Beatriz Bracher explora os limites da literatura em contos [RAQUEL COZER]
RAQUEL COZER
Uma narrativa com trechos literais de papiros egípcios convive com outra feita a partir de um diálogo virtual, no estilo "n sei kem vose eh" "yeh, i dont know you too". Um conto de três páginas abre o volume, que termina com outro de quase 40 delas.
No novo livro de Beatriz Bracher, "Garimpo", a unidade está na habilidade de explorar limites da literatura.
Boa parte deles foi feita sob encomenda de jornais e revistas como Folha, "Serrote" e "Granta". "Aceito a encomenda se tiver a ver comigo e com o que penso sobre literatura. Quando funciona, são desafios bons. Tenho de pensar no assunto, na forma de abordá-lo, na estratégia narrativa", diz a paulistana, 52.
"Michel e Flora", o conto na forma de diálogo virtual, é um exemplo. Foi pedido pela revista "Cult", em 2011 -uma história sobre jovens que se passasse daqui a 50 anos.
"Pensei não só no mundo físico, mas em aspectos que seriam atemporais, usando para isso uma linguagem radicalmente diferente da que temos hoje em literatura."
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