O
que falar a um pai quando perde seu filho tragicamente? Alguém pode me dizer?
Por Isi Golfetto
“A
vida só pode ser compreendida, olhando-se para trás; mas só pode ser vivida,
olhando-se para frente.” Soren Kierkergaard
Já faz uma semana e ainda
estou tentando compreender, através do relato de sobreviventes e entrevistas de
especialistas, o que exatamente aconteceu em Santa Maria, no incêndio da boate
Kiss, (fato ocorrido no Rio Grande do Sul, em 27 de janeiro de 2013).
Fico
me perguntando: o que mais precisa acontecer nesse país para que a vida tenha
valor? Por que o Brasil coleciona tantas tragédias, diariamente, em pleno
século XXI? Até quando?
Para mim, essa não foi
apenas mais uma tragédia. Foi um extermínio coletivo e praticamente instantâneo
que vitimou mais de 230 jovens. E como se não bastasse ainda temos
aproximadamente 100 internados e muitos desses correndo risco de morte.
Esses números tão
assustadores só não foram maiores devido a bravura de jovens que voltaram para
o interior da boate para resgatar aqueles que não conseguiam sair. Infelizmente
alguns desses rapazes também acabaram entre as vítimas fatais.
Para nós, expectadores à
distância dessa tragédia, sem vínculo algum com as vítimas, o que presenciamos
foi um filme de horror, algo incompreensível, imagine para esses jovens que
vivenciaram esses momentos angustiantes. Agora, mais do que nunca eles vão
precisar encontrar forças para superar o próprio trauma, enfrentar a perda de
amigos, a sensação de que poderiam ter feito mais, além de conviver com
possíveis sequelas físicas e emocionais.
E o que falar aos pais que
perderam um filho, dois filhos? Como confortá-los? Terão que conviver com o
vazio, o insuportável, a dor.
Todos terão que buscar
forças e coragem para reaprender a viver.
Deixo um poema de Clarice
Lispector, que é um grito que vem da alma em busca de um fio de esperança:
Que
minha solidão me sirva de companhia,
mas,
que eu tenha a coragem de me enfrentar.
Que
eu saiba ficar com o nada
e
mesmo assim me sentir
como
se estivesse plena de tudo.
Aceite
o meu abraço
Com amor
Isi
Isi Golfetto, mas pode me chamar de Isi.
"Não há idade para sonhar, mas para realizar um
sonho é preciso acordar e agir."
Desde muito pequena, eu já sabia que no meu sangue
corria o desejo de ensinar. Ensinar me encantava. Sempre que alguém pronuncia
uma palavra errada, Isi estava lá para explicar e ajudar a falar da maneira
correta.
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