Dois
rios ( Dois amantes)
Dois rios com alegria
resvalam por entre as pedras, cantando uma sinfonia ouvida por todo quêniun e
cantam assim felizes por estarem certos que vão se encontrar no caminho.
De cima daquele morro,
sentados na laje da encosta os dois ciganos descansam, enquanto felizes
contemplam a imagem tão bela daquelas paragens sem fim. O sol bate nas pedras
ao entardecer e o colorido das flores revela todos os tons.
São namorados da vida, de
mãos dadas trocam olhares na certeza do amor.
Ela vestida de seda, um
lenço vermelho na cabeça e outro cingindo o ventre, nos pés a sandália bordada,
nos braços pulseiras doiradas no olhar a ternura profunda de quem sabe ser
amada.
Olham o verde esperança,
enlaçados pelo abraço de toda entrega sincera, doação dos sentimentos.
Como os dois rios, se
fundem e perdem a identidade para correr no infinito em busca de um mesmo
momento, vislumbram do alto do queniun a entrega das águas que se encontram
numa cantiga eterna, mostrando a grandiosidade da vida.
A companheira silente, bebe
com entusiasmo a sabedoria do amante, que vai lhe ensinando aos poucos o que há
de mais sagrado.
Fecham os olhos e sonham
diante da imensidão. É tão belo o momento que o silencio é preciso. Apenas o
som das águas faz o sentido de tudo.
Nascidas em cima do morro,
correm cantando felizes e vão em busca do mar. Conhecem os desafios, sabem que
é longo o caminho e o quanto é mister resvalar. Porem a força da vida empurra
as águas pra frente sem que temam o caminhar.
Assim também os amantes,
dois ciganos errantes, vão em busca do destino.
Param de vez em quando.
Ele sabe cada canto onde a natureza foi pródiga para enfeitar o caminho. De camisa vermelha, lenço amarrado ao
pescoço, botas até os joelhos, atento a cada sinal, leva a moça pelas mãos e num
gesto de carinho, descem o queniun devagar. Lá em baixo as águas rolam,
cantando sem parar.
Sabem viver cada dia, sem
ansiedade ou agonia, certos de que vão chegar ao ponto de suas buscas.
Estando longe ou perto o
coração bate certo, cumprindo o mesmo tom, como as águas dos riachos, cantam
para alegrar o vale, uma canção de amor.
Levam ternura nas almas
por onde tem que passar. Seguem de mãos dadas, serenos pelas estradas, como os
rios para o mar. Alimentam seu caminho, ladeando de carinho e dando vida a quem
passar. Ao correrem por este leito, carregam o alimento no peito e semeiam
compreensão.Sã o caminheiros do mundo e aprendizes da vida. Sem destino e sem
norte, vagam pelos caminhos, levando em seu cadinho uma pitada sorte.
Confiam em sua estrela, o
sol durante o dia e a lua brilhando a noite. Dormem sobre a relva, bebem na
mesma concha e fazem a vida bela.
Ridamar Batista. Poetisa com experiência em versos soltos e modernos. Leveza e sonoridade, ritmo e doçura. Escreve desde menina. Também tem obras escritas em contos e crônicas que abrangem o cotidiano de maneira suave. Um romance (Desabafo ao Vento) no qual aborda temas polêmicos de maneira clara, aceitando-os com naturalidade e redimindo as mulheres afetadas pelo racismo, e preconceitos imorais. Inédito. Participa de vários sites na internet e trabalha em conjunto com grupos na intenção de melhorar a qualidade humana. Sua biografia está no Google, onde tem quase toda sua obra apresentada. Membro efetivo da Academia de Letras do Brasil, com indicação de sua Presidente atual Vânia Moreira Diniz, Presidente da Academia de Letras do Brasil-Anápolis ALBA, membro da Academia de letras de Anápolis- ANALE, membro da aBrace, membro da AVBL (Academia Virtual Brasileira de Letras).Grafóloga formada pela Escola espanhola de grafologia PSICOGRAF. Livros publicados: “Palavra Perdida” (poemas) e “Enquanto cantam as cigarras” (crônicas).
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