A francesa Elisabeth Roudinesco ocupa uma posição
de destaque na história das ideias na Europa. Antes dela, nenhum historiador
foi capaz de fazer do intrincado percurso da doutrina freudiana a matéria-prima
de best-sellers como História da Psicanálise na França (Jorge Zahar, 1989) e
Jacques Lacan – Esboço de uma Vida, História de um Sistema de Pensamento
(Companhia das Letras, 1994). Roudinesco consegue ser clara com erudição,
precisa com curiosidade pelo pitoresco, reflexiva com desprezo pela ortodoxia
acrítica. Em suas obras, pode-se travar contato com os grandes debates que
servem de pano de fundo para a implantação da psicanálise entre os franceses
por meio de uma prosa leve como conversa ao redor da mesa de jantar.
Uma chave para o
estilo límpido de Roudinesco pode ser encontrada nesta entrevista: para ela,
certamente a psicanálise foi desde sempre um tema de refeições em família.
Filha do médico Alexandre Roudinesco e da psicanalista Jenny Aubry, ela
conviveu desde muito cedo com Jacques Lacan, Alain Corbin, Michel Foucault,
Tzvetan Todorov e Serge Leclaire e abraçou a psicanálise. Atualmente, é
diretora de pesquisa em história na Universidade de Paris 7 – Denis Diderot.
Surpreendentemente,
como revela em seu mais recente livro, Retorno à Questão Judaica, foi somente
na idade adulta, como professora de escola na Argélia, que se deu conta de um
traço importante de sua biografia: a sua condição judaica (ou, como ela
prefere, “judeidade”). Em nenhum outro país europeu a contribuição dos judeus e
da psicanálise para a cultura, entendida em sentido amplo, foi tão marcante
como na França. No longo ensaio recém-publicado no Brasil, ela aborda esses
temas com a profundidade que já se tornou sua marca registrada, por mais
polêmicas que possam parecer suas conclusões.
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Giorgio Agamben (Roma, 1942) é um filósofo italiano, autor
de várias obras, que percorrem temas que vão da estética à política. Seus
trabalhos mais conhecidos incluem sua investigação sobre os conceitos de estado
de exceção e homo sacer.
Formado em Direito,
em 1965, com uma tese sobre o pensamento político de Simone Weil, participou
dos seminários promovidos por Martin Heidegger, no fim dos anos 1960. Em 1974,
transferiu-se para Paris, onde ensinou na Universidade de Rennes 2 - Haute Bretagne.
No ano seguinte, trabalhou em Londres. Entre 1986 e 1993 dirigiu o Collège
international de philosophie em Paris. De 1988 a 2003 ensinou nas universidades
de Macerata e de Verona. De 2003 a 2009 lecionou Estética e Filosofia, no
Instituto Universitário de Arquitetura (IUAV) de Veneza. Em seguida decidiu
abandonar a atividade de ensino nas universidades italianas1 . Atualmente
dirige a coleção "Quarta prosa" da editora Neri Pozza. na Università
IUAV em Veneza. A sua produção se concentra nas relações entre a filosofia, a
literatura, a poesia e, fundamentalmente, a política.
Também foi
professor visitante em várias universidades americanas, de Berkeley a
Northwestern University, em Evanston, e na Universidade Heinrich Heine, de
Düsseldorf.
Responsável pela
edição italiana da obra de Walter Benjamin, foi professor visitante da New York
University, antes de se decidir a não mais entrar nos Estados Unidos, em
protesto contra a política de segurança do governo Bush.
Entre as suas
publicações principais, destacam-se Bartleby, la formula della creazione (1993)
- uma análise da figura de um escrivão que deixa de escrever («preferiria
não»), que é uma quase reflexão indirecta sobre o seu próprio método de
escritor e de filósofo - e o imenso projecto, do qual se ocupa desde o início
dos anos 1990, e que se refere a uma figura jurídica singular do antigo direito
romano: o homo sacer ou «homem sagrado». A publicação de Homo sacer: Il potere
sovrano e la nuda vita (Torino: Einaudi, 1995), um estudo que o leva ao reconhecimento
internacional, marca a primeira fase dessa investigação.
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Roland Barthes (Cherbourg, 12 de Novembro de 1915 —
Paris, 26 de Março de 1980) foi um escritor, sociólogo, crítico literário,
semiólogo e filósofo francês.
Formado em Letras
Clássicas em 1939 e Gramática e Filosofia em 1943 na Universidade de Paris, fez
parte da escola estruturalista, influenciado pelo lingüista Ferdinand de
Saussure. Crítico dos conceitos teóricos complexos que circularam dentro dos
centros educativos franceses nos anos 50. Entre 1952 e 1959 trabalhou no Centre
national de la recherche scientifique - CNRS.
Barthes usou a
análise semiótica em revistas e propagandas, destacando seu conteúdo político.
Dividia o processo de significação em dois momentos: denotativo e conotativo.
Resumida e essencialmente, o primeiro tratava da percepção simples,
superficial; e o segundo continha as mitologias, como chamava os sistemas de
códigos que nos são transmitidos e são adotados como padrões. Segundo ele,
esses conjuntos ideológicos eram às vezes absorvidos despercebidamente, o que
possibilitava e tornava viável o uso de veículos de comunicação para a
persuasão.
Escreveu um estudo
sobre Jules Michelet que foi publicado em 1954.
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Jacques Derrida (El Biar, Argélia, 15 de julho de 1930 —
Paris, 8 de outubro de 2004) foi um filósofo francês, que iniciou durante os
anos 1960 a Desconstrução em filosofia. Esta "desconstrução", termo
que cunhou, deverá aqui ser compreendido, tecnicamente, por um lado, à luz do
que é conhecido como "intuicionismo" e
"construcionismo"" no campo da meta-matemática, na esteira da
obra de Brouwer e depois Heyting, ao qual Derrida irá adicionar as devidas
consequências dos teoremas da indecidibilidade de Kurt Gödel e, por outro, a um
aprofundamento critico da obra de Husserl, Heidegger e Levinas na ultrapassagem
da metafisica tradicional que ele vai apresentar como sendo uma
"metafisica da presença".
Com uma obra
imensa, a rondar os 100 títulos, ao qual se junta a edição em curso dos seus
Seminários, é o filósofo mais traduzido no mundo, tendo exercido um profundo
impacto nas mais diversas áreas das humanidades e ciências humanas, em especial
nos campos da estética, teoria da literatura e filosofia do direito, e gerado
debates decisivos com os pensadores mais importantes de sua época (Claude
Lévi-Strauss, Michel Foucault, John Searle, Paul Ricoeur, Jürgen Habermas,
entre outros).
A sua figura é
diversas vezes alvo de ataques polémicos, sobretudo por autores que se reclamam
da tradição "analítica", pelas suas opções de escrita filosófica, em
geral retomando opiniões expressas por John Searle nos media, aquando da sua
polémica durante os anos 80. Refere-se várias vezes também nestas polémicas os
nomes de Alan Sokal e Jean Bricmont, embora estes autores nunca o tenham
tratado especificamente, tendo-o apenas referindo em entrevistas nos media,
como parte do que identificam de forma difusa como "pensamento
francês", o que não evitou que diversos jornalistas o tenham associado à
polémica.
Depois de ter
leccionado na Sorbonne (1960-1964) e na École Normale Supérieure de Paris
(1964-1984), J. Derrida foi Director de Estudos da École des Hautes Études em
Sciences Sociales de Paris (1984-2003).
Derrida tornou-se
desde finais dos anos 60, professor convidado das mais prestigiadas universidades
europeias e norte-americanas (Berlim, San Sebastiian, John Hopkins, Yale,
Irvine, New School for Social Research, Cardozo Law School, Cornell, New York
University, entre muitas outras). Foi-lhe igualmente outorgado o Doutoramento
Honoris Causa por diversas universidades como a Universidade de Cambridge,
Universidade de Columbia, The New School for Social Research, Universidade de
Essex, Universidade de Leuven, Williams College,Universidade de Silesia,
Universidade de Coimbra entre mais de uma outra dezena delas. Em 2002 foi
nomeado para a Cátedra - Gadamer na Universidade de Heidelberg por designação
expressa do próprio filósofo alemão. Foi membro estrangeiro honorário, desde
1985, da American Academy of Arts and Sciences e da Modern Language Association
of America, assim como Presidente honorário do Parlement International de
Écrivains.
Foi ainda membro
fundador do Collége International de Philosophie de Paris, sendo o seu primeiro
director eleito.
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Abaixo está uma
relação de obras organizada pelos elaboradores do Arquivo Kronos, disponíveis
para serem baixadas, tanto pelo Google Drive, quanto pelo Torrent.
Para baixar pelo Google Drive clique:
Para baixar pelo Torrent, clique:
Relação das obras disponíveis:
AGAMBEN, G. A
potência do pensamento
AGAMBEN, G. Estado de exceção
AGAMBEN, G. Estâncias - a palavra e o fantasma na cultura ocidental
AGAMBEN, G. História e infância
AGAMBEN, G. Homo sacer
AGAMBEN, G. Idéia da prosa
AGAMBEN, G. Idéia do comunismo & idéia da política. In ‘Idéia da prosa’
AGAMBEN, G. O Que é o Contemporâneo e outros ensaios
AGAMBEN, G. O que resta de Auschwitz
AGAMBEN, G. Profanações
AGAMBEN; MARRAMAO; RANCIÈRE; SLOTERDIJK. Política
BARTHES, R. A Câmara Clara - Nota sobre a fotografia
BARTHES, R. Aula
BARTHES, R. Crítica e Verdade
BARTHES, R. Elementos de Semiologia
BARTHES, R. Ensayos críticos [em espanhol]
BARTHES, R. Fragmentos de um discurso amoroso
BARTHES, R. Mitologias
BARTHES, R. O prazer do texto
BARTHES, R. Triunfo e ruptura da escrita burguesa & O artesanato do estilo
In O Grau Zero da escrita
DERRIDA, J. A Escritura e a Diferença
DERRIDA, J. A Farmácia de Platão
DERRIDA, J. A Voz e o Fenômeno
DERRIDA, J. Adeus a Emmanuel Lévinas
DERRIDA, J. Gramatologia
DERRIDA, J. Khôra
DERRIDA, J. Mal de arquivo
DERRIDA, J. Margens da Filosofia
DERRIDA, J. O Olho da Universidade
DERRIDA, J. Paixões
DERRIDA, J. Posições
DERRIDA, J. Salvo o Nome
ROUDINESCO, E. A Família em Desordem (dig.)
ROUDINESCO, E. Lacan, a despeito de tudo e de todos
ROUDINESCO, E. Philosophy in Turbulent Times
ROUDINESCO, E. Por que a psicanálise?
ROUDINESCO; CANGUILHEM; MAJOR; DERRIDA; Foucault - leituras da historia da
loucura.
Fonte:
Wikipedia
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Um comentário
Obrigado, foi de grande valia.
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