ESCRITORES CONSAGRADOS X
ESCRITORES NOVATOS: amigos ou rivais?
Cláudia de Villar
A cada dia, mês ou ano que
passa há cada vez mais novos autores na praça. E quando me refiro ‘praça’ não
quero dizer território nacional, mas algo em menor escala, refiro-me ao
município/cidade e, com isso, a concorrência e a corrida para o destaque está cada
vez maior.
Obviamente, todos os
antigos e novos escritores querem conquistar o seu lugar ao sol, o que não é
fácil, pois tornar-se um escritor com um volume considerável de leitores ou de
obras lidas é um trabalho árduo, que requer paciência e muita força de vontade,
pois o mercado está cada mais apresentando novas opções e novos “concorrentes”,
como a mídia e editoras com os seus escritores estrangeiros e suas obras mais
‘em conta’.
Entretanto há um dado, não
novo, mas que chama a atenção: a relação entre os escritores. Será que é uma
relação de parceria? Ou é ‘cada um por si e Deus por todos?’ Quantas sessões de
autógrafos e lançamentos contam com a presença de outros escritores a
prestigiar o trabalho do colega? Sim, sei que existem muitos escritores que
vão, comparecem e dão força tanto para escritores já consagrados ou mais
conhecidos, quanto de novos escritores, mas não há como negar que ainda há uma
certa resistência em comparecer aos eventos de colegas de profissão.
Percebo que em se tratando
de outro meio artístico, a música, por exemplo, há uma parceria invejável.
Cantores ou bandas que já fazem sucesso convidam novos músicos a ‘abrirem’ os
seus shows, muitos inclusive, cantam com esse novo cantor uma música para dar
um ‘empurrãozinho’ na carreira do colega, mas no meio literário, ao qual já
enfrenta tanta resistência do público, não percebo essa harmonia em grande
escala.
Sinto dizer, mas às vezes
dá a impressão que alguns autores repetem a mesma atitude ‘pequena’ de alguns
leitores que não gostam de ‘marcar presença’ ou de aparecer na ‘foto’ junto com
escritores iniciantes ou novatos. Soa como se não contasse ponto aparecer no
facebook ao lado de um recém surgido do nada!
Por outro lado, há os
casos positivos, aqueles que têm alma solidária e colocam a “cara pra bater” e
fazem questão não apenas comparecer a tais eventos literários, mas compartilham
os lançamentos e as sessões de autógrafos, dando assim, exemplo não apenas aos
seus próprios leitores, mas às demais pessoas que circulam pelas redes,
reforçando e dando crédito aos novos escritores, mas também a si mesmo, pois
não fica bem para o seu currículo dar crédito apenas aos profissionais já
consagrados da escrita, assim, dessa forma, penso que a mensagem que passará
aos seus leitores é de que uma pessoa prepotente, que escreve fantasia, mas que
pratica a dura e crua realidade do desprezo.
Afinal, fica a pergunta
que não quer calar: há solidariedade entre os escritores?
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