiro desenho -
um tatu, feito aos 6 anos de idade - publicado na seção infantil do 'Jornal de
Minas', para felicidade dos pais.
Mais conhecido por suas obras voltadas ao público infantil, Ziraldo não se
cansa de mencionar o carinhoque
recebe dos fãs de várias gerações em cada sessão de autógrafos, nas várias
bienais das quais tem participado. Só nas dez últimas edições das bienais do
Rio e de São Paulo, suas sessões de autógrafos receberam cerca de 1.500 pessoas
cada. “A resposta é muito gratificante. É uma festa. O público para quem eu
destino o meu trabalho é muito carinhoso comigo. E para quem gosta de carinho e
tem essa carência gigantesca que eu tenho, isso é muito bom”.
Mas, para quem pensa que o
público infantil sempre foi seu alvo, Ziraldo revela que escrever para crianças
não foi uma escolha. “Foi um acidente. Mas é bom, porque dura”. Segundo
Ziraldo, “qualquer cara de 50 anos para baixo me abraça” e, quando o assunto é
tempo decorrido, ele fala da saudade que tem da Turma do Pererê e do Menino
Maluquinho, personagens criadas por ele há muitos anos.
Só o Menino maluquinho já
virou peça, filme e, inclusive, uma ópera, dirigida por Karen Acioly, com
música de Ernani Aguiar. Das crianças atendidas pela organização não governamental
União Cristâ Feminina (UCF), de Campinas (SP), que desenvolve o Projeto
Ziraldo, ele ganhou uma marionete que reproduz em miniatura o próprio
Ziraldo e com o qual se diverte em seu estúdio, situado na Lagoa, bairro da
zona sul do Rio. Ziraldo lamenta apenas que o seu “sósia” não seja “mais
moreninho” como ele.
Sua primeira obra dedicada
ao público infantil foi 'Flicts', publicada em 1969, que está completando este
ano 44 anos de lançamento. O livro conta a história de uma cor rara, chamada
Flicts, que sai pelo mundo procurando encontrar um amigo ou alguém que o aceite,
pois se sente fraco e feio, sem a força do vermelho ou a paz que o azul
transmite. O texto poético mostra às crianças que todas as cores transmitem
sentimentos e emoções e que, mesmo diferente das demais, Flicts acabará
encontrando o seu lugar no mundo.
Na 16ª Bienal
Internacional do Livro do Rio de Janeiro, Ziraldo estará lançando, pela
Editora Melhoramentos, cinco livros, dos quais ou é autor integral, coautor ou
homenageado. 'O Menino que Veio de Vênus', por exemplo, é o sexto livro
de uma coleção de dez obras em que ele conta a história dos meninos dos
planetas. O compromisso assumido é “lançar um livro novo a cada ano”, disse,
sorrindo.
Outra novidade é a
publicação 'Os Haicais do Menino Maluquinho', em que ele usa haikais, que são
poemas japoneses de três linhas que valorizam a concisão e a objetividade, para
expressar observações do seu mais famoso personagem, que é o Menino Maluquinho,
sobre temas diversos, como a natureza, a família, os amigos. “É uma forma
perfeita para retratar a poética. É um suspiro”, comentou.
Com a escritora Anna
Muylaert, Ziraldo ilustrou dois livros que serão apresentados na Bienal do Rio
2013. Em 'Adivinha Que Dia é Hoje', com textos adaptados por Anna, da
série exibida na TV Brasil, Ziraldo retrata o Menino Maluquinho com 5 anos e 10
anos de idade, além da fase adulta. Tudo gira em torno do dia do aniversário do
garoto. Já em 'O Menino Que Tinha uma Panela na Cabeça', a dupla formada por
Anna Muylaert e Ziraldo procura contar como o garoto se tornou o conhecido
Menino Maluquinho. Para saber se atingiram seu propósito, só lendo o livro.
No álbum de capa dura 'Os
Homens Tristes', dedicado aos adultos, os colaboradores mais chegados de
Ziraldo - o pintor Paulo Vieira e o roteirista Gustavo Luiz Ferreira - reuniram
anotações e desenhos do cartunista, feitos ao longo de 60 anos de trabalho. A
publicação tem prefácio do poeta Ferreira Gullar.
No Pavilhão Verde do
Riocentro, em Jacarepaguá, zona oeste da cidade, onde ocorrerá a Bienal do Rio,
a filha do escritor, a cenógrafa Daniela Thomas, montou o Planeta Ziraldo, onde
o público poderá interagir com o cartunista e ilustrador e tentar um autógrafo.
Duas histórias em quadrinhos do autor serão lançadas também durante a Bienal
pela Editora Globo, tendo como tema central as aventuras do Menino Maluquinho.
São elas 'Maluquinho de Família' e 'Maluquinho Pega na Mentira'.
Os próximos projetos,
adiantou Ziraldo, são terminar a série 'Meninos dos Planetas' e “ocupar o
espaço virtual com 64 anos de produção”. Ele já está começando a passar o
conteúdo de suas publicações para as novas plataformas de linguagem que
surgiram com as inovações tecnológicas. Em parceria com o também ilustrador e
escritor infantil Maurício de Souza, ele ilustrou o livro 'O Reizinho do
Castelo Perdido', que narra a história de um rei que, induzido por alguns
súditos, acaba construindo um castelo no alto da colina e, com isso, se afasta
do seu povo e das necessidades que ele apresenta.
XVI Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro
De 29 de agosto a 8 de setembro – Riocentro, Avenida Salvador Allende, 6555 –
Barra da Tijuca, Rio de Janeiro
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