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A Marca do Escritor [Roberto Tostes]

A Marca do Escritor

Roberto Tostes

Em época de tanta informação e em velocidade cada vez maior, como deixar um sinal pessoal de sua existência, seus textos e de suas palavras na web?

Criar uma assinatura pessoal é fundamental para ser reconhecido e identificar tudo que você produzir em textos, livros, contos, ensaios, entrevistas e outras formas de expressão.

Seja que estilo de escritor você for, deixar a sua marca é fundamental para ter certeza de que seu trabalho possa ser reconhecido e valorizado.

Seguem algumas dicas para criar e consolidar essa identidade digital:

1) Seu nome é sua assinatura, sua identidade, sua palavra-chave 

Aquilo que você escolher como assinatura vai ficar associado a você para sempre. Em tempos digitais ter que alterar algo significa recomeçar tudo ou perder um esforço significativo. Nome real ou pseudônimo, faça uma única escolha e não mude mais.

2) Trabalho lento e a longo prazo 

A não ser que você tenha muita sorte, seja famoso ou com muitos recursos para investir em sua carreira, sua reputação será resultado de muito esforço. E de muita guerrilha, de insistência, de constância. Para conhecer e ser conhecido, é preciso tempo e esforço. A curto prazo não se consegue nada duradouro.

3) Suas palavras, seu valor 

Tudo que você produzir tem sempre por trás uma ideia, uma intenção, um valor. Portanto, saiba o que está produzindo e o porquê. Se acha que sabe pouco, pesquise mais, leia, troque ideias, viva mais experiências. Se está inseguro no que escreveu, espere mais, reescreva.

Só publique o que você tem certeza de ser bom. Não se sinta culpado de largar rascunhos e ideias pelo caminho. Mas se for até o fim e gostar do resultado, lute por isso e divulgue o que você produziu com vontade.

4) Boas opiniões valem muito 

Além de desenvolver sua carreira e aprimorar seu texto, é importante se relacionar. Você pode precisar muito dos amigos, leitores, família e até mesmo de estranhos para poder avaliar melhor sua trajetória e sua obra.

Claro que é importante aplicar um filtro, no mundo real ou virtual. Selecione aqueles que dialogam com você de forma crítica e positiva, ajudando a melhorar seu trabalho e indicando caminhos ou soluções.

5) Sua postura, sua verdade 

Você é o que escreve, mas também o que lê, o que comenta e divulga. Seja uma frase, texto, foto, vídeo ou texto na web as coisas perduram e você pode se arrepender de alguma atitude impensada. 
Como sua própria vida e suas atitudes, seu conteúdo é de sua responsabilidade. Procure sempre um equilíbrio entre vida criativa e pessoal. Tente fazer as duas coisas da melhor forma, escrever e viver.

6) Foco e energia 

Dúvidas e imprevistos sempre surgem mas nesta jornada leva vantagem quem sabe o que quer e consegue se manter no trilho. Não devemos depender só da inspiração ou do prazer, por isso achar sua rotina e seu jeito de fazer as coisas ajuda muito. 
Concentre o foco naquilo que você realmente quer e vá até o fim. Desvios e imprevistos no seu caminho surgirão mas o pior é adiar escolhas ou não decidir. Siga sua intuição, saiba começar mas também saiba terminar as coisas. Errar e falhar às vezes faz parte do processo.

7) Decisões e persistência 

Por mais que você escute e valorize outras opiniões, a decisão final será sempre sua, de alguma forma. Por isso é tão importante acreditar em algo, seguir seu próprio caminho. 
Nunca esqueça daqueles ideais e sonhos que ficaram para trás, as referências e influências que definiram e ainda mostram quem você é.
Eles podem ser o melhor apoio nas horas de desespero, desânimo e vazio existencial. Ser fiel a si mesmo é também reconhecer erros, se autocriticar, saber recomeçar e evoluir.

8) Seu nome, seu legado 

Quando escrevemos a mão, cada um tem a sua própria letra. Quando você escreve de verdade aquilo que sente, vive, imagina e sonha, produz uma coisa só sua. 
Suas palavras são sua memória, sua vida. Elas tem vida própria, emoções, sabor, cheiro e som. Basta que apenas uma pessoa entenda e goste para você ter cumprido sua missão.

Cuide bem de sua marca e escolha bem suas palavras. 

Aos poucos, você perceberá que um pouco disso ficará de alguma forma gravado em tudo que você escrever e criar.

Um rastro de mão, dedos, suor e palavras.



Roberto Tostes 
Escritor, Blogueiro. Sócio na Fazer Comunicação, trabalha com comunicação, marketing e projetos editoriais.

Um comentário

maria angela alvares cacioli disse...

Ter seus textos selecionados para coletâneas não pagas pode servir de base para você acreditar que faz um bom trabalho?
O escritor jovem é mais valorizado no mercado editorial?
Já ouvi a afirmação de que editoras que recebem originais só leem a primeira página e por ela aceitam ou descartam um trabalho. Isso é justo?