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O poeta Eugénio de Andrade. Foto:DR
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Manuscritos de Eugénio de Andrade vão ser digitalizados
Os manuscritos do poeta Eugénio de Andrade vão começar
a ser digitalizados até ao final do primeiro semestre deste ano, revelou na
sexta-feira a responsável pelas bibliotecas municipais do Porto, realizando-se
no sábado uma homenagem ao escritor.
Numa resposta escrita à Lusa, a chefe da divisão
municipal de bibliotecas, Carla Fonseca, afirmou que já se iniciou “o processo
de tratamento, organização e reinventariação do espólio, com especial enfoque
para manuscritos e correspondência do poeta, o que implica o trabalho
especializado de um conjunto de técnicos sobre um universo de mais de 6.500
documentos”.
“Está concluída a fase de catalogação dos manuscritos
que serão disponibilizados no catálogo em linha das Bibliotecas do Porto. Até
ao final do primeiro semestre de 2014, iniciará o processo de digitalização dos
manuscritos para edição faseada na Biblioteca Digital, onde se encontram já
acessíveis os espólios de escritores como Teixeira de Pascoaes e António Nobre,
ou ainda o Roteiro da Primeira Viagem de Vasco da Gama à Índia, entre outros
documentos que estando à guarda desta Biblioteca Municipal, há mais de 180
anos, estão ao dispor de todos os que os queiram consultar, conhecer e estudar”,
realçou Carla Fonseca.
No sábado, véspera do aniversário do poeta que morreu
há 9 anos, a Biblioteca Pública Municipal do Porto vai realizar uma homenagem
que começa às 10h30 com um passeio pela zona de S. Lázaro orientado pelo
jornalista Germano Silva.
À tarde, vai ser feita uma visita guiada à exposição
“Eugénio de Andrade: escrita, lugares e afectos”, seguindo-se a actuação do
Coro Juvenil do Conservatório de Música do Porto dirigido por Magna Ferreira,
interpretando poemas do homenageado com música de Fernando Lopes-Graça.
A partir das 17:00, a Biblioteca Municipal vai receber
uma conversa entre o arquitecto Álvaro Siza, que esteve na origem do poema
“Casa de Álvaro Siza na Boa Nova”, e o padre José Tolentino de Mendonça, com
moderação de Arnaldo Saraiva.
Carla Fonseca recorda que “desde a publicação de ‘As
Mãos e os Frutos’, em 1948, até à publicação de ‘Os sulcos da Sede’, em 2001,
[Eugénio de Andrade] construiu uma longa e sólida carreira literária que lhe
granjeou inúmeros prémios nacionais e internacionais, entre os quais o Prémio
D. Dinis da Casa de Mateus, o Prémio Nacional de Poesia da Associação
Portuguesa de Escritores e o Prémio Jean Malrieu, todos em 1989, o Prémio de
Vida Literária da APE, em 2000, e o Prémio Camões, em 2001”.
“Há ainda a assinalar a forte ligação do poeta à cidade
do Porto expressa em belíssimos poemas e textos publicados ao longo da sua
vida. Eugénio de Andrade fez, desta cidade, a Sua Cidade e fez da poesia a sua
voz, oferecendo-nos, através dela, a sua visão da vida e do mundo. É, assim,
natural o empenho de todos na preservação do legado que nos deixou e na
divulgação do mesmo”, realçou a responsável da divisão de bibliotecas da
autarquia.
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