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Escultura do filósofo
Epicuro |
“Carpe diem quam minimum
credula postero”
por Mário Lúcio
Artigo que tenta mostrar
possibilidades e questões inerentes às nossas vidas, um apanhado de coisas que
nos remete a desejada felicidade.
O título apresentado tem
como tradução "Colha o dia, confie o mínimo no amanhã", é de autoria
do poeta romano Horácio (65-8 a. C.), que numa de suas Odes aconselha a
personagem Leuconoe a aproveitar o dia e mais do que isso, não se preocupar
tanto com o que virá pela frente. Carpe Diem é simplesmente um dos termos mais
usados no mundo todo, seja por escritores, artistas, filósofos, entusiastas de
Epicuro e demais pessoas. O sentido de fazer com que a vida realmente valha a
pena é mais do que uma simples frase, ou até mesmo um simples conselho, de uma
maneira geral acaba se tornando uma filosofia, um sentido para que possamos
seguir em frente sem qualquer desânimo, medo ou aflição.
Epicuro (341-270 a.C.)
traz esse conceito muito antes de Horário, que remete a nos mostrar que a morte
é o estágio final da consciência e das sensações, consequentemente indolor as
nossas emoções e ao corpo físico, sendo assim não há o porquê temer a morte e
se conseguirmos abster desse medo poderemos ser felizes de forma plena. O
Epicurismo, abordagem filosófica correspondente a Epicuro deve ser seguida por
todos nós, a limitação própria ao fato de um dia termos um fim faz com que a
vida não seja aproveitada, como Horácio fez questão de lembrar. Se pararmos pra
pensar um pouco e nesse momento analisarmos o que realmente foi feito de nossas
vidas, várias interrogações surgirão de forma abrupta e infinita. Assim como o
tempo é relativo e depende muito do seu referencial, a vida e a felicidade são
duas coisas relativas e não necessariamente andam no mesmo trilho, só que com o
perdão da neologia infame e até mesmo clichê, nós somos os maquinistas desse
trem chamado existência. Os caminhos a serem traçados dependem única e
exclusivamente a nós e ao livre arbítrio que é concedido para a tomada de
decisões, sejam elas positivas ou negativas. A escritora australiana Rhonda
Byrne (1951) por exemplo nos mostra através do livro “The Secret”, que o
segredo para a felicidade está dentro de nós, que um pensamento pode ser
decisivo em diversas situações, o que você mandar ao universo poderá acontecer,
que para alguns pode ser chamado de fé, o acreditar em si.
Ben Stiller interpretando
Walter Mitty em uma das cenas do filme "A vida secreta de Walter
Mitty"
Por vezes também acabamos
sonhando em demasia e não transformando esses sonhos em realidade, é preciso
ter os pés no chão também e criar metas, objetivos de vida. Essa filosofia
Walter Mitty de criar um mundo paralelo em nossas cabeças e esquecer o que acontece
ao nosso redor acaba sendo ineficaz e um tanto preocupante, sonhar ou imaginar
são coisas fantásticas que precisam ter uma base concreta pois poderão
desaparecer e assim trazer um sentimento de angústia por algo não ocorrido. As
nossas histórias vividas são importantíssimas para a formação de caráter,
respeito ao próximo e conhecimento empírico, quanto mais acumularmos histórias,
mais experientes nos tornamos e menos falastrões e fanfarrões, coisa que todo
jovem acaba penando por não saber como funciona de verdade a vida. Não que a
ingenuidade do jovem seja algo totalmente execrável, pelo contrário, essa
ingenuidade faz com que na idade jovem arriscamos mais, quebrar a cara às vezes
tem suas vantagens, pois o que seriam de nossas histórias se não fossem os
obstáculos que tivemos que superar? Como diria o cantor e compositor
Gonzaguinha (1945-1991), devemos viver e não ter a vergonha de ser feliz,
conquistar cada coisa como se fosse a última de nossas vidas, rir e fazer os
outros rirem, aproveitar de fato é dizer sim as oportunidades que trazem algo
de benéfico, seja a nós ou outras pessoas. Fazer amizades sinceras e curtir
adoidado cada momento, o personagem Ferris Bueller que o diga, simplesmente só
mostrou o que Horácio já dizia, aproveite o dia.
Matthew Broderick na
famosa cena em que Ferris Bueller canta Twist and Shout dos Beatles
Mário
Lúcio
Eu sou apenas um rapaz
afro descendente com um pouco de dinheiro no banco, sem parentes importantes e
vindo da Grande São Paulo.
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