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Foto: Gabriela Lima/G1 |
Menino
de 7 anos escreve livro para apoiar irmã que precisa usar óculos
Garota tinha vergonha de ser chamada de 'Quatro Olhos'
pelos colegas.
Para resolver impasse, irmão criou a história da
'Princesa que usa óculos'.
Rafaela se diverte com história infantil criada pelo
irmão Alexandre
Desde que aprendeu a falar, Alexandre Raizer Landim
Silva, de 7 anos, é considerado pelos pais um contador de histórias nato. Mesmo
assim, o menino surpreendeu ao fazer um livro infantil para ajudar a irmã, de 5
anos, em Goiânia. Com problemas de visão, Rafaela Raizer Landim Silva relutava
em usar óculos. Ele, então, por iniciativa própria, escreveu e ilustrou a
história "A Princesa que usa óculos", dedicada à caçula da família.
Rafaela tem astigmatismo e hipermetropia. Apaixonada
pelas heroínas dos contos de fadas, ela
argumentava com os pais que não existia princesa de óculos. "Ficava
vendo ela reclamar e pensei: 'Vou resolver esse problema'", explicou
Alexandre ao G1. O autor mirim conta que escreveu a história em apenas uma
noite e fez as ilustrações no dia seguinte.
O trabalho surpreendeu e emocionou os pais, o auditor
fiscal Eugênio César da Silva e a assistente social Luciana Raizer da Silva,
que agora buscam uma forma de publicar o livro. "O que mais chamou a nossa
atenção foi o caráter educativo da história. Pode ajudar outras crianças",
diz o pai.
A personagem principal do livro de Alexandre é a
princesa Rafa, inspirada na irmã. A história fala da importância dos óculos
para a princesa poder enxergar direito. Em poucas palavras, o menino conseguiu
passar a mensagem, com uma boa dose de aventura, com direito a vilão e até um
pouco de romance. "É claro que tem um príncipe", adianta o garoto.
Rafaela diz que adorou a surpresa: "Achei muito
lindo". Depois de ter ganhado o livro do qual é a protagonista, ela agora
usa óculos sem chorar. "Eu enxergo melhor", admite.
Rafaela conta outro motivo pelo qual não gostava de
usar óculos: "Na escola, os meus colegas falavam que eu tinha quatro
olhos". Por isso, os pais tiveram a iniciativa de imprimir e encadernar a
história para distribuir entre alguns amigos da filha.
Na hora de distribuir os livros impressos pelos pais,
Alexandre se mostrou empreendedor. "Ele me perguntou por que estávamos
dando os livros e disse que a gente tinha que vender", diz Eugênio, que ri
ao lembrar do episódio.
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Depois do livro, Rafaela deixou de chorar
para não usar óculos
(Foto: Gabriela Lima/G1)
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Os pais contam que sempre estimularam o desenvolvimento
intelectual dos filhos, mas o garoto demonstra mais aptidão para escrever.
"Eu sempre brinquei com eles com atividades envolvendo letras e números. O
Alexandre, antes de 1 ano, já conhecia o alfabeto", orgulha-se o pai.
Segundo Luciana, o sonho de Alexandre, quando mais
novo, era aprender a ler. Atualmente, ele gosta de escrever redações, muitas
delas engraçadas.
Mas o garoto, aluno de 2º ano do ensino fundamental,
não faz o estilo CDF, de acordo com a mãe. Às vezes, ele reclama na hora de
fazer o dever de casa, além de ser bastante ativo e extrovertido na escola.
"Já recebi reclamações", revela.
De acordo com Luciana, o que Alexandre gosta mesmo é de
criar personagens e contar as histórias para as pessoas. Ele concorda e revela
que já tem outro livro em mente. "Dessa vez, vou contar uma história das
minhas aventuras com meus amigos", diz, ao mostrar um rascunho do novo
trabalho digitado um tablet.
Mesmo com todo o talento para escritor, o menino
responde que, quando crescer, quer ser médico, cientista e mágico. "Quero
ser médico para cuidar das pessoas. Também quero ganhar muito dinheiro para
comprar uma Ferrari conversível. É muito elegante", revela, decidido.
Pais contam que sempre incentivaram os filhos a ler e contar histórias (Foto: Gabriela Lima/G1)
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